24/01/2006 - 20h48m
Agência Brasil
RIO - O tenente-coronel Marcos Pontes, que viaja para o espaço no fim do mês de março a bordo da nave russa Soyuz TMA-8, travará contato com o presidente Luis Inácio Lula da Silva e com o ministro da Ciência e Tecnologia Sérgio Rezende, diretamente da Estação Espacial Internacional (ISS). De acordo com Sérgio Gaudenzi, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), o astronauta brasileiro deve fazer outros dois contatos com a Terra durante os oito dias em que permanecer a bordo da ISS.
A primeira viagem de um astronauta brasileiro ao espaço é encarada por Sérgio Gaudenzi como uma oportunidade de divulgar o programa espacial brasileiro, o único no hemisfério sul.
- É importante para o país ter mais essa marca entre os poucos países que têm colocado astronautas no espaço - avalia.
Os experimentos científicos que Marcos Pontes leva na bagagem foram avaliados pela Agência Espacial Brasileira de acordo com sua relevância e abrangem áreas como Biologia, Óptica e Mecânica. Os relatórios produzidos por Pontes a bordo da Estação Espacial Internacional serão entregues às universidades autoras dos projetos para análise e estudo.
Inicialmente marcado para o dia 22 março, o embarque do primeiro astronauta brasileiro teve de ser adiado em uma semana por motivos técnicos.
- A agência russa comunicou que precisaria fazer um adiamento do vôo para realizar mais testes na nave. Isso é muito normal -explicou o presidente da AEB, não descartando a possiblidade de viagem ser novamente remarcada, caso algum problema seja detectado.
Há quase três meses, Marcos Pontes está na Rússia. Ele tem feito treinamento de adaptação à nave Soyuz, estacionada na Cidade das Estrelas, perto de Moscou. O tenente-coronel foi selecionado em julho de 1998 pela AEB para participar do treinamento para astronautas da Nasa, no Johnson Space Center, em Houston, Texas. Pelo projeto inicial, ele iria ao espaço em uma nave norte-americana.
Em outubro do ano passado, o presidente Lula assinou um acordo de cooperação com a Rússia. Esse acordo permitiu que o preço da viagem do astronauta saísse por menos da metade do valor normalmente cobrado pelos russos para esse tipo de vôo, algo em torno de US$ 10 milhões. Estão incluídos nesse cálculo os custos com o treinamento do astronauta, o vôo até a estação, o transporte da bagagem do brasileiro e o canal de voz que será usado para manter contato com o Brasil durante a missão.
Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/ciencia/mat/2006/01/24/190055640.asp
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