31 janeiro, 2006

O sujo falando do mal lavado II

31/01/2006 - 16h24m
Aécio critica gastos do governo federal com publicidade

CBN Minas

BELO HORIZONTE - O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, criticou nesta terça-feira os investimentos em propaganda das obras do governo federal. Placas foram espalhadas em vários pontos de Belo Horizonte e também do estado onde há a aplicação de recursos da União, principalmente nas estradas. O governador tucano considera que o governo Lula está exagerando na promoção de seus atos.

- Acho natural investir nisso, mas o governo Lula tem batido recordes de investimentos em comunicação. Considero isso um excesso - afirmou.

Aécio aproveitou também para criticar o plano emergencial de recuperação das estradas federais, em andamento em vários estados.

- Os investimentos do governo na recuperação das estradas são pífios em Minas Gerais. Mesmo assim, a iniciativa está tendo uma promoção muito acima do que seria razoável - disse.

Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/pais/plantao/2006/01/31/191091872.asp

Depois de Hitler, EUA voltam as origens da guerra contra os fracos

31/01/2006 - 12h35m
Anistia Internacional diz que EUA executam vários doentes mentais

Reuters

WASHINGTON - Ao menos 10% das primeiras mil pessoas executadas nos EUA desde 1977 apresentavam doenças mentais graves, afirmou a Anistia Internacional em um relatório divulgado nesta segunda-feira.

O grupo de defesa dos direitos humanos, que é contrário a todas as formas de pena capital, disse que matar um doente mental é uma prática ofensiva aos padrões internacionais de decência humana.

"É algo particularmente ofensivo aos padrões de decência o fato de os EUA, no século XXI, continuarem com a prática da matança ritualística e premeditada de criminosos que sofrem de doenças mentais graves", afirmou a Anistia no relatório, divulgado na segunda-feira.

O número de pessoas executadas nos EUA desde 1977, quando a Suprema Corte do país cancelou os dez anos de moratória em relação à pena capital, passou dos mil em 2 de dezembro passado, quando foi morto Kenneth Boyd, na Carolina do Norte.

Segundo a Anistia, exames psiquiátricos feitos com os condenados, fichas médicas e casos documentados de comportamento anormal mostravam que ao menos cem dos executados sofriam de doenças mentais graves.

Em outros casos, era impossível saber se os condenados sofriam de doenças mentais porque nunca foram submetidos a uma avaliação psiquiátrica rigorosa.

Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/mundo/plantao/2006/01/31/190707718.asp

Ministério Público quer proibir expressões como 'off' e 'sale' nas lojas

31/01/2006 - 09h48m
Regina Terraz - Diário de S.Paulo

SÃO PAULO - O Brasil é moda no exterior, mas aqui dentro, muitos comerciantes preferem usar a língua inglesa em vez do português. Nas vitrines das lojas, é comum encontrar "sale"ou "50% off", no lugar de "liquidação ou desconto".

Para disciplinar o uso da língua estrangeira nas relações de consumo, o Ministério Público Federal vai entrar com uma ação civil pública na Justiça para exigir que os estabelecimentos não usem expressões em inglês. O objetivo é que todos os consumidores tenham o direito de entender o que está escrito.

- O uso exclusivo da língua estrangeira é discriminatório - diz o procurador da República Matheus Baraldi Magnani, de Guarulhos, responsável pelo processo.

Segundo ele, o Código de Defesa do Consumidor exige que a comunicação com o cliente seja clara e precisa.

- E em língua estrangeira não há clareza - afirma.

Nas ruas, muita gente apóia a iniciativa.

- Eu sou totalmente contra o uso de palavras em inglês. Não sei o que elas significam, não tenho curso de inglês. Seria melhor se traduzissem - diz a dona-de-casa Helena Maria de Andrade, de 43 anos.

Ela conta que fica constrangida em entrar na loja e perguntar o que a expressão significa.

- Até nome de lanches eles colocam em inglês, é um absurdo - reclama.

Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/economia/mat/2006/01/31/190487098.asp

Comentário:


Para tantos problemas práticos que nosso país já tem (o
país das CPIs, ônibus lotado, saúde, educação, e, infelizmente, etc, etc...),
este assunto pode parecer perda de tempo, mas é somente como as coisas se
colocam CONTRA o consumidor, contribuinte, usuário, etc, etc... A começar pela
forma que as coisas são escritas. Vamos ver se isto não fica só nas páginas de
jornal...




Ler mais em:

Se podemos dificultar, porque simplificar?

A falta histórica da aceitação e o diálogo com a crítica

“Deus ex machina, uma expressão latina que significa "o deus que vem da máquina", é na verdade uma invenção grega. No teatro grego havia muitas peças que terminavam com um deus sendo literalmente baixado por um guindaste até o local da encenação. Esse deus então amarrava todas as pontas soltas da história. Hoje em dia, porém, o deus ex machina tem pouca serventia para o dramaturgo e menos ainda para o roteirista, já que não aceitamos mais a noção de um ser sobrenatural capaz de interceder pelos humanos. O dramaturgo grego podia desenroscar os fios emaranhados de sua trama introduzindo um deus para cuidar da ação, mas o dramaturgo moderno precisa ser mais engenhoso para resolver as complexidades do enredo.”

Texto extraído do livro Teoria e Prática do Roteiro,
de Edward Mabley e David Howard

Projeto bom é projeto em andamento” .

Máxima da engenharia na década de 90, mas é muito provável que culpemos a máquina ou o maquinista se der algo errado.

Gilbert e seu chefe. Os dois 'brincam' com o gerenciamento de riscos



Depois de escrever isto, devo mesmo ser colocado no último lugar na lista de programadores da cidade a ser contratado. Num mundo em que a imagem (forma) domina mais que o conteúdo, e a necessidade de se ter uma imagem nova a cada instante é a norma. E não é por acaso que a forma mais comum de conversar com os jovens e falar frivolidades, tais como: Big Brothers, cinema, música, atores, etc... Então a minha melhor analogia sobre um tema difícil, “a crítica - na verdade, a falta em aceitá-la como um instrumento de feed-back”, ficará mais fácil de ser entendida: “crítico de cinema X equipe de testes de softwares”.
Tentarei. Para começar citarei uma frase comum, pelo menos no Brasil, logo abaixo.

“Crítico de cinema é um cara frustrado que gostaria de ser diretor e fazer um filme”.

Já escutei esta frase por muitos anos, e acho que o tempo dela já acabou, pelo menos de quem a coloca nestes termos, pois isto é um caminho que leva a simplificação, pois atrás da simplificação, pode estar escondido um grande escudo contra idéias novas ou invasoras.



As origens:

Nossa falta histórica de se aceitar críticas, dentro de meu pouco conhecimento no assunto, já que não sou um historiador, se deve as nossas raízes portuguesas, ou pelo menos, o que eles nos quiseram deixar. Quem nunca aprendeu na escola que foi o rei de Portugal, Dom João III dividiu o Brasil em capitanias hereditárias? A divisão da terra dada aos colonos eram as chamadas sesmarias, que irei compará-las com as 'enclosures' inglesas.

Enquanto no Brasil os que já tinha a posse da terra hereditariamente, não tinham tantas razões para se comprometerem com um pensamento burguês, pois suas terras não precisariam ser tão produtivas. Apesar dos portugueses terem vindo aqui com o objetivo de explorar, e não para criar nada produtivo em relação a 'ser manufaturado', o que já começou de modo contrário aos 'enclosures' ingleses. Por outro lado na Inglaterra, um “espírito burguês” já dominava o pensamento econômico, o que levaria os nobres a tentarem também a pensarem com um espírito burguês. No momento em que se um uma pequena ilha, como a Inglaterra teve que se estruturar para um aumento de produção agrícola, iniciando assim, processos de controle e fiscalização das terras, que mais tarde viriam surgir outras disciplinas e profissionais liberais em conseqüência destas exigências. Os portugueses aqui, tentavam imitar a corte portuguesa, e não os burgueses. Temos os dois extremos, um peca pelo alto descomprometimento com a propriedade e sua produção, pois era na verdade exploração, e o segundo pela alta exigência de produtividade por parte dos que tinham a posse das terras ( enclosure em http://en.wikipedia.org/wiki/Enclosure ). Como podemos observar, temos razões históricas para não se conseguir o meio termo dos dois já temos de sobra, o segundo, criou toda as vilanias do que o pior do capitalismo poderia conceber.

Mapa de época das Capitanias Hereditárias. O espaçamento entre elas não obedece uma escala fiel.
A analogia:

Hoje em pleno século XXI, os custos de produção de um filme, apesar de terem caído drasticamente no que se refere aos materiais de produção e equipamento, os grandes estúdios continuam conservadores para investimentos em idéias novas. O que surge a oportunidade de quem aposta, em fazer um filme com um tema inicialmente recusado. Mas também surge a possibilidade de se ver por aí um monte de lixo. Vai faltar “crítico” para todos os filmes que estão sendo lançados, mesmo que sejam refilmagens de outros que deram certo.
É difícil encontrar uma pessoa que não goste de comentar um filme, uma novela, uma CPI (no nosso país é claro, o país das CPI´s). Todos gostam de criticar os críticos que tem opinião contrária as suas (e vice-versa é claro!), e, os amaldiçoam com a célebre frase do início do nosso texto. Quando se conversa sobre filmes, a maioria tece os comentários sobre o quão formidável foram os efeitos especiais, sabem de cor o nome dos atores, quem e casado com quem, quem está...êpa, desculpe não vem o caso. Assim como gostam de analisar a forma, não sei se por falta de tempo, nunca ouvi ninguém analisando o conteúdo ou a seqüência lógica do roteiro. Talvez até saibam, mas por falta de bagagem histórica, nesta tarefa de analisar o conteúdo, nos falta também a prática cotidiana de fazê-la ou mesmo começar a fazê-la. Outro exemplo, quantos motoristas ligam para um posto da Polícia Rodoviária Federal quando avistam animais na pista ( os de dentro dos carros não conta), quantos passageiros ligam reclamando para uma agência reguladora sobre um ônibus urbano que sempre está lotado? Ainda nos dias de hoje, quem faz isto, passa por chato.
Recentemente numa das editorias da 'Folha de São Paulo', o jornal abriu um fórum para críticas de uma novela. Olhei por curiosidade o conteúdo das críticas, mas a maioria, eram críticas corretas, mas sobre erros de continuidade, e das técnicas usadas nas cenas de ação que a narrativa exigia. Não encontrei nenhuma sobre a própria narrativa, para pelo menos anotar neste texto. Mesmo assim, a iniciativa pode ter bons frutos, pois a prática nos leva a melhoria, perfeição é para os românticos, isto no que ser refere às observações da narrativa e roteiro.
Antes de iniciarmos qualquer projeto, temos que ter seu planejamento e identificando seus graus de risco, um plano B também é aconselhável (e não é fugir do país!), é mais que razoável.
Uma equipe de desenvolvedores não pode se julgar que são deuses (gerente e cliente também), que poderão resolver tudo como os dramaturgos gregos. A figura de uma equipe de testes, do próprio grupo se for o caso, mas não exatamente o que fez a parte do programa ou sistema (é como escrever um texto e pedir para OUTRA pessoa corrigir), é uma conseqüência inevitável dos dias de hoje, o que me fez criar a analogia com a indústria do cinema. Não podemos invocar mais os deuses para resolver ou colocar a culpa em erros do enredo ou de nossos sistemas. Caso contrário, voltaremos a colocar a culpa na máquina ou no maquinista.

30 janeiro, 2006

Especialista da Nasa diz que EUA querem silenciá-lo

30/01/2006 - 09h51
da Efe, em Washington

O principal especialista em mudança climática da Nasa (agência espacial americana) afirma que o governo dos EUA tentou silenciá-lo, segundo publicou ontem o site do jornal "The New York Times".

James Hansen, que dirige há anos o Instituto Goddard para Estudos Espaciais, disse ao "NYT" que a campanha começou depois que pronunciou um discurso no mês passado, pedindo a rápida redução dos gases estufa relacionados ao aquecimento global.

Hansen afirmou que diretores da Nasa deram ordem aos responsáveis de relações públicas do órgão para revisar os textos de suas futuras conferências, assim como suas publicações no site do instituto e os pedidos de entrevistas com jornalistas. O cientista disse ter ignorado as restrições.

Dean Acosta, um dos responsáveis de relações públicas da agência espacial, disse ao jornal nova-iorquino que não há um esforço para silenciar o cientista. "Essa não é a forma como trabalhamos na Nasa", afirmou Acosta, acrescentando que "promovemos a transparência e falamos com os fatos".

O porta-voz disse que as restrições impostas a Hansen são as mesmas dos outros trabalhadores da Nasa, e destacou que os cientistas têm liberdade de falar sobre suas descobertas, mas especificou que as declarações sobre políticas a implementar correspondem aos legisladores e os porta-vozes designados para essa função.

Hansen afirmou não concordar com isso e garante que esse tipo de procedimento impediu que o público entenda corretamente descobertas recentes sobre a mudança climática que chamam a atenção sobre riscos.

Segundo o cientista, existe um esforço premeditado para que não fale sobre o que ele considera claros perigos se não houver a redução das emissões de CO2 (dióxido de carbono), principal gás poluente.

Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u14215.shtml

PT comemora 26 anos com grande jantar para arrecadar fundos

30/01/2006 - 16h06m
O Globo

BRASÍLIA - O PT realiza no próximo dia 13 um jantar em comemoração aos seus 26 anos de fundação, com a presença já confirmada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB), em Brasília. O partido vai aproveitar a festa para arrecadar fundos e a expectativa é reunir mais de mil pessoas no jantar, cujos convites estão sendo vendidos por R$ 200, R$ 500, R$ 1 mil, R$ 2 mil ou R$ 5 mil.
- Quem quiser participar, contribui de acordo com suas possibilidades, dentro das cinco faixas de preços - explica Paulo Ferreira, secretário nacional de Finanças e Planejamento do PT.

Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/pais/plantao/2006/01/30/190112791.asp


Comentário:

Até que eu gostaria de contribuir (pode abater no IR?), mas tenho receio do meu pagamento ser desviado...

Atitude de Evo Morales é considerada demagógica e populista

27/01/2006 - 23h29m
O Globo
Globo Online

RIO - Rubén Costas, o prefeito eleito de Santa Cruz de la Sierra, uma das cidades mais importantes da Bolívia, qualificou de demagógica a medida tomada pelo presidente Evo Morales, que reduziu o próprio salário. Para Costas, "buscar a austeridade não significa entrar em processo de demagogia e coisas desse tipo, sem um prévio estudo salarial", segundo noticiou nesta sexta-feira o jornal "El Deber".

Aproveitando o debate, o GLOBO ONLINE perguntou aos seus leitores o que acharam da medida de Morales. Para 58% dos internautas que responderam à pesquisa, a atitude do presidente boliviano não passa de puro populismo, enquanto 39% acreditam ser um exemplo de austeridade. O ato de Evo Morales não faz diferença para 3% dos leitores.

Em sua primeira reunião de gabinete, o presidente boliviano aprovou um decreto que reduziu o próprio salário em 57% e vai passar a ganhar 15.000 bolivianos - cerca de R$ 4 mil por mês. Morales, de 46 anos, disse que o dinheiro economizado será usado para "criar mais de 6 mil itens nas áreas de educação e saúde" em seu país.

- Minha proposta, nossa proposta, era 50% de redução salarial. Quanto seriam 50% (de 34.900 bolivianos)? Seriam aproximadamente 17.450 bolivianos. Analisando seriamente e responsavelmente diante do povo boliviano decidimos, com muita convicção, ganhar 15 mil bolivianos, ou seja, uma redução de 57% - explicou Morales.

A grande discussão fica por conta do funcionalismo público boliviano, já que, de acordo com o diretor de Comunicação Alex Contreras, "nenhum servidor público, por lei, poderá receber uma remuneração mensal superior à aprovada para o Presidente da República".

Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/mundo/mat/2006/01/27/190101450.asp

27 janeiro, 2006

Correios: auditoria acha rombo de R$ 152 milhões

Rio, 27 de janeiro de 2006
Adriana Vasconcelos e Bernardo de la Peña

BRASÍLIA. Em depoimento ontem na subcomissão de normas de combate à corrupção da CPI dos Correios, o corregedor-geral da União, ministro Waldir Pires, disse que nos Correios a CGU já instaurou 32 processos e sindicâncias, afastou 17 diretores e servidores e encontrou um prejuízo estimado em R$ 152 milhões. Segundo ele, esses são apenas alguns dos dados colhidos por auditoria promovida pela CGU dentro dos Correios depois das primeiras denúncias de corrupção na estatal.

— O país hoje tem uma indústria de notas fiscais frias — lamentou o ministro, ao defender o trabalho de fiscalização da CGU nas prefeituras brasileiras.

O deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), sub-relator da CPI dos Correios responsável pelas investigações nos fundos de pensão, decidiu ontem convocar o dono do banco Santos, Edemar Cid Ferreira, para prestar depoimento na CPI. Neto vai apresentar um requerimento que deve ser votado pela comissão na semana que vem. Os parlamentares querem entender os investimentos feitos pelos fundos de pensão no falido Santos.

Investidor acusa petistas de influenciaram nos fundos

Só a Real Grandeza, fundação dos servidores de Furnas, teve um prejuízo de R$ 150 milhões com os investimentos feitos em papéis do banco. A Núcleos, entidade dos funcionários de estatais na área nuclear, também teve problemas com a compra de títulos do banco no valor de R$ 7 milhões.

Ontem, em depoimento na CPI, o investidor Alexandre Athayde Francisco que diz ter sido sócio do corretor Haroldo Almeida Rego, o Haroldo Pororoca, um dos investigados pela CPI, acusou, sem apresentar provas, petistas de influenciarem na gestão dos fundos. O investidor apresentou ainda um dossiê à CPI com supostas irregularidades em fundos. Entre os elementos, está uma fita que, segundo ele, mostraria dois ex-dirigentes da Cedae discutindo o levantamento de recursos para a campanha da então governadora Benedita da Silva em 2002 no Rio. Os parlamentares ainda não ouviram a fita.

Athayde acusou, por exemplo, o ex-assessor da Casa Civil e ex-secretário de comunicação do PT, Marcelo Sereno, de, junto com Pororoca, de ter influenciado a compra de papéis do Santos pela Real Grandeza, mesmo quando todo o mercado já suspeitava que o banco iria quebrar. Athayde acusou ainda, também sem apresentar elementos, o ex-ministro Luiz Gushiken de ter influenciado a Previ na operação de venda de ações da Acesita para o grupo belga Arcelor.

Deputado pede proteção policial para testemunha

As declarações de Athayde incentivaram Neto a convocar Ferreira e reforçaram a decisão do deputado de chamar para depor também Sereno. No final do depoimento, o deputado pediu proteção policial para o investidor que diz já ter sido ameaçado de morte e admite que teve uma disputa comercial com Pororoca.

— Alexandre comprometeu de forma categórica o PT dizendo que eles usavam o senhor Haroldo de Almeida Rego para obter recursos nos fundos e trouxe uma fita que teria um pedido de propina de ex-dirigentes da Cedae. As acusações serão agora investigadas pela CPI — afirmou Neto, que vai submeter a fita a perícia.

Fonte:
http://oglobo.globo.com/jornal/pais/190087913.asp

26 janeiro, 2006

McCarthy

Luis Fernando Verissimo

O repórter americano Edward R. Murrow ficou famoso pelas transmissões de rádio que fez de Londres durante a Segunda Guerra Mundial, que muitas vezes incluíam o ruído das bombas alemãs caindo por perto. Se os bombardeios ameaçavam mesmo o destemido Murrow ou se eram um efeito de sonoplastia, nunca se soube ao certo, mas ninguém discutiu a coragem de Murrow e dos produtores dos seus programas na rede de televisão CBS quando decidiram enfrentar o senador Joseph McCarthy, líder da inquisição anticomunista que agitava os Estados Unidos no começo dos anos 50. Murrow se transformara num respeitado homem de TV. Eu morava nos Estados Unidos na época e lembro dos seus dois programas de meia hora, “Person to person”, em que, de um estúdio, ele entrevistava personalidades nas suas casas, e “See it now”, de reportagens, um pouco na linha do que seria o “60 minutes”, anos depois. Foi no “See it now” que a CBS disparou contra McCarthy e seus métodos. Uma semana depois, deu espaço para McCarthy se defender. Até hoje se discute o que foi pior para McCarthy — o ataque ou a sua defesa desastrada.


Ainda não vi o filme que o George Clooney fez do episódio e não sei se ele sucumbiu à maior tentação que enfrentam as reconstituições históricas — a da supersimplificação. Já havia uma reação da imprensa “liberal” ao macartismo quando Murrow resolveu encará-lo e dentro do próprio Partido Republicano crescia o desconforto com o estilo do senador, que foi “censurado” pelos seus pares antes de cair no ostracismo e morrer. Toda a história daquele tempo deve ser revista não apenas no contexto da guerra fria, como no da guerra interna entre republicanos internacionalistas e a facção mais paroquial e reacionária do partido, que foi derrotada então mas acabou prevalecendo. O que não diminui a coragem da CBS, que arriscava perder anunciantes e ser boicotada pela sua posição, e de Murrow e seus produtores, que arriscavam perder o emprego.

Vale relembrar aquele período porque o conservadorismo americano tenta reabilitar a figura de McCarthy enquanto a imprensa americana se restabelece de um exemplo recente de coação macartista, quando se arriscava a ser chamada de antipatriótica se contestasse as mentiras de Bush sobre o Iraque. A reação a isto agora é generalizada e um claro precedente para a nova coragem é o exemplo de Edward R. Murrow, há mais de 50 anos.

Fonte:

http://oglobo.globo.com/jornal/colunas/veriss.asp

Comissão da Alerj vai denunciar rede muncipal de saúde ao MP

25/01/2006 - 13h47m
Taís Mendes - O Globo
RJ TV

RIO - O presidente da Comissão de Saúde da Alerj, deputado Paulo Pinheiro (PPS), vai denunciar a falta de manutenção e a ausência de aparelhos de ar-condicionado nos hospitais municipais do Rio de Janeiro ao Ministério Público. Durante vistoria feita nesta quarta-feira ao Hospital Municipal Miguel Couto, única unidade de emergência da Zona Sul da cidade, o parlamentar constatou que o CTI Pediátrico está funcionando sem ar-condicionado e com as janelas abertas.

Na emergência, no segundo andar, o ar-condicionado funciona precariamente. A enfermaria e o CTI pediátrico estão funcionando com as janelas. Seis compressores de ar, segundo a comissão.

- É uma completa desorganização. São 28 crianças que precisam de cuidado, mas que passam calor. A temperatura ambiente é de 25ºC. Alguns pacientes têm de trazer ventiladores - criticou o deputado.

A Secretaria municipal de Saúde negou que o sistema de refrigeração do CTI pediátrico do Hospital Miguel Couto esteja quebrado.

A comissão, que também constatou as mesmas irregularidades no Hospital Souza Aguiar, vai levar ao Ministério Público um relatório comunicando as irregularidades encontradas nas unidades hospitalares. O documento trará uma avaliação do contrato firmado entre a Prefeitura do Rio e a empresa que faz a manutenção dos aparelhos de ar condicionado. Segundo Pinheiro, também será movida uma ação civil pública responsabilizando o secretário municipal de Saúde, Ronaldo Cezar Coelho, pela situação.

- São inúmeras janelas abertas, pacientes passando calor e equipamentos de ar condicionado com defeito ou funcionando precariamente - relatou o parlamentar.

A Secretaria municipal de Saúde alugou aparelhos de ar-condicionado para substituir os equipamentos quebrados e amenizar o problema. De acordo com a prefeitura, serão instalados, ainda nesta quarta-feira, sete compressores para refrigerar o ar dentro da emergência infantil e de adultos na unidade. Segundo os funcionários, os aparelhos do centro cirúrgico ainda não estão funcionando e apenas um compressor estaria operando com menos da metade da capacidade.

Ainda de acordo com a secretaria, a UTI pediátrica do hospital já tem ar-condicionado e que cinco das oito salas de cirurgia já estariam funcionando. A empresa responsável pela manutenção deve terminar o conserto até domingo.

Por causa do forte calor, médicos cancelaram cirurgias de cesariana na Maternidade Fernando Magalhães, em São Cristóvão. O vereador Carlos Eduardo Matos, da comissão de saúde da Câmara dos Vereadores, esteve no local pela manhã. Segundo informações de seus assessores, o ar-condicionado está com defeito e há um princípio de tumulto provocado pelas mães que tiveram a cirurgia cancelada. Funcionários denunciam que, desde o início da semana, as cirurgias estão sendo adiadas por falta de condições.

Médicos disseram que, das quatro cirurgias previstas para terça-feira, só uma foi feita, porque o bebê tinha problemas, e o calor era intenso no centro cirúrgico. A Comissão de Saúde da Câmara dos Vereadores fez uma vistoria hoje na maternidade e constatou que o centro cirúrgico está parado e que o ar-condicionado não funciona.

A Secretaria de Saúde admitiu que a Maternidade Fernando Magalhães só está realizando cirurgias de emergência pois o ar-condicionado da unidade estaria em manutenção.


Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/rio/mat/2006/01/25/190064846.asp


O incentivo à melhoria da produção cultural no Brasil

Desde que me recordo por gostar de ver bons filmes, vejo a questão da diferença entre o público de cinema brasileiro e o americano. Sempre tive a certeza de que o que fazia a diferença entre ‘nós’ e ‘eles’ era a produção, pois talento nós temos. Como o texto abaixo diz: ‘Só a produção cria público’. E na música é a mesma coisa, hoje, dificilmente se vende um disco de música pop americana como se vendia há 20 anos atrás.

Um grande mercado (os novos jovens com diploma superior) está por ser criado no Brasil a partir da produção mais ‘profissional’, tanto do teatro e cinema, já que na música e novelas, isto já é realidade.
A música particularmente, é um dos mercados de cunho intelectual que mais o Brasil se destaca mundialmente.

O incentivo à melhoria da produção cultural no Brasil, ainda vai gerar tantos empregos quanto o que já foi gerado (relativamente) nos EUA, nos últimos 50 anos. Quem sempre imagina a palavra cinema com sinônimo exclusivo dos EUA, vai ainda ter uma surpresa nos próximos anos, não imagino o ouro, mas entre os primeiros o Brasil vai estar.

25 janeiro, 2006

A cilada do artista invasor

Rio, 23 de janeiro de 2006
Suzana Velasco

A informação chegou aos cadernos de cultura do Ceará e foi ali reproduzida. Um célebre e renomado artista japonês, Souzousareta Geijutsuka, viria ao país pela quarta vez para abrir, no dia 10 deste mês, sua exposição “Geijitsu kakuu”, no Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Fortaleza. No dia seguinte à divulgação do evento pela imprensa local, veio a revelação: Souzousareta não existia. Era tudo uma invenção de um artista de 23 anos, Yuri Firmeza, que quis criar um trabalho justamente sobre os critérios para o reconhecimento da arte nos dias de hoje. Depois de pregada a peça, a imprensa cearense passou a discutir o assunto de forma apaixonada na semana passada, uns com louvores à idéia de Firmeza, outros — sobretudo os que caíram na cilada — atacando ferozmente o que seria uma molecagem de menino. Além da atitude do artista, foi criticada a participação do MAC, reconhecida instituição de arte contemporânea, por ter colaborado com a farsa.

— Quis questionar o papel do museu, da formação de artes visuais e da imprensa. O artista que criei é a própria obra, e o suporte do trabalho foi o jornal — diz Firmeza, recentemente selecionado para o projeto Rumos, do Itaú Cultural, que trará jovens talentos para uma exposição no Paço Imperial este ano. — Achava que os jornalistas teriam mais humor. Faltou reconhecer que eles têm esse interesse pelo que é de fora, querem ser seduzidos pelos mesmos artifícios com que seduzem o público. Eles provaram ainda mais o quanto são reacionários. Levaram para o lado pessoal, o ego foi ferido.

Não havia registro do artista na internet

Mas o humor ficou mesmo por conta da releitura dos textos publicados. Segundo o jornal local “O Povo”, o trabalho do artista era reconhecido no mundo todo e tinha como foco “a harmonia entre a natureza que nasce e morre, empregando equipamentos tecnológicos, para abordar a discussão em torno da fragilidade da vida e suas conseqüentes contradições”. Informações retiradas da assessoria de imprensa do artista, feita pela namorada de Firmeza.

Além de um texto exaltando a arte eletrônica de Souzousareta, a competente assessora enviou registros do trabalho: uma foto de um gato, que seria um trecho de um vídeo, e uma imagem, distorcida em photoshop, da Praia Porto das Dunas. Se passaram ao largo do fato de não haver qualquer registro do japonês na internet ou em textos impressos, é normal que ninguém tenha percebido as pistas deixada por Firmeza no próprio nome que deu ao artista, que em português significa “artista inventado”, e à exposição, “arte e ficção”. Diretor do MAC há 11 meses, Ricardo Resende não interferiu nessa divulgação, mas admite que passou por uma saia justa:

— Um jornalista do “Diário do Nordeste” me ligou para saber da mostra porque não estava encontrando informações. Fui pego de surpresa. Disse que pediria para o artista entrar em contato com ele.

Foi o que o artista fez. No papel de Souzousareta, respondeu a uma entrevista por e-mail, que foi publicada em página inteira. Foi uma repercussão da qual museu e artista não tinham idéia quando Firmeza propôs o artista inventado ao ser convidado para o projeto Artista Invasor.

— Procuro dar a máxima liberdade para o artista criar. Convidei o Yuri pensando em suas performances, que já achei que seriam bastante ousadas ( ele faz muitas das performances nu ). Mas ele foi mais ousado ainda e me testou, para ver até onde eu iria. Eu fui adiante, porque tive o apoio da presidência do museu. Sabíamos que poderia haver um conflito, mas a imprensa podia não ter publicado uma linha sobre o assunto — avalia o diretor do MAC de Fortaleza.

Para Resende, a divulgação só prova o preconceito da imprensa com os artistas cearenses, já que nas outras edições do Artista Invasor não houve qualquer reportagem:

— Há um certo deslumbramento com o que vem de fora no Brasil todo, não só no Ceará. A mídia insistiu em publicar a matéria, mesmo com dificuldades de achar informações. Foi uma ingenuidade, ou mesmo uma falta de conhecimento de arte contemporânea. Depois houve uma tentativa de jogar o erro para o outro, enquanto o grande erro foi da própria mídia.

Firmeza, apesar de enfatizar que o problema é da imprensa em geral, faz críticas à falta de especialização no estado.

— Acho que a imprensa de São Paulo e do Rio também poderia ter caído nessa. Mas o Ceará é uma província. Aqui os jornalistas não têm fundamentação teórica sobre arte, é uma verborragia — diz ele, citando o artigo “Arte e molecagem” do jornalista Felipe Araújo, de “O Povo”, que afirma que a arte contemporânea é, “com raras exceções, uma arte pobre, recalcada e alienada, feita por moleques que confundem discurso (ou melhor, as facilidades conceituais de um discurso) com pichação.” — Todo o preconceito está ali.

Para diretor, museu cumpriu seu papel

No museu, o visitante poderá ver a troca de e-mails entre Firmeza e um amigo sociólogo, com conversas sobre Bourdieu, Nietzsche e Deleuze, inspiradoras da idéia de se criar um artista inventado. Aos poucos, o local receberá ainda as fotos do suposto japonês, divulgadas para a imprensa, reportagens sobre o caso e performances e registros em vídeo de Yuri — que não sabe como a exposição teria sido montada se nada houvesse sido publicado nos jornais:

— Foi um risco que corri desde o início. Mas de qualquer modo estaria lá a troca de e-mails. As performances aconteceriam e também voltariam ao museu como registros. Só sei que se o Yuri tivesse enviado o material, nada teria sido publicado na imprensa.

Para Resende, o museu saiu fortalecido no meio artístico porque mostrou que funciona para ousar:

— Nossa credibilidade não está ferida. Acho que as pessoas se perguntam que mídia é esta, que informações estão lendo. O museu só está cumprindo seu papel de ser o espaço do artista. O trabalho deu muito certo porque chegou ao editorial do jornal e a outras áreas em que a arte contemporânea nunca é tratada. Ele foi realmente um invasor.

Fonte:
http://oglobo.globo.com/jornal/suplementos/segundocaderno/190029798.asp

24 janeiro, 2006

A viagem dos meus sonhos

Rio, 19 de janeiro de 2006

As muitas faces da Patagônia


Júlia Dias Carneiro

El Calafate, Argentina

Reza a lenda que o nome Patagônia vem de patagónes , como eram chamados os aborígines da região devido a seus grandes pés — no espanhol, o “gón” é aumentativo para “pata”, ou pé. Assim eram, no imaginário dos navegantes europeus, os nativos da porção mais austral da América. A região se estende do Rio Colorado, ao norte, até o Cabo Horn, ao sul, somando mais de um milhão de quilômetros quadrados em solo chileno e argentino. Está explicado: haja pés. Conhecer a Patagônia não é tarefa para uma viagem (nem duas, nem três). A área, que deve ser visitada entre novembro e março (ou seja, primavera e verão), é tão grande quanto variada, com paisagens marcadas por estepes, parques montanhosos com lagos azul-esmeralda, geleiras em atividade, criações de carneiros beirando as estradas ou cenários espetaculares da Cordilheira dos Andes. O roteiro a seguir leva a algumas dessas paisagens — não as únicas imperdíveis da região, mas todas imperdíveis e únicas.





Saiba como planejar sua viagem

Navio pequeno e equipe profissional
A bordo de cruzeiro que parte do Chile, turista tem a chance de chegar bem perto de glaciares
Ushuaia, o começo do fim
Isolamento e contato com a natureza nos canais e fiordes da Terra do Fogo
De campings a hotéis de luxo
Distante 362 quilômetros de El Calafate, reserva no Chile tem trilhas que levam a geleiras
Desvio para El Chaltén
Glaciar Perito Moreno é a atração principal, mas outras geleiras também valem a visita
Diversas opções para explorar a região


Fonte:
http://oglobo.globo.com/jornal/suplementos/boaviagem/189993623.asp


Comentário:



Somente para esclarecer aos leitores, que podem ainda se confundir sobre a origem do nome 'Patagônia'. A explicação da repórter é correta, na etimologia da palavra, mas pode levar a um equívoco para quem hoje lê: que os nativos daquela região tinham pés grandes. O fato é que os nativos homens, realmente eram altos (o nativo que fez o primeiro contato tinha 1,80 m), as mulheres eram baixas se comparadas com os homens.
Eles foram chamados de 'gigantes' pelos primeiros portugueses que lá passaram, na expedição de Fernão de Magalhães, isto em 1520. Mas o fato é que em seus pés, eles usavam um tipo de sapato de peles que os deixavam cerca de 15 cm mais altos, reforçando a idéia de duplamente errônea de 'índios gigantes' (índios por causa do caminho das Índias...)

Informações retiradas do livro:

'Além do Fim do Mundo - A aterradora história da Circunavegação de Fernão de Magalhães' - Editora Objetiva, 2005.


Haroldo Kennedy

Um excepcional exemplo de Nova York

19/1/2006

Quando tomou posse pela primeira vez na prefeitura de Nova York, Michael Bloomberg disse uma frase que não me saiu da cabeça -pediu aos eleitores que o julgassem pelo desempenho dos alunos da cidade. Nunca tinha ouvido um governante estabelecer uma relação tão direta entre um mandato e os indicadores da educação.

Há algumas semanas, estava de novo em Nova York e, por coincidência, era a posse dele em seu segundo mandato. Ele conseguiu tamanha popularidade que já pensam em mudar a lei para que ele possa concorrer a um terceiro mandato. Para cumprir sua promessa, está fazendo da cidade um gigantesco laboratório educacional, com as mais diversas experiências, além de aprimorar a formação de professores, de diretores, para melhorar o currículo e saber lidar com a comunidade.

Sua proposta teve tamanha aceitação que fundações e indivíduos estão abrindo a carteira para bancar essas experiências. Só no ano passado, arrecadou-se R$ 1 bilhão para essas experiências.

Sinceramente, não sei se ainda vou ver no Brasil um governante fazer dos indicadores da educação o que foram aqui no passado os indicadores de inflação e hoje são os de emprego.

Autor: Gilberto Dimenstein / Folha de S. Paulo


Fonte:
http://www.revistadigital.com.br/forum_ads.asp?CodMateria=3049

Nascer, crescer e morrer em Nova Iorque

20/01/2006 - 13h50
Corpo achado em metrô de NY pode ter rodado horas dentro de vagão

da Folha Online

Um homem encontrado morto dentro de um vagão do metrô de Nova York na manhã desta sexta-feira pode ter ficado horas rodando pelas estações da linha antes de ser descoberto, informaram autoridades nova-iorquinas.

Eugene Reilly, 64, funcionário dos Correios, foi encontrado morto às 7h da manhã [10h da manhã de Brasília], segundo o porta-voz do metrô de Nova York, James Anyansi.

O trem foi esvaziado e equipes médicas foram chamadas até o local. Segundo a polícia, não há sinais de violência ou ferimentos no corpo.

Uma autópsia deve determinar a causa da morte e quanto tempo o corpo de Reilly --que trabalhava das 16h à meia-noite e meia-- permaneceu no vagão após sua morte.

Caso ele tenha deixado o trabalho na hora de costume e morrido durante o trajeto de cerca de 35 minutos, seu corpo pode ter permanecido cerca de seis horas no trem antes de ser descoberto.

Em junho de 1999, um passageiro permaneceu cinco horas dentro de um vagão, ao lado de outros passageiros, antes de perceberam que ele estava morto. O homem parecia estar dormindo, já que tinha os olhos fechados e a cabeça baixa.

Com agências internacionais

Fonte:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u91746.shtml

Comentário:

No filme "Colateral" de Tom Cruise, fazendo o papel de
um assassino de aluguel e Foxx como um motorista de taxi medroso,
o assassino cita uma história idêntica, mas ocorrida em Los
Angeles, de que as pessoas são tão insensíveis que não vêem
mais que uma pessoa está morta ao seu lado, e que o morto teria
"rodado" por várias horas no metro de Los Angeles até que alguém o identificasse
como uma pessoa morta.



A Rocco erra mais uma vez com 'Harry Portter'

23/01/2006 - 11h07m
Defeitos da edição brasileira de 'Harry Potter' põem fãs e editora Rocco em pé de guerra

Douglas McMillan - O Globo
RIO - Nas últimas duas semanas, parte dos fãs da obra de J.K. Rowling tiraram Voldemort, o vilão das aventuras de Harry Potter, do posto de inimigo público número 1. Em seu lugar, pasmem: a editora Rocco.
Tudo por conta de problemas no mais recente episódio da série, "O enigma do Príncipe", que, a despeito de toda a grita, continua encarrapitado no topo da lista de infanto-juvenis mais vendidos.
As alegações são extensas e vêm com o tom de mágoa próprio dos traídos. "O livro me deixou extremamente decepcionado", diz um dos muitos fãs que escreveram para o seção de defesa do consumidor do GLOBO. "Existem milhares de assinaturas em abaixo-assinados", exagera, em outro momento.
Há capas cujas letras douradas desaparecem, páginas enrugadas, miolos que se soltam, impressão borrada em certas partes e desbotada em outras, além de tropeços de revisão, como nomes de personagens que mudam e traduções que não batem com os originais. Todos os reclamantes ouvidos pelo GLOBO possuíam exemplares impressos na Prol Editora Gráfica, responsável por parte da primeira tiragem de 350 mil livros no país, o que pode identificar a origem dos defeitos gráficos.
- Meu livro soltou a capa na primeira lida - revolta-se Rachel Bueno. - Colei a lombada com Super-Bonder e passei papel contact na capa. Só assim para o livro se segurar.
Outros se descabelam com a discrepância entre preço e qualidade, e reclamam da dificuldade de troca.
- Comprei a coleção completa no site Submarino. Disseram que só trocariam se eu pagasse o envio dos livros de volta a São Paulo - conta o carioca Gustavo Damasceno. - Desisti.
Mas o principal catalisador da bruxuleante fúria dos fãs está ali no finzinho da página 327: Harry trava um diálogo com seu colega Rony. Subitamente, como se tocado com uma vara de condão, vira Jerry por uma linha.
Nas últimas semanas formou-se um intrépido exército potteriano. O centro nervoso da campanha é a comunidade Harry Potter Senior, no Orkut. Dezenas de pessoas - nenhuma criança, como diz o nome - criticam sem dó a editora, discutem abaixo-assinados, catam erros e criam comunidades-filhote como a "Editora Rocco = serviço porco".
O editor Paulo Rocco tem, claro, outra visão do caso.
- Aprendemos a peneirar as observações relevantes e descartar as implicâncias dos sabichões de plantão. Não há menção a Jerry Potter, há a Jerry. É erro, mas óbvio, de digitação. Seria grave se ocorresse inúmeras vezes, gravíssimo se comprometesse a compreensão do texto. Não é o que acontece.
Mas alguns se irritam justo com o óbvio. "Como a editora não viu o nome do personagem principal errado?!?!?!", esbraveja, com toda a pontuação que um e-mail permite, um fã que não quer o nome divulgado "por temer retaliações" na hora de trocar o livro.
Rocco afirma que os exemplares com problemas de acabamento podem ser trocados através do telefone 0800-216-789 e do e-mail harrypotter@rocco.com.br .
Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/cultura/plantao/2006/01/23/190034798.asp


Opinião:

Não é de se surpreendermos, pois, em outra ocasião em que outro livro era ‘best
seller’, “Uma breve história do tempo’, o livro do físico inglês, Steve Hawking,
isto há uns bons 20 anos atrás, a mesma editora Rocco, errou ao traduzir
apressadamente e sem a revisão de um físico, coisas básicas, como por exemplo:
ao invés de traduzir “ligth” como “leve”, traduziu como luz, o que deu outro
sentido a frase do físico, que estava descrevendo um processo que surgia como
produto “partículas leves” e não “partículas de luz”, e tem uma série de outros
erros grosseiros...

Quem tem pressa come cru, e quem é inteligente, deve
aprender com os próprios erros, que não é o caso da Editora Rocco.

23 janeiro, 2006

Coca, agora um assunto que se toca

22/01/2006 - 16h37m
A coca não é cocaína

Por Helena Klang, especial para o Globo Online

No ano de 2003 resolvi colocar minha mochila nas costas e viajar por lugares que antes não eram de minha escolha: os países latino-americanos. Muitos jovens brasileiros não têm interesse em seus vizinhos e por isso, junto com uma amiga também jornalista, resolvi documentar a viagem com uma câmera digital e assim incentivar os amigos.

Escolhemos a Bolívia como nosso destino. No estilo "uma câmera na mão e uma idéia na cabeça" transformamos nossa viagem de lazer numa investigação jornalistíca. A ídeia era entender a questão da folha da coca e a política anti-narcóticos americana, que transformou a planta, de valor cultural e religioso em toda a região andina, na grande vilã da guerra anti-drogas.

Entramos em contato com jornalistas na Bolívia que nos apresentaram figuras importantes do cenário político boliviano. Evo Morales era a peça-chave para este quebra-cabeça. Simples e carismático, Evo nos recebeu para uma entrevista descontraída em seu gabinete na Câmara dos Deputados.

Descendente dos índios Aymara, ele nos contou sua trajetória política, desde quando foi líder do sindicato dos produtores de coca até se tornar presidente do Movimento ao Socialismo, o MAS.

Evo criticou fortemente o plano de erradicação da folha da coca imposto pelos Estados Unidos e defendeu a planta como produto cultural e medicinal.

E parecia que esta era a opinião de todos os entrevistados. Deputados, intelectuais e pessoas comuns que encontramos nas ruas, todos defendiam a coca como símbolo de identidade andina. De fato, a planta é usada há quatro mil anos na região, já que possui substâncias que aliviam os males da altitude.

La Paz é a capital mais alta do mundo e o chá feito com as folhas da coca é vendido normalmente em cada esquina da cidade.

A curiosidade de ver a planta foi aumentando e decidimos visitar o mercado de coca em La Paz. Ao chegar, me dei conta que é apenas uma folha e que a transformação em cocaína a ser vendida nas bocas de fumo no Rio de Janeiro ou em qualquer outra cidade do mundo envolvia uma série de outras coisas que não tinham nada a ver com a plantinha que os bolivianos cultivam para fazer chá e aliviar a pressão.

Resolvemos entrar em contato com a embaixada americana para entender por que os EUA financiavam o Plano Dignidade, uma cópia do Plano Colômbia, só que na Bolívia. O plano determina a quantidade e os locais onde a coca pode ser plantada e, por isso, acabou produzindo uma alta no preço da planta. Os indígenas, que antes a consumiam quase de graça, agora pagam quantias absurdas pela coca.

Num primeiro momento, a embaixada nos esnobou. Fez mil perguntas sobre nosso interesse no assunto e negou a entrevista. Depois de muitos e-mails e ligações conseguimos uma conversa com o diretor do DEA, sigla em inglês que define a divisão anti-narcóticos dos EUA.

O diretor não falava espanhol. Estava no país para erradicar a coca e o plano de desenvolvimento alternativo, que incentiva os cocaleiros a trocarem seu cultivo por plantações de cítricos, pimenta e outros produtos mas, não previa qualquer ajuda nas exportações destes produtos. O exército boliviano entra na jogada destruindo as plantações ilegais. Enquanto arrancavam arbustos, os soldados mastigavam a folha da coca.

No final das contas, percebemos que os cocaleiros que se rendem ao desenvolvimento alternativo não encontravam mercados para a produção e aqueles que permaciam plantando coca se arriscavam - persistentemente - na ilegalidade. E, pelo visto, a determinação valeu:o líder cocaleiro, Evo Morales, foi eleito presidente da Bolívia para mudar esta história.

Fonte:

http://oglobo.globo.com/online/mundo/mat/2006/01/20/190020075.asp

18 janeiro, 2006

Medicina é nova locomotiva da economia de Cuba

Tom Fawthrop
de Havana


Cuba, que até pouco tempo dependia do turismo e da exportação de charutos e níquel para sobreviver, vem silenciosamente desenvolvendo um vigoroso setor de saúde que poderá transformar a cambaleante economia do país.


Segundo dados do Ministério da Saúde, a indústria do turismo (avaliada em US$ 1,8 bilhão) será superada em breve pelas empresas de biotecnologia, de exportações de vacinas e pelo fornecimento de serviços de saúde para outros países.

Os bem-sucedidos testes clínicos em vários países já estabeleceram Cuba como líder mundial em pesquisa e tratamento de câncer.

No ano passado, o orçamento de Cuba para a saúde foi impulsionado pelas exportações de produtos de biotecnologia – que dobraram para US$ 300 milhões – pelo atendimento a pacientes estrangeiros e pela exportação de outros produtos médicos, equipamentos e máquinas de diagnóstico.

Também no ano passado, uma empresa de biotecnologia foi aberta na China, em um empreendimento conjunto em que Havana oferece a transferência de tecnologia para tratamentos de câncer. Neste ano, Cuba está de olho no ocidente.


Fidel tenta investir nos recursos humanos

A empresa alemã de biotecnologia Oncoscience está realizando testes clínicos com o remédio anti-câncer TheraCIM h_R3, que ela espera registrar, e a empresa Cancervax, da Califórnia, deve testar outro tratamento cubano contra o câncer depois de Washington ter concordado em abrir uma exceção para o embargo comercial.

"Se conseguirmos acesso ao mercado ocidental, então este setor de alta tecnologia poderá se tornar a locomotiva de toda a economia cubana", disse o médico Rolando Perez, do Centro de Imunologia Molecular (CIM).

Motor para o crescimento

Desde que assumiu o poder em 1959, Fidel Castro tenta criar uma potência médica global, mas foi apenas em 1991, depois do colapso da União Soviética - que apoiava a ilha financeiramente - que o setor de saúde se tornou uma potencial fonte de receita.

Nos anos 90, Cuba se tornou o primeiro país a desenvolver e comercializar a vacina contra a meningite B, o que fez aumentar bastante as exportações do país. Depois, houve a procura pelas vacinas do país contra a hepatite B, que atualmente é fornecida para 30 países, entre eles China, Índia, Rússia, Paquistão e países da América Latina.

Agora, a esperança é que o setor de saúde ajude a transformar Cuba, cuja economia sofre depois de 40 anos de punições comerciais dos Estados Unidos e duas décadas de má administração econômica de Fidel Castro.

Recursos humanos

Segundo Fidel, o modelo de desenvolvimento de Cuba é baseado no direcionamento da riqueza para os recursos humanos e ciência para criar uma economia baseada no conhecimento em torno da saúde.

O presidente começou os investimentos em biotecnologia ainda nos anos 80.


Cuba conta com um médico para cada 170 pacientes

Duas décadas depois, as perspectivas de Cuba em uma era pós-Fidel parecem rosadas, com o setor da saúde em expansão e uma economia embriônica baseada no conhecimento.

Cuba mantém médicos em missões humanitárias no exterior e recebe estudantes estrangeiros para se graduar nas prestigiadas escolas de medicina do país.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a ilha conta com um médico para cada 170 pacientes, em média, número superior ao dos EUA, onde a média é de um médico para cada 188 pacientes.

Cuba também fez um acordo com a Venezuela, país para o qual presta serviços de saúde em troca de petróleo, num valor estimado de US$ 1 bilhão.


Fonte:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2006/01/060117_cubamedicinaba.shtml

16 janeiro, 2006

Por que estamos aqui? Comida de águia

12/01/2006 - 15h55m
Cientistas dizem que humanos primitivos eram alimentos de águias
Reuters

JOHANESBURGO - Os seres humanos primitivos eram comida das aves. A assustadora descoberta foi anunciada por cientistas da Universidade de Johanesburgo nesta quinta-feira. Eles afirmaram ter achado provas irrefutáveis de que a chamada 'criança Taung', um crânio de hominídeo de dois milhões de anos, considerado uma das descobertas mais dramáticas na área de evolução humana, foi morto e comido por uma águia.

- Os pássaros costumavam nos comer e, ao fazer isso, moldaram nosso comportamento - contou Lee Berger, paleoantropólogo da Universidade de Johanesburgo em Witwatersrand. - Aves de rapina são alguns dos animais que despertam alarme especial entre os primatas modernos - disse o cientista.

Berger contou que a criança tinha, provavelmente sido capturada por águia e sido levada para seu ninho, onde seus olhos foram retirados para o jantar. O crânio da criança eventualmente caiu, apenas para ser encontrado dois milhões de anos depois.

- Nos incluir no menu das águias também pode explicar outros aspectos da evolução humana, desde o andar ereto, o que representaria um alvo menor para um agressor aéreo, até nossa tendência para viver em grupo.

- Esses pássaros estariam atrás dos integrantes mais vulneráveis do grupo - disse Berber, um cenário que pode ter desencadeado uma série de medidas coletivas de proteção.

Esse assassinato ocorreu há dois milhões de anos, mas o culpado, uma água africana, também conhecida como água-cinzenta, ainda circula pelos céus e grandes aves de rapina continuam a caçar primatas na África.

Descoberto na África do Sul em 1924, a criança Taung causou impacto no mundo científico quando Raymond Dart sugeriu em 1925 que essa era uma forma mais avançada de primata, que ele chamou de 'Australopithecus africanus', ou hominídeo do sul da África. Poucos especialistas queriam aceitar que a humanidade havia evoluído no continente.

Por décadas se acreditou que a famosa criança Taung havia sido morta por um leopardo ou um tigre dente-de-sabre. Mas há cerca de dez anos, Berger e um colega sugeriram que a criança, que tinha entre três a quatro anos quando morreu, havia sido morta por uma ave de rapina.

Por um grande tempo isso foi apenas hipótese. Tudo mudou depois que a Universidade do Estado de Ohio apresentou um estudo sobre restos de primatas mortos por águias para que Berger revisasse. O cientista descobriu várias rachaduras nos ossos que distinguiam a ação de aves de rapina dos felinos.

Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/ciencia/mat/2006/01/12/189930894.asp

Meu comentário:

Tem uma tirinha do ‘Calvin e Hobbes’, que o menino está pensativo à noite,
e, sem sono.
O Hobbes, o tigre, está ao seu lado na cama imensa dormindo, e
mais uma vez o Calvin chama o tigre e pergunta:

Por que estamos aqui?”
O tigre acorda, vira para o seu lado do menino, mostrando suas
garras afiadas e com um olhar felino responde:

Comida de tigre!”

Calvin assustado com a resposta do amigo, coloca a cabeça
de baixo do lençol e tenta dormir...

Lula rebate críticas de que obras seriam 'eleitoreiras'

16/01/2006 - 14h10m
O Globo
Agência Brasil

BRASÍLIA - Assim como fez no programa semanal de rádio "Café com o presidente", ao visitar as obras de duplicação da BR-101 Nordeste, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a negar que o governo esteja investindo na recuperação de estradas no início de um ano eleitoral de olho nas eleições presidenciais. Lula afirmou que chegou a pedir que não fosse montado palanque nos locais onde visitará obras nas estradas e afirmou que, fazendo ou não fazendo obras, os adversários vão fazer críticas de qualquer forma.

- Eu até pedi para não montar palanque para dizer que não é campanha, porque é assim, lamentavelmente, é assim: se você não faz, vira campanha do adversário, se você faz, diz que é campanha sua. Entre não fazer e fazer, eu prefiro ser criticado fazendo, porque pelo menos o povo sofre menos - discursou o presidente em São José de Mipibu, no Rio Grande do Norte.

O presidente disse que está tentando duplicar a BR-101 Nordeste desde o início de seu governo e reclamou das empresas que ganharam a licitação para realizar as obras. Segundo ele, o impasse entre as empresas está emperrando o início das obras, o que levou o governo a recorrer ao Batalhão de Engenharia do Exército para fazer a duplicação da estrada. O projeto, que prevê a duplicação de 336 quilômetros de pavimento entre Natal e a cidade de Palmares, em Pernambuco, não faz parte da operação tapa-buracos.

- É importante deixar claro que, se até quando o Exército estiver terminando esta obra as empresas não pararem de brigar, os outros trechos também nós vamos dar para o Exército, que é para as empresas pararem de brigar e resolverem, então, aceitar fazer as coisas, porque não é possível o que acontece no Brasil, quando você pensa que está tudo resolvido, alguém vai para a Justiça e uma obra que tem urgência, como esta, demora anos e anos - afirmou.

Na edição desta segunda-feira do programa "Café com o presidente", veiculado pela Radiobrás semanalmente, o presidente já tinha se defendido das críticas de fazer obras eleitoreiras:

- Ora, entre a briga partidária e o povo, vou ficar com o povo. Nós estamos fazendo e alguns estão dizendo que são obras eleitoreiras, mas se nós não fizéssemos continuariam sendo eleitoreiras para eles. Porque aí, todos eles já estariam fotografando, filmando, para colocar em seus programas de televisão - disse Lula no rádio.

O presidente disse também no programa que só agora o governo tem os recursos necessários para recuperar as estradas federais. Segundo ele, houve pouco dinheiro em 2003, R$ 2,5 bilhões em 2004 e só em 2005 foi possível investir R$ 6 bilhões.

- Portanto, somente agora é que nós temos os recursos para fazer aquilo que deveria ter sido feito há 10, 15 anos ou no meu primeiro ano de governo.

O presidente falou também da utilização dos recursos da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) - imposto cobrado sobre os combustíveis para a manutenção das estradas - e das acusações de que o governo não estaria utilizando devidamente a verba.

Segundo o presidente, a Cide arrecadou em 2005 R$ 7,7 bilhões, dos quais 29% foram repassados aos estados. A União ficou com R$ 5,4 bilhões e o governo investiu R$ 6 bilhões na área de transportes, recurso superior ao arrecadado com o imposto.


Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/pais/mat/2006/01/16/189965780.asp

13 janeiro, 2006

Brasil sai da lista negra americana contra pirataria

Eliane Oliveira - O Globo

BRASÍLIA - Cinco anos depois uma investigação repleta de ameaças de retaliação e advertências da parte dos Estados Unidos, o Brasil saiu da lista negra americana, formada por países com problemas de pirataria. A notícia foi dada nesta sexta-feira, por telefone, pelo representante de Comércio da Casa Branca, Robert Portman, ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Portman informou que o processo investigatório foi encerrado e a conclusão é de que as medidas que têm sido tomadas pelo governo brasileiro em defesa da propriedade intelectual são satisfatórias.

Com a decisão do governo americano, o Brasil não corre mais o risco de sair do Sistema Geral de Preferências (SGP) daquele país. Trata-se de um mecanismo - uma concessão dos EUA- que permite a redução das tarifas de importação nas compras de produtos exportados por nações em desenvolvimento.Segundo técnicos da área de comércio exterior, entram anualmente via SGP no mercado dos EUA cerca de US$ 3 bilhões em exportações brasileiras.

A boa notícia dada por Portman ao chanceler brasileiro é fruto de uma conversa entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e George W. Bush, em outubro do ano passado. Durante a visita de Bush ao Brasil, Lula fez um apelo, para que as investigações levassem em conta tudo o que o Brasil já havia feito para combater a pirataria.

"O encerramento da investigação representa importante vitória para o Brasil e para os exportadores brasileiros, uma vez que assegura a preservação do atual regime do SGP", diz um comunicado divulgado pelo Itamaraty.

"A decisão do governo americano reflete o nível positivo do diálogo e o grau de cooperação alcançado entre os dois países, bem como o reconhecimento do notório respeito e proteção da propriedade intelectual no Brasil", conclui a nota.

Fonte:
http://oglobo.globo.com/especiais/exterior/189942236.asp

Comentário:

O episódio do DVD pirata do filme, "2 Filhos de
Francisco
" deve ter sido uma tentativa de dar um empurranzinho
para trás na decisão tomada acima! Tá na cara, por que então se
preocupar por tão pouco?


Governo suspende licitação para nova faixa presidencial

13/01/2006 - 12h57m
Francisco Leali e Alan Gripp - O Globo
Globo Online

BRASÍLIA - O Palácio do Planalto decidiu suspender a licitação para confecção de uma nova faixa presidencial. A faixa com detalhes em fio de ouro estava orçada em R$ 38 mil, ou seja, 126 salários-mínimos ou ainda 211 cestas básicas. A suspensão da licitação foi publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira.

Na quinta-feira da semana passada a Casa Civil havia lançado o edital para a compra do apetrecho. Só a descrição da nova faixa ocupava 97 linhas do documento, publicado no site da Presidência. A nova faixa presidencial teria 1,67 metro de comprimento, 12 centímetros de largura e, seria confeccionada em cetim nas cores verde-bandeira/amarelo-ouro/verde-bandeira (nessa ordem). Todos os detalhes seriam feitos em ouro 18 quilates.

A compra foi uma sugestão do cerimonial do Palácio do Planalto, que considera a atual velha demais para a sua importância. O primeiro presidente que usou a faixa atual foi Fernando Collor de Melo, que assumiu a presidência em 1990.

Instituída por decreto em 1910 pelo presidente Hermes da Fonseca, a faixa presidencial já protagonizou episódios curiosos e já motivou lendas da História do Brasil. Dizem que a faixa utilizada por João Goulart, antes do golpe de 1964, foi levada para o exílio por seu cunhado, Leonel Brizola, que a teria guardado na esperança de um dia ser eleito para o cargo.

Apesar de a tradição impedir que a faixa seja trocada, o desgaste natural exige que ela seja refeita de tempos em tempos. Não há registro oficial de quantas faixas teriam sido usadas. A de Juscelino Kubitschek é a única que, consta, foi guardada por ele mesmo e depois exposta, no Memorial JK. Já o ex-presidente José Sarney diz que mandou confeccionar uma faixa especial para o enterro de Tancredo Neves.

No primeiro dia de 2003, a passagem da faixa presidencial de Fernando Henrique Cardoso para Luiz Inácio Lula da Silva teve um episódio curioso. Sem esconder o nervosismo, Fernando Henrique deixou cair os óculos ao tirar a faixa para entregá-la a Lula. O novo presidente, então, se abaixou para pegar os óculos do amigo e adversário e por pouco a faixa também não caiu.

Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/pais/mat/2006/01/13/189941071.asp

12 janeiro, 2006

Educar a pressa

Cristovam Buarque


Em janeiro de 2003, sugeri ao presidente Lula e ao ministro Gushiken que a primeira fala presidencial em cadeia nacional fosse para saudar a volta às aulas. Seria a oportunidade de falar da importância desse dia. Dizer às famílias que a educação se faz na escola e em casa, e lembrar a importância dos pais na formação dos filhos. Era a oportunidade de explicitar o programa de governo para a educação, reafirmar o compromisso com os professores, maior participação federal na educação básica, acabar com o analfabetismo e criar o Fundeb. O ministro foi claro de que o assunto não merecia ser mencionado em cadeia nacional. Em janeiro de 2004, já fora do MEC, voltei a fazer a sugestão, por meio de carta, sem resposta; em 2005 também insisti; e faço o mesmo agora. Mas não tenho ilusões de que para o governo Lula a volta às aulas seja um assunto importante.

O fato é que, durante todos estes anos, Lula raramente falou de educação e, quando menciona o assunto, trata de ensino superior ou técnico. A educação básica quase nunca aparece em seus discursos. Em 2004, vi o discurso de Lula sobre pobreza na China e me surpreendi que nem uma única vez tenha aparecido a palavra educação. Pedi o discurso por escrito e constatei que realmente não estava lá.

Mas, no primeiro programa de rádio deste ano, Lula citou a educação básica, dizendo que o futuro dela depende da aprovação do Fundeb e sua demora será culpa do Congresso. Ele demorou muito a falar em educação básica e agora falou de maneira equivocada.

Primeiro equívoco: responsabilizar e cobrar a rápida aprovação de um projeto que ele engavetou durante dois anos. O Fundeb foi elaborado no primeiro ano do governo. Como ministro, coordenei a elaboração e entreguei uma proposta no fim de 2003. O presidente demorou e agora quer que o Congresso aprove sem discutir, sem melhorar, o mais rápido possível, aquilo que ele mesmo esperou dois anos para enviar ao Congresso.

Segundo equívoco: dizer que o Fundeb trará mais R$ 4 bi para a educação básica, sem dizer que só será por volta de 2010. Lula não disse que, para 2006, o Fundeb prevê a aplicação de apenas R$ 1,3 bi. Dinheiro que parece muito para quem não sabe que o Brasil já aplica pouco mais de R$ 50 bilhões por ano em educação básica. Lula propõe um aumento insignificante: R$ 0,15 por dia de aula por aluno.

Terceiro equívoco: Lula não disse que o projeto apresentado em 2003 previa recursos no valor de R$ 4,3 bi desde o primeiro ano; quatro vezes mais do que aquele apresentado agora em 2005.

Quarto equívoco: não dizer que mais dinheiro na educação de pouco vai servir se não vier acompanhado de outras ações e propostas que continuam dormindo nas gavetas do Planalto. O MEC não é um banco para apenas transferir dinheiro. Quando os estados não recuperaram as estradas, o governo federal interveio.

Quando os municípios relegam seus compromissos com a educação, o governo federal apenas transfere um pouco de dinheiro e lava as mãos sobre o destino das crianças. Ao lado de um Fundeb, o governo precisa definir uma lei de responsabilidade educacional, nos moldes da Lei de Responsabilidade Fiscal. Precisa determinar metas nacionais para todas as escolas do Brasil. Comprometer prefeitos e governadores com realizações e não com mais gastos apenas.

Depois de três anos sem tocar no assunto, Lula falou em educação básica, mas cometeu duas verdades incompletas que juntas correspondem a uma imensa ilusão: que está agindo rápido e o Congresso devagar; e que o dinheiro que propõe é muito e suficiente para resolver a crise da educação brasileira, se o Congresso colaborar. Talvez seja coincidência que 2006 seja um ano eleitoral.

Mas após três anos é legítimo desconfiar que depois de desprezada a educação passa a ser manipulada com propósitos eleitorais. É por isso que o Congresso tem obrigação de apressar a análise do Fundeb, mas depois de melhorar o que há de errado e incompleto nele. Essa é a chance que não pode ser perdida: adiando a aprovação ou aprovando-a apressadamente.

É preciso pressa para a educação, mas é preciso também educar a pressa.

Artigo publicado no jornal O Globo no dia 07/01/2006.

03 janeiro, 2006

a tirinha mais tristes de todos os tempos...

A tirinha mais triste de todos os tempos...(apócrifa)

























Recebi por e-mail esta tirinha, com o comentário: "a tirinha mais tristes de todos os tempos...(apócrifa)".

No primeiro quadrinho, o tigre Hobbes chama o seu amiguinho, o menino, Calvin para brincar:

"Você já está fazendo o trabalho do colégio? Não era só pra
quinta?"

Calvin responde:

"É, eu sei...Mamãe disse que as pílulas devem estar
funcionando..." .

A referência sobre o remédio: "as pílulas devem estar funcionando...", é pelo fato do Calvin ser um menino que se encaixa no perfil atualmente chamado de hiperativo. O sintoma desta hiperatividade é a chamado de "déficit de atenção".


Nos próximos quadrinhos, vemos uma seqüência de chamados do Tigre para o menino, que o ignora, até que no último quadrinho, o tigre toma a forma de um bicho de pelúcia, que realmente é desde o primeiro quadrinho. Sua mudança para o mundo real representa que os remédios estão funcionando, como sugeriu a primeira frase: "as pílulas devem estar funcionando...".