04 dezembro, 2006

Esta é uma rua lá em Baependi

Estava configurando meu Flickr para incluir minhas fotos no meu Blogger! Muito bom isto! Agora ficará mais fácil incluir as imagens. Pena que a configuração do texto ainda fica muito a desejar.

27 setembro, 2006

Presos 16 suspeitos de pedofilia no interior de Minas

Plantão Publicada em 27/09/2006 às 09h29m

Globonews TV

RIO - Foram presos 16 suspeitos de pedofilia em Caxambu, no interior de Minas Gerais. Entre eles estão três ex-vereadores da cidade. O inquérito que apura o caso foi aberto em fevereiro de 2004, após uma mulher que não quis se identificar ter denunciado ao Ministério Público que o grupo de homens praticava sexo com meninas entre 12 e 14 anos.

Dois homens passaram mal no momento da prisão e foram levados para o hospital. Quatro pessoas estão presas na cadeia de Caxambu. Por falta de espaço nas celas, outras dez foram levadas para a cadeia da cidade vizinha. Entre os que tiveram a prisão preventiva decretada estão comerciantes, profissionais autônomos e aposentados. Eles respondem a processo por vários crimes, como estupro e atentado violento ao pudor.

Segundo o policial militar que faz a segurança da cadeia de Caxambu, a mãe de três menores que teriam sido vítimas de pedofilia também está presa. Ela é suspeita de facilitar o crime. A prisão aconteceu durante uma audiência no fórum da cidade. As meninas contaram que faziam programa em troca de dinheiro e comida. Elas disseram ainda que os encontros aconteciam debaixo de um viaduto e que depois eram levadas para um motel. Na época em que as investigações foram iniciadas, a mãe das três garotas negou a acusação de favorecer a prostituição das filhas.

As penas podem variar de seis a dez anos de prisão.


Fonte:

http://oglobo.globo.com/pais/mat/2006/09/27/285855450.asp



02 junho, 2006

Cresce o número de engenheiros doutores no País, mas falta mercado

01/06/2006 - 13h19m


Shaulla Figueira - Globo Online

RIO - A procura pelos cursos de pós-graduação na área de engenharia cresceu cerca de 7,5% nos últimos dez anos. Em 1996, o país tinha 126 cursos de mestrado e 61 de doutorado e, neste ano, os números pularam para 229 e 132, respectivamente. De acordo com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Brasil possui 18 mil mestrandos e doutorandos só nesta área. Apesar do crescimento, o número de engenheiros com alta qualificação ainda não é suficiente para atender à demanda do setor produtivo, segundo o Ministério da Educação (MEC).

De acordo com Manuel Paiva, diretor da Faculdade de Engenharia da Universidade Federal Fluminense (UFF), a atual falta de estrutura das universidades é um dos principais motivos para a defasagem no setor.

- Atualmente, formamos profissionais com o mesmo perfil de um engenheiro da década de 70. O avanço da tecnologia está diretamente relacionado à área de engenharia. Com a estrutura de ensino ultrapassada, como este engenheiro poderá ser incluído no mercado? Precisamos de melhores laboratórios para pesquisa, investimento em novas unidades e contratação de mais professores - analisa o diretor.

A UFF lançou este ano novos cursos de pós-graduação: doutorado em engenharia de produção, mestrado em engenharia de telecomunicações, além da graduação em engenharia de petróleo, que foi a mais procurada dentre as habilitações da faculdade.

- O setor de petróleo acaba englobando todas as engenharias. Já estamos atuando nos estaleiros com projetos como o Pólo Tecnológico - explica Manuel.

Para o doutor em planejamento energético pela Coppe/UFRJ, mestre em tecnologia ambiental da Imperial College da Inglaterra e engenheiro ambiental da Petrobras há 29 anos, Sérgio Pinto Amaral, é necessário uma maior interação entre as universidades e as empresas do setor.

- Hoje, as universidades estão oferecendo mais cursos, principalmente na área de petróleo. Mas a teoria não basta. As instituições também devem ensinar aos seus alunos como chegar ao mercado em parceria com empresas. A UFRJ e a PUC promovem todos os anos a "Semana de Engenharia" para ajudar os alunos a entrar no mercado de trabalho - afirma o doutor.

No último dia 30, o MEC lançou o projeto Inova Engenharia, uma parceria entre 17 instituições e órgãos do governo federal. O presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio (Crea-RJ), Reynaldos Barros, vê no projeto o começo para um melhor desenvolvimento da profissão no país.

- A medida do governo é acertada. Este tipo de iniciativa impede a invasão da mão-de-obra estrangeira - afirma Reynaldo.

Integrada ao Programa de Modernização das Engenharias e à Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE) do governo federal, a Capes também executa programas que buscam formar redes de pesquisa e de cooperação acadêmica, como o Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (Procad), que contempla as engenharias.

Em 2005, foram apoiados 120 projetos. Deste total, 19% são projetos da engenharia. Em 2004, foram titulados 3.173 mestres, 1.206 doutores e 300 mestres profissionais na área.

Fonte:

http://oglobo.globo.com/online/educacao/mat/2006/06/01/258383044.asp

Comentário:

Para variar, O Globo errou no título, pois a frase ‘mas falta mercado’ não é
a correta, e sim ‘falta profissionais de alta qualificação’. A frase original
ficaria certa se a especificação de mercado de não altamente qualificados fosse
incluída.

31 maio, 2006

Programa do Brasil para Aids 'é insustentável'

O programa brasileiro de distribuição de anti-retrovirais para portadores do vírus HIV é insustentável a longo prazo da maneira que é hoje, alerta o diretor do Instituto de Saúde de São Paulo, Alexandre Grangeiro, entre outras autoridades no assunto.

Em entrevista à BBC Brasil, Grangeiro disse que o Brasil gastou cerca de R$ 6 mil por paciente beneficiado pelo programa em 2005, valor que, segundo ele, só poderá ser mantido às custas de outros programas de Saúde.

"Manter a atual política de anti-retrovirais significa comprometer os tratamentos de outros programas (do Ministério da Saúde), o que já aconteceu em 2005", disse o especialista, que esteve à frente do programa nacional de combate à doença.

O Brasil é elogiado em um relatório do Unaids (programa da ONU para a Aids) divulgado nesta terça-feira.


Clique aqui para ler mais sobre o relatório da Unaids

Grangeiro baseia a sua conclusão em um estudo assinado por ele e outros especialistas, incluindo outro ex-diretor do programa brasileiro para a Aids, Paulo Teixeira, em que analisaram a resposta nacional à doença entre os anos de 2001 e 2005.

Já publicado na Revista de Saúde Pública, o estudo será discutido na Conferência sobre a Aids que começa nesta quarta-feira em Nova York, e deverá servir de base a uma das proposições da declaração final do evento.

"A tendência de aumento da proporção do PIB e das despesas federais com saúde destinadas à aquisição de anti-retrovirais demonstra que a sustentabilidade da política de acesso aos medicamentos será garantida apenas se o país crescer a uma taxa anual de 6%, cenário que se mostra pouco provável", diz o artigo.

Os cenários traçados pelos especialistas foram baseados em estimativas de crescimento de 2% a 4%.

Segundo Grangeiro, se decidir não comprometer o orçamento da Saúde em detrimento de outras doenças, o Brasil vai ter que escolher entre diminuir a qualidade do tratamento atualmente dispensado aos soropositivos - com remédios que garantem menor sobrevida, por exemplo - ou atacar as causas do aumento dos preços dos remédios.

Embora ressalte que o custo vem aumentando também por causa do maior número de pessoas em tratamento, Grangeiro avalia que o aumento se deve ao principalmente ao descrédito da indústria nacional de genéricos, que deixou de fabricar medicamentos importantes e deixou de ser uma ameaça para os grandes laboratórios em relação à quebra de patentes.

"Até 2003, havia a percepção de que a indústria (pública) nacional tinha capacidade técnica de produzir drogas patenteadas. Desde 2004, a indústria nacional está desacreditada", afirma Grangeiro.

Para o especialista, o descrédito é "gerencial e político", já que os laboratórios públicos têm capacidade técnica para fabricar "qualquer medicamento".

Ele argumenta que a quebra da patente é a medida de última instância, mas a fabricação dos genéricos é um instrumento importante não só para o avanço da pesquisa científica como para aumentar o poder de negociação do governo brasileiro junto aos laboratórios.

Segundo Grangeiro, existe uma expectativa de órgãos ligados ao combate à Aids de que o Brasil quebra uma patente e reassuma a liderança na questão. "Existe até uma frustração internacional de que o Brasil ainda não tenha quebrado uma patente".

O Brasil ameaçou quebrar patentes de medicamentos anti-terovirais em diversas situações, mas acabou chegando a um acordo com os laboratórios detentores em todos os casos.

A quebra da patente é considerada legal em situações de emergência de saúde pública.

Embora avalie que o encarecimento do programa brasileiro põe em risco os bons resultados atingidos, Grangeiro compartilha da avaliação positiva feita no relatório da Unaids divulgado nesta terça-feira.

"A resposta do Brasil à Aids continua a ser louvável. A prevalência nacional do HIV era 0,5% em 2005, infecções de HIV relacionadas ao uso injetável de droga estão em queda em diversas cidades e o acesso ao tratamento é amplamente difundido. Cerca de 170 mil dos 209 mil brasileiros precisando de terapia retroviral estavam recebendo-a em 2005, incluindo 30 mil usuários de drogas injetáveis."

O relatório destaca ainda como motivo de preocupação estatísticas do Ministério da Saúde indicando que um terço dos jovens entre 15-24 anos se tornam sexualmente ativos antes dos 15 anos. "Essas tendências reforçam a necessidade de sustentar e ajustar esforços de prevenção".

Como em outros países, no Brasil a ONU chama a atenção para o fato de que as mulheres continuam a ser afetadas do que homens pela doença.

Fonte:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2006/05/060530_aidsbrasilvalecg.shtml

30 maio, 2006

Carlos Drummond de Andrade

A incerteza de tudo / na certeza de nada.
Carlos Drummond de Andrade

Jefferson diz que foi procurado por Dantas para denunciar PT

30/05/2006 - 03h32

da Folha Online

O deputado cassado e ex-presidente do PTB Roberto Jefferson (RJ) disse na terça-feira, em entrevista ao programa Roda Viva, na TV Cultura, que foi procurado por um advogado do banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, para fazer denúncias contra o PT.

Segundo o ex-parlamentar, o contato foi feito no ano passado, quando Jefferson denunciou a existência do suposto um mensalão pago pelo governo aos deputados federais em troca de apoio nas votações do Congresso. "Na época das denúncias, fui procurado por um advogado dele [Daniel Dantas], através de uma deputada, querendo um encontro, que ele queria me municiar, me dar documentos para colocar à opinião pública", afirmou Jefferson. Ele disse não saber que documentos eram esses.

Jefferson afirmou que não aceitou o suposto convite de Dantas. "Eu disse que não queria. Ia levar minha luta pelo que eu sabia e tinha vivenciado", afirmou.

Na entrevista, Jefferson também comentou o temor que Dantas provocaria tanto entre políticos do governo Lula quanto do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). "Ele [Dantas] deve ter alguma relação que permita a ele ameaçar tanto a oposição quanto a governo", disse. Dantas acusa o governo Lula de ter cobrado cerca de US$ 50 milhões em propina do seu banco.

Segundo o ex-presidente do PTB, foi feito "um acordão entre PSDB, PFL e PT" para impedir a convocação de Dantas na CPI dos Bingos, em 23 de maio. O acordo, segundo ele, foi feito para livrar o governo atual e o de Fernando Henrique das denúncias do banqueiro. "Ele vem de participações recentes nas privatizações, nos fundos de pensão e atualmente na estrutura de relacionamento com o PT", afirmou.

Caixa dois sempre

"Eu sempre tive caixa dois", admitiu o deputado na entrevista. Perguntado se os seus dois filhos, que concorrem nas eleições de outubro, também utilizariam o mesmo estratagema, Jefferson negou. "Não vou fazer isso com eles. Com eles vou ter um cuidado muito grande", afirmou. As eleições de outubro, segundo ele, serão bem mais baratas, em razão da proibição de propaganda em camisetas e brindes, mas não serão limpas. "Certas coisas vão se repetir, não tão abusivamente como no ano passado, mas vão se repetir", avisou.

As denúncias de Jefferson sobre o mensalão levaram à cassação de três deputados, inclusive dele próprio. Dos outros 16 denunciados pelo esquema, 11 foram absolvidos e quatro renunciaram. O deputado José Janene (PP-PR) ainda aguarda julgamento.

Jefferson disse que impetrou dois mandados de segurança no Supremo Tribunal Federal questionando sua cassação. No entanto, afirma que o STF, como o Congresso e a Polícia Federal, teriam se tornado "segmentos subalternos ao PT".

Sanguessugas

Ele acusou o governo de usar a Polícia Federal como arma política no caso dos deputados "sanguessugas", acusados de compras superfaturadas de ambulâncias. Segundo ele, a PF começou a investigar os sanguessugas em 2002, mas só divulgou os resultados dos inquéritos em 2006, por ser um ano eleitoral.

Jefferson disse que o governo conhecia as irregularidades, mas continuou a liberar verbas de emendas ao Orçamento que sabia ilegais para poder atacar adversários políticos depois. "A Polícia Federal foi montada politicamente para atingir os inimigos do governo", disse.

Jefferson voltou a inocentar Lula do mensalão, atribuindo a prática ao núcleo duro do PT, formado por José Dirceu, Antonio Palocci, Luiz Gushiken, Silvio Pereira, Delúbio Soares e José Genoíno --que, segundo o ex-deputado, "jogavam bola nas costas do presidente". "A meu ver, o presidente peca por omissão", afirmou. "Lula não gosta de administrar, é mais um chefe de Estado. Ele elegeu um primeiro-ministro e viajou pelo mundo para fazer acordos internacionais. Colocar a mão na massa não é negócio dele, não."

Mesmo afirmando que tanto o PSDB como o PT representam interesses dos banqueiros, Jefferson disse que apoiaria Geraldo Alckmin, por ter mais afinidade ideológica com o PTB.

Leproso aidético

Jefferson falou com amargura do isolamento em que a cassação o atirou. "Eu recebia 80 ligações em média por dia no meu celular. Hoje, não passam de dez", compara. Advogado criminalista, disse que voltou a advogar, mas tem dificuldade para conseguir clientes. "As pessoas não querem ter uma petição assinada por mim temendo uma represália de governo" por meio da Polícia Federal. "As pessoas se afastam. Eu me sinto um leproso ou aidético", afirmou.

Mesmo cassado, Jefferson recebe uma aposentadoria mensal no valor de R$ 5.700 . Ele afirma que continua a fazer política, viajando "pelo Brasil inteiro" para defender os interesses do PTB, mas não tem mais vontade de disputar eleições.

Perfil

Jefferson foi um dos principais protagonistas do escândalo do "mensalão", que abalou o governo e o PT no ano passado, após uma entrevista publicada na Folha de S.Paulo.

Na entrevista à Folha, Jefferson denunciou que congressistas aliados recebiam o que chamou de um "mensalão" de R$ 30 mil. Ele também admitiu ter recebido R$ 4 milhões do PT para caixa dois de campanha das mãos do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Citado como o líder do esquema de corrupção nos Correios, o ex-deputado foi um dos poucos parlamentares a terem seu mandato cassado pela Câmara.

Ele também consta da lista de 40 pessoas denunciadas pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, sob a acusação de integrarem uma "organização criminosa" comandada pelo ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) e pelos petistas José Genoino, Delúbio Soares e Sílvio Pereira.

O deputado que fez as denúncias foi militante da tropa de choque do presidente Fernando Collor e sobreviveu a momentos turbulentos da política nacional. Além do processo de impeachment de Collor, resistiu à outra CPI, a do Orçamento.

Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u79056.shtml

Diário virtual rende fama a presidiário egípcio

30/05/2006 - 13h54

da Folha Online

O presidiário egípcio Alaa Abdel-Fattah, 24, ganhou fama no universo virtual com o blog www.manalaa.net, feito em parceria com sua mulher, Manal Hassan. Na página que tem parte do conteúdo escrito em inglês e parte em árabe, os dois defendem a democracia.

Policiais detiveram Abdel-Fattah no dia 7 de maio, quando participava de uma manifestação pró-democracia nas ruas de Cairo. Mesmo da cadeia, o internauta continua atualizando sua página com a ajuda da mulher, que recolhe e digita os textos escritos à mão pelo marido.

No blog --cujo nome é uma junção de Manal e Alaa--, os jovens defendem uma reforma no Egito, país que tem Hosni Mubarak como presidente desde outubro de 1981. A página foi criada há dois anos e ganhou mais popularidade com a prisão de Alaa.

Sobre a detenção, o internauta escreveu: "Cobrimos a parede da cela com desenhos e endereços de sites", referindo-se aos colegas ativistas também presos. "Estou sentado aqui, apavorado que eles me transfiram ou proíbam as visitas", afirmou em outra ocasião.

Detido com outras dez pessoas por conta da participação no protesto, o blogueiro pode responder por bloquear o tráfego nas ruas e insultar o presidente do país. Para pedir a liberdade do preso, diversos blogs exibem um banner com os dizeres "Deixe Alaa voltar para Manal", em inglês.

Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u20097.shtml

SP reduziu força policial nos "anos PCC"

30/05/2006 - 09h06

LUÍSA BRITO
da Folha de S.Paulo

Enquanto a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) ampliou o seu poder por todo o Estado de São Paulo nos últimos 11 anos, o número de policiais, civis e militares, foi reduzido. Em 1995, eram 352 policiais para cada 100 mil habitantes. Agora, a proporção caiu para 309/100 mil.

Em números absolutos, as forças de segurança do Estado passaram de 121.312 policiais civis e militares em 1995 (dois anos após a criação do PCC), na gestão do tucano Mário Covas (morto em 2001), para 127.073 no governo Geraldo Alckmin/ Cláudio Lembo. Em relação ao aumento populacional, houve redução de 12%. No período, a população estimada, segundo o IBGE, subiu de 34.443.979 para 41.053.671 habitantes.

O efeito dessa queda é sentido nas ruas e, principalmente, nos setores de inteligência e de investigação da polícia paulista.

Segundo um delegado que não quis se identificar, devido à grande carga de trabalho, os investigadores não conseguem fazer todas as investigações necessárias, o que atrapalha a elucidação de todo o tipo de crime.

Em relação ao efetivo da Polícia Militar, as queixas são parecidas. "Com a falta de pessoal, alguns policiais trabalham sozinhos num carro e outros têm a folga prejudicada e trabalham", afirma o cabo Wilson Morais, presidente da Associação de Cabos e Soldados da PM.

A assessoria de imprensa da SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirma que o número de policiais no Estado é suficiente e que a criminalidade caiu.

Entre 1996 e 2005, apesar de alguns tipos de crime terem caído, como o homicídio doloso (30%) e o latrocínio (30,5%), algumas ocorrências cresceram. A quantidade de seqüestros, por exemplo, passou de 12 para 133 ao ano e a de roubo cresceu 81,7% --subiu de 123,4 mil para 224,3 mil.

Mais inteligência

Para especialistas em segurança pública, o número de policiais em São Paulo é suficiente, mas falta organização do efetivo e investimentos em serviços de inteligência policial.

"O investimento [em funcionários] é adequado. O problema é o resultado. Tem que definir os objetivos da polícia, monitorar e avaliar a qualidade do trabalho", diz Paulo de Mesquita Neto, pesquisador da USP.

Para o coronel José Vicente da Silva Filho, especialista em segurança, é necessário racionalidade na distribuição dos recursos e melhor gerenciamento do efetivo.

Para o vice-presidente do Ibccrim (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais), Sérgio Mazina, a redução no número de policiais per capita é preocupante, mas investir na melhoria do serviço é mais urgente.

Não há um mínimo recomendado de policiais por habitantes, segundo os especialistas, pois isso varia muito de acordo com cada região.

O número per capita de policiais em São Paulo é semelhante ao do Rio de Janeiro. Já em Buenos Aires, por exemplo, são 1.172 policiais por 100 mil habitantes, segundo dados do Ministério do Interior argentino. Em Bogotá, o índice é bem inferior: 172/100 mil habitantes.

Colaborou SIMONE HARNIK, da Folha de S.Paulo

Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u122177.shtml

O trabalho esquecido





A história social do movimento operário é mal conhecida. O passado precisa de registro para ser visitado e os historiadores da corte capitalista vêem ignorando tudo o que dê razões à revolta. Temos assim na nossa respeitada elite, muitos profissionais da celebração do vencedor, a inscrever como inevitável e genial o “agora” sobre as alternativas que se esvanecem da memória.

Os historiadores da corte perduram com vastas honras amovíveis - “a ordem das coisas” deve agradecer a Filomena Mónica pela sua gerência da história social Portuguesa. E se hoje nos EUA se faz história de classe sem precedente, este trabalho é ainda lento e parcial. O acto do esquecimento neste país faz-se não só nos livros que não se escrevem, mas em destruir as evidências do crime histórico.

Quem visitar Homestead em Pittsburgh encontrara um condomínio privado ostensivo no seu luxo. O que não se percebe a vista desarmada (e a arma é um livro) é que se trata de um luxo sepulcral. Estes belíssimos condóminos foram erigidos para enterrar um monumento à resistência operária. Em 1892, os trabalhadores de Homestead barricaram-se na metalurgia do milionário Carnegie exigindo melhores contractos de trabalho (dado o termo de contractos anteriores). Pela primeira vez na história social Americana, a de que temos registro, operários brancos e negros, sindicalizados e não sindicalizados actuaram em solidariedade. Em resposta, o patronato contratou um exército mercenário de 300 homens, “detectives”, para combater os ocupas. Durante um dia de batalha, com 3 mortes de mercenários e de 7 trabalhadores, os invasores renderam-se aos proletários. Semanas depois foi a National Guard que surgiu no horizonte em defesa do patronato, muito temida pelos massacres sobre os amotinados de classe. Mas face à determinação da comunidade, os militares recusaram-se a disparar. O trabalho vencia contra o capital! Que terrível memória esta: não só a evidência de uma luta entre classes, mas a vitória do combatente errado.


Fonte:
http://obitoque.blogspot.com/

O roubo de Diego Garcia

A história de Diego Garcia é chocante e inacreditável. Uma das ilhas do arquipélago de Chagos, colónia Britânica no meio do Índico, é segundo todas as fontes belíssima, um paraíso com uma das raras reservas de corais do mundo. Em 1961, os 2000 habitantes foram expulsos da ilha, para que os americanos pudessem construir uma das maiores bases militares do mundo. Hoje vivem lá mais de 2000 oficiais militares, há portos para 30 navios de guerra, espaço para o depósito de lixo nuclear, uma estação espacial de espionagem, centros comerciais, bares e campos de golfe.

A expulsão dos habitantes de Diego Garcia foi levada a cabo pelo governo trabalhista de Harold Wilson, em absoluto sigilo com o governo americano. Para justificar o acto publicaram um role de mentiras (a que hoje já estamos habituados!) como a de que todos os habitantes da ilha eram trabalhadores contratados que teriam que voltar para as Maurícias, a mais de 1600 km de distância (a verdade é que havia famílias que já viviam na ilha há mais de cinco gerações). Assim que os americanos chegaram para construir a base, o governador das Seychelles, responsável pela evacuação da ilha, ordenou o extermínio de mais de 1000 cães de estimação dos habitantes, como aviso à população.

O exílio do povo de Diego Garcia é tragicamente conhecido pelo elevado número de suicídios, incluindo de crianças, prostituição, droga e desemprego. Só após uma década de luta é que os exilados receberam uma compensação do governo britânico: menos de 3000 libras por pessoa.

Em 2000, os Garcianos ganharam pela primeira vez o caso em tribunal, que considerou a sua expulsão como ilegal. Poucas horas depois, Tony Blair anunciava que o regresso dos habitantes à ilha não seria efectuado por “acordos” com Washington. Em Junho de 2004, o governo de Blair, encurralado pelo processo legal, ressuscita o poder real de anular o julgamento, favor que a rainha concedeu ao seu primeiro-ministro.

Hoje, mais de 40 anos depois, o supremo tribunal do Reino Unido voltou a falar em favor do povo de Diego Garcia, e a renovar-lhes o direito de regresso à ilha. Mas não é assim tão fácil: o governo britânico ainda pode pedir recurso e os novos residentes da ilha, agora britânicos e americanos, têm que concordar com o seu regresso.

Entretanto, os bombas de Bush e Blair continuam a voar das praias de Diego Garcia.

Fonte:
http://obitoque.blogspot.com/

October 4, 2004

"The Guardian":


Diego Garcia: Paradise Cleansed

by John Pilger
There are times when one tragedy, one crime tells us how a whole system works behind its democratic facade and helps us to understand how much of the world is run for the benefit of the powerful and how governments lie. To understand the catastrophe of Iraq, and all the other Iraqs along imperial history's trail of blood and tears, one need look no further than Diego Garcia.

The story of Diego Garcia is shocking, almost incredible. A British colony lying midway between Africa and Asia in the Indian Ocean, the island is one of 64 unique coral islands that form the Chagos Archipelago, a phenomenon of natural beauty, and once of peace. Newsreaders refer to it in passing: "American B-52 and Stealth bombers last night took off from the uninhabited British island of Diego Garcia to bomb Iraq (or Afghanistan)." It is the word "uninhabited" that turns the key on the horror of what was done there. In the 1970s, the Ministry of Defense in London produced this epic lie: "There is nothing in our files about a population and an evacuation."

Diego Garcia was first settled in the late 18th century. At least 2,000 people lived there: a gentle Creole nation with thriving villages, a school, a hospital, a church, a prison, a railway, docks, a copra plantation. Watching a film shot by missionaries in the 1960s, I can understand why every Chagos islander I have met calls it paradise; there is a grainy sequence where the islanders' beloved dogs are swimming in the sheltered, palm-fringed lagoon, catching fish.

All this began to end when an American rear admiral stepped ashore in 1961 and Diego Garcia was marked as the site of what is today one of the biggest American bases in the world. There are now more than 2,000 troops, anchorage for 30 warships, a nuclear dump, a satellite spy station, shopping malls, bars and a golf course. "Camp Justice," the Americans call it.

During the 1960s, in high secrecy, the Labor government of Harold Wilson conspired with two American administrations to "sweep" and "sanitize" the islands: the words used in American documents. Files found in the National Archives in Washington and the Public Record Office in London provide an astonishing narrative of official lying all too familiar to those who have chronicled the lies over Iraq.

To get rid of the population, the Foreign Office invented the fiction that the islanders were merely transient contract workers who could be "returned" to Mauritius, 1,000 miles away. In fact, many islanders traced their ancestry back five generations, as their cemeteries bore witness. The aim, wrote a Foreign Office official in January 1966, "is to convert all the existing residents ... into short-term, temporary residents."

What the files also reveal is an imperious attitude of brutality. In August 1966, Sir Paul Gore-Booth, permanent undersecretary at the Foreign Office, wrote: "We must surely be very tough about this. The object of the exercise was to get some rocks that will remain ours. There will be no indigenous population except seagulls." At the end of this is a handwritten note by D.H. Greenhill, later Baron Greenhill: "Along with the Birds go some Tarzans or Men Fridays ..." Under the heading, "Maintaining the fiction," another official urges his colleagues to reclassify the islanders as "a floating population" and to "make up the rules as we go along."

There is not a word of concern for their victims. Only one official appeared to worry about being caught, writing that it was "fairly unsatisfactory" that "we propose to certify the people, more or less fraudulently, as belonging somewhere else." The documents leave no doubt that the cover-up was approved by the prime minister and at least three cabinet ministers.

At first, the islanders were tricked and intimidated into leaving; those who had gone to Mauritius for urgent medical treatment were prevented from returning. As the Americans began to arrive and build the base, Sir Bruce Greatbatch, the governor of the Seychelles, who had been put in charge of the "sanitizing," ordered all the pet dogs on Diego Garcia to be killed. Almost 1,000 pets were rounded up and gassed, using the exhaust fumes from American military vehicles. "They put the dogs in a furnace where the people worked," says Lizette Tallatte, now in her 60s," ... and when their dogs were taken away in front of them, our children screamed and cried."

The islanders took this as a warning; and the remaining population were loaded on to ships, allowed to take only one suitcase. They left behind their homes and furniture, and their lives. On one journey in rough seas, the copra company's horses occupied the deck, while women and children were forced to sleep on a cargo of bird fertilizer. Arriving in the Seychelles, they were marched up the hill to a prison where they were held until they were transported to Mauritius. There, they were dumped on the docks.

In the first months of their exile, as they fought to survive, suicides and child deaths were common. Lizette lost two children. "The doctor said he cannot treat sadness," she recalls. Rita Bancoult, now 79, lost two daughters and a son; she told me that when her husband was told the family could never return home, he suffered a stroke and died. Unemployment, drugs and prostitution, all of which had been alien to their society, ravaged them. Only after more than a decade did they receive any compensation from the British government: less than £3,000 each, which did not cover their debts.

The behavior of the Blair government is, in many respects, the worst. In 2000, the islanders won a historic victory in the high court, which ruled their expulsion illegal. Within hours of the judgment, the Foreign Office announced that it would not be possible for them to return to Diego Garcia because of a "treaty" with Washington – in truth, a deal concealed from parliament and the U.S. Congress. As for the other islands in the group, a "feasibility study" would determine whether these could be resettled. This has been described by Professor David Stoddart, a world authority on the Chagos, as "worthless" and "an elaborate charade." The "study" consulted not a single islander; it found that the islands were "sinking," which was news to the Americans who are building more and more base facilities; the U.S. Navy describes the living conditions as so outstanding that they are "unbelievable."

In 2003, in a now notorious follow-up high court case, the islanders were denied compensation, with government counsel allowed by the judge to attack and humiliate them in the witness box, and with Justice Ousley referring to "we" as if the court and the Foreign Office were on the same side. Last June, the government invoked the archaic royal prerogative in order to crush the 2000 judgment. A decree was issued that the islanders were banned forever from returning home. These were the same totalitarian powers used to expel them in secret 40 years ago; Blair used them to authorize his illegal attack on Iraq.

Led by a remarkable man, Olivier Bancoult, an electrician, and supported by a tenacious and valiant London lawyer, Richard Gifford, the islanders are going to the European court of human rights, and perhaps beyond. Article 7 of the statute of the international criminal court describes the "deportation or forcible transfer of population ... by expulsion or other coercive acts" as a crime against humanity. As Bush's bombers take off from their paradise, the Chagos islanders, says Bancoult, "will not let this great crime stand. The world is changing; we will win."

This article first appeared in The Guardian.

Fonte:
http://www.antiwar.com/orig/pilger.php?articleid=3702

Privilégios adquiridos - e queridos - e não direitos adquiridos

30/05/2006
Um petista de coragem
O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, teve uma postura inegavelmente corajosa ao defender, publicamente, o fim dos "direitos adquiridos" para cortar privilégios de funcionários públicos. Atrelou, portanto, o arranjo dos gastos públicos, com redução das despesas em aposentadorias e salários, ao crescimento econômico.

É uma frase dura para ser dita em qualquer época no ano, ainda mais em período eleitoral. Acrescente-se aí o fato de que as corporações, em especial de funcionários públicos, têm muita força no PT. A verdade, porém, é que vai se disseminando a visão de que o Estado como está, sugando impostos, forçando os juros e investindo tão pouco, dificulta o crescimento e, portanto, a geração de empregos. Dificulta também a ampliação de programas sociais, capazes de melhorar oportunidades e distribuir renda.

Tarso investiu contra o conceito de "direitos adquiridos", muitas vezes, na verdade, privilégios adquiridos. Chegou a lembrar que, no passado, senhores de escravos eram contra o fim da abolição, argumentando com seus "direitos adquiridos."

Mais cedo ou mais tarde (quanto mais cedo melhor), veremos todos que o que existe de mais progressista no país é gastar bem o dinheiro para termos uma sociedade com menos miséria e mais educação. Chegamos ao ponto em que três milhões de aposentadorias de servidores federais custam R$ 76 bilhões, enquanto o Bolsa-Família, que chega a oito milhões de famílias, sai por R$ 5 bilhões.

Gilberto Dimenstein, 48, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às terças-feiras

Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult508u299.shtml

29 maio, 2006

História Universal da Destruição dos Livros

Trechos do livro História Universal da Destruição dos Livros, de Fernando Báez (tradução de Léo Schlafman; Ediouro; 438 páginas)

Capítulo VI

A situação das universidades iraquianas é crítica. Soube que depois do fatídico 8 de abril, grupos de saqueadores atacaram a Universidade de Bagdá e levaram tudo o que eram capazes de carregar. Inclusive trouxeram caminhões e fugiram com aparelhos de ar-condicionado, equipamentos de laboratório, arquivos, escrivaninhas, carteiras, cadeiras, computadores, impressoras, scanners, fotocopiadoras... Além disso, e como se tal grau de destruição não bastasse, todos os boletins estudantis, as teses e monografias, os certificados com títulos se perderam em meio à pilhagem e ao caos.

A violência ficou como marca indelével na memória dos estudantes. Alguns, ao contemplar seu centro de estudos incendiado, com as janelas quebradas e as paredes riscadas com lemas contrários a Saddam Hussein, lembram que no começo dos ataques um míssil caiu bem ao lado da universidade, embora pouco depois os americanos admitissem que se tratava de um erro. O buraco deixado no solo era semelhante ao de um meteorito.

Nas faculdades o panorama é desolador. Na de Línguas, a biblioteca com livros em russo e alemão, a maioria de autores clássicos como Dostoievski, Tolstoi, Turgueniev, Tchecov, Puchkin, Gorki, Goethe, é um monte de cinzas recolhido em sacolas. Um exemplar do Fausto, como observei, estava queimado nas bordas e o miolo mostrava sinais de páginas arrancadas à força e de danos causados pelo fogo intenso. Sem querer se identificar, uma linda jovem, coberta com um véu, afirmou-me que foram estudantes os que queimaram esses livros porque os russos e os alemães colaboraram com o ditador Saddam Hussein. Um caso estranho, de fato.

As disputas entre estudantes pela demissão de partidários do antigo regime e a possibilidade de haver eleições são dois dos temas mais acalorados. Quando visitei vários professores nenhum deles queria falar de outra coisa. Era óbvio que o ressentimento havia se apoderado de todos, e diversos papéis afixados nas paredes dos corredores informavam sobre as opiniões dos diferentes grupos. Chamou-me a atenção um que criticava os invasores e outro que contestava o papel anterior fazendo um relatório sobre a vida de seus

autores. Outro aspecto era o dinheiro dos salários e as bolsas. Muitos bolsistas que recebiam do exterior não podiam cobrá-las porque nenhum banco funcionava; dezenas de professores não recebiam desde a tomada de Bagdá e a raiva os mantinha em depressão permanente.

A Biblioteca de Medicina da Universidade Mustansiriya sobreviveu às primeiras tentativas de combate nos arredores, mas a Biblioteca Central de Mustansiriya não teve sorte e os saques foram indiscriminados. Um inventário preliminar nos permitiu saber que muitos livros desapareceram, assim como os móveis e os equipamentos doados há muito tempo. A biblioteca do Colégio de Médicos, que gozava de enorme prestígio porque possuía uma coleção com os melhores livros de medicina árabe medieval, foi saqueada, e o que pude encontrar demonstra a má intenção dos atacantes. Algumas lombadas no chão indicavam que o problema do peso levou os vândalos a arrancar os forros e as capas para apressar o transporte.

Um jovem da Universidade de Bagdá, que vive no bairro de Al-Mansur, me disse: "Algum dia alguém queimará a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, e não haverá tanta perda como a que houve aqui." Ao se considerar a importância cultural do Iraque se deve recordar que o país contém centenas de lugares declarados Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Nessas terras se encontram Nínive, onde Assurbanipal governou; Uruk, onde foram encontradas as primeiras amostras de escrita; Asur, capital do império assírio; Hatra e Babilônia.

VII

A Bayt al-Hikma, ou Casa da Sabedoria, também foi atacada. Em 11 de abril, segundo constatei, foram destruídas as peças da exposição sobre o império otomano e uma parte do prédio, que se incendiou. Pela manhã os saqueadores nada deixaram de valor, mas voltaram à tarde, com mais determinação e certos de que o melhor estava oculto. Entre os lugares saqueados estão a gráfica, o salão de leitura e as bibliotecas. Provavelmente, a sala de leitura foi atacada com granadas, como revelam os estragos nas paredes. A seção de livros estrangeiros mostrava, quando cheguei, os sinais da pilhagem: estantes vazias e chão coberto de papéis rasgados. Entre outros, há catálogos que indicam a perda de mais de 5.500 volumes do Escritório Exterior do Reino Unido, cinco tomos de documentos franceses referentes à Primeira e à Segunda Guerra Mundial, documentos secretos dos Estados Unidos sobre o golpe de Estado de 1940, documentos sobre a comunidade judaica de Bagdá, 15 volumes sobre o período otomano, 15 volumes da corte de Mahkama Shar’ija e tomos da Enciclopédia Britânica. Entre os livros perdidos estariam um Corão do século IX, um exemplar do século XII de Maqamat al-Hariri, os textos mais importantes de Avicena, crônicas históricas, poemas e peças teatrais. Disseram-me que a algumas quadras adiante eram vendidos alguns desses livros, o que eu quis comprovar. De fato, aproximeime de um jovem de farto bigode que não hesitou em me oferecer seus livros, que coincidiam com os da Bayt al-Hikma.

No segundo andar, os incêndios foram desastrosos e nada havia que os saqueadores não tivessem levado: computadores, impressoras, lâmpadas, aparelhos de ar-condicionado, cadeiras, escrivaninhas, porta-lápis e móveis. A sala de concertos ficou irreconhecível. Numa das salas parecia ter estourado algum artefato. As estantes de metal, sem livros nem documentos, estavam queimadas, assim como as janelas e as paredes. Posteriormente, a CPA ofereceu 17 mil dólares para reconstruir a coleção, uma quantia irrisória que ignora o mais relevante: esse centro contava antes da guerra com setenta pessoas e quase cem contratados. De forma mesquinha, depois dos saques, ofereceu-se 20 dólares a cada trabalhador, o que gerou mais descontentamento do que alegria.

A Academia de Ciências do Iraque, ou al-Majma’ al-’Ilmi al-’Iraqi, um dos mais prestigiados centros de pesquisa do Oriente Médio, sofreu grandes perdas. Localizada em Waziriya, teve em sua melhor época manuscritos, periódicos, livros estrangeiros, revistas científicas e humanísticas, teses, monografias e centenas de documentos com artigos. Havia um laboratório com vinte computadores, gráfica, salas de leitura e compartimentos bem-dotados para os pesquisadores. O saque começou com a chegada de soldados americanos e um tanque. A bandeira do Iraque, que tremulava na Academia, foi retirada e, de maneira violenta, horas mais tarde, os saqueadores chegaram dispostos a levar tudo. E assim fizeram. Não deixaram um só computador, escrivaninha, regulador de voltagem ou impressora. Estavam enlouquecidos. À diferença de outros centros intelectuais, a Academia não foi incendiada, mas, de um total de sessenta mil livros, metade se perdeu, além de centenas de publicações que eram enviadas do mundo inteiro em diferentes línguas. As fotocópias não se conservaram e algumas puderam ser resgatadas, sem ordem aparente, em meio ao desastre. Uma política eficaz de intercâmbio manteve vigente a atualização permanente da Academia, o que permitiu aos pesquisadores dispor da melhor informação do planeta.

Quando pedi o catálogo dos livros, me disseram que estava entre os objetos roubados, e portanto o trabalho de classificação seria difícil. Vi algumas salas onde ainda se conservam centenas de livros e documentos, mas a desordem, no entanto, não preocupa nenhum dos acadêmicos, porque pior teria sido perder os textos. A pilha de papéis amedrontaria qualquer especialista em bibliotecas, mas não os homens que sobreviveram a bombardeios, assassinatos e à pilhagem que extraviou os textos inéditos do historiador ’Abbas al-Azawi.

A coleção Dar Saddam li-l-makhtoutat se salvou porque Usama N. al-Naqshabandi, seu diretor, escondeu-a. A Bayt al-Hikma, dedicada à pesquisa de ciências sociais, direito, ciências econômicas e políticas, ficou destruída. Em Mossul, as bibliotecas do museu e da universidade se extinguiram.


Fonte:

http://praresenhas.blogspot.com/2006/05/46-uma-historia-de-destruicao-de.html

Book Reviews

Book Reviews

A violência em São Paulo e a educação no Brasil

17/05/2006 - 14h16
Lula diz que descaso com educação motivou ações de violência em SP

da Folha Online

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira que o descaso com a educação na década de 80 motivou a série de ações orquestradas pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) no Estado de São Paulo.

"Quando acontece uma desgraça dessas, começa todo mundo a ter uma solução no bolso do colete: pena de morte, cortar telefone, fazer um monte de coisas. A verdade é que essas pessoas que estão presas, todas elas, a maioria jovens de 20 a 30 anos de idade, a maioria, na década de 80, eram crianças de 4 anos de idade", afirmou Lula.

Segundo o presidente, na década de 80, não se cuidou corretamente das crianças e dos adolescentes. "Se a gente tivesse investido em educação, naquela época, se tivéssemos investido em educação na década de 70, na década de 60, na década de 80 e de 90, certamente, muitos desses jovens que estão presos estariam trabalhando, estariam dando aula ou estariam estudando."

"Acabou o tempo em que a gente falava que colocar dinheiro na educação era gasto. Dinheiro na educação é investimento e é o melhor investimento deste país", reiterou Lula.

O presidente participou hoje da cerimônia de entrega das obras de revitalização do hospital São Pio 10 em Ceres (GO).

Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u78661.shtml

Comentário:

Existem muitos estudos que mostram sobre a prioridade em investimentos em educação evitam investimentos em segurança, mas não é o caso agora para o Brasil. Os bandidos que estão fazendo o governo de São Paulo de tolo e aterrorizando a população brasileira (pois seus tentáculos estão por todo o Brasil, principalmente pelo uso do celular!). As estatísticas mostram que cada 1 real gasto em educação evitasse o gasto de 4 reais em segurança pública. Mas acontece que canalhas e seus atos criminosos não são de pessoas comuns, são de pessoas com um grau de escolaridade em média muito superior ao resto do país. Para eles é só cadeia mesmo, e como nos EUA, SEM COMUNICAÇÃO COM O PRESO AO LADO E O USO DO T E L E F O N E, e não é nem mesmo o celular, pois muitas cadeias no país os presos tem TELEFÔNE PÚBLICO.

Leia mais sobre o grau de escolaridade dos presos no Brasil: clique aqui!

Papa pergunta onde Deus estava durante terror de Auschwitz

Arbeit Macht Frei gate - No portão: O trabalho liberta
28/05/2006 - 15h44m




Reuters

VARSÓVIA - O papa alemão Bento XVI perguntou neste domingo onde Deus estava quando 1,5 milhão de pessoas, a maioria judeus, foram mortas no antigo campo nazista de concentração de Auschwitz.

Falando perto de onde judeus eram levados de trem para câmaras de gás e crematórios, o papa disse ser quase impossível falar neste "lugar de horror", especialmente como um papa alemão.

- Em um lugar como este, as palavras se perdem. No final, só pode haver um aterrador silêncio, um silêncio que é por si só um franco grito para Deus: Por que, Senhor, permaneceu em silêncio? Como pode tolerar tudo isso? - disse ele em italiano ao discursar.

- Nosso silêncio se torna, então, uma súplica por perdão e reconciliação, um pedido para Deus nunca deixar isso acontecer de novo - afirmou ele, ao final de sua visita de quatro dias à Polônia.

O complexo de Auschwitz, na Polônia ocupada pelos nazistas era peça-chave na "Solução Final" de Adolf Hitler de exterminar judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Seis milhões de judeus foram mortos antes que os Aliados vencessem a Alemanha nazista e liberassem os campos.


Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/mundo/plantao/2006/05/28/247696325.asp



Confusão no Congresso acabe em pizza!

26/05/2006 - 23h55m


Suspeita equivocada leva pânico ao Capitólio

O Globo

Agências Internacionais

WASHINGTON - Relatos de que tiros haviam sido ouvidos na garagem de um prédio do Capitólio que abriga escritórios de deputados paralisaram na sexta-feira a sede do Congresso americano, provocaram pânico e resultaram numa série de rígidas medidas de segurança. Áreas foram isoladas, turistas tiveram que se sentar num corredor e a polícia recomendou que todos se mantivessem longe de portas e janelas.

Depois de cinco horas de buscas, o edifício foi reaberto em meio ao esclarecimento de que os tiros eram na verdade o barulho de um equipamento usado por operários no subsolo do prédio, possivelmente um martelo pneumático.

O relato sobre tiros no Edifício Rayburn foi feito de manhã. Muitos congressistas já haviam deixado a capital, antecipando o início de um recesso de uma semana. A Câmara não estava em sessão e os senadores, reunidos, haviam acabado de confirmar a nomeação do novo diretor da CIA, Michael Hayden.

Quatro ambulâncias e inúmeros carros da polícia logo chegaram ao local, e dezenas de agentes fortemente armados entraram no prédio. Uma funcionária teve um ataque de pânico e foi levada a um hospital.

Enquanto a polícia revistava o gigantesco edifício, a porta-voz da polícia do Capitólio, Kimberly Schneider, dava declarações cautelosas à imprensa, sem esclarecer o mistério que muitos acompanhavam no local ou em casa, pela TV.

E-mails (inclusive da polícia) e celulares foram também valiosos instrumentos para manter contato com quem estava dentro do prédio.

- Neste momento preferimos ficar do lado da cautela - disse a porta-voz, enigmática.

Mais tarde, ela informava:

- Nossa busca continua. Estamos indo porta a porta, andar por andar. Cada polegada quadrada do edifício Rayburn está sendo examinada.

O Rayburn tem quatro andares, além de três andares de garagem. Abriga escritórios de 169 deputados. Por precaução, o edifício principal do Capitólio foi fechado, enquanto a polícia patrulhava ruas adjacentes. Ao fim de cinco horas de tensão, a porta-voz da polícia declarava:

- Parece que o barulho veio de operários de construção que estavam numa área fazendo seu trabalho de rotina.

A segurança no Capitólio e nos prédios do governo de Washington foi reforçada depois dos ataques de 11 de setembro de 2001. Os prédios que formam o Congresso foram esvaziados rapidamente e trancados diversas vezes diante de suspeitas de ameaças.

Houve um incidente com tiros em julho de 1998, quando dois guardas do Capitólio foram mortos.


Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/mundo/mat/2006/05/26/247455301.asp



Enviado por Telio Navega - 28/5/2006 - 22:00

Morreu às 7 h da manhã deste domingo, aos 77 anos, o desenhista Alex Toth. Sua carreira teve início fazendo quadrinhos para a National Periodical Comics, hoje DC, mas o auge de sua carreira foi nos anos 60 quando criou alguns dos melhores designs de personagens dos desenhos animados da Hanna-Barbera: "Shazzan", "Herculóides", "Homem-Pássaro", "Galaxy Trio", "Space Ghost", "Mightor", "Cavaleiros da Arábia", "Moby Dick" e "Superamigos". Segundo seu filho mais velho, Eric, Toth morreu desenhando em sua prancheta. Não poderia ser uma morte mais digna.

Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/blogs/Gibizada/

26 maio, 2006

A Guerra da Criméia e o mal uso do telégrafo

"...O telégrafo da Criméia possuía dois aspectos distintos, ou seja, um sistema telegráfico de oito estações ao redor de Balaclava e um cabo submarino. Os fios da rede de oito estações foram puxados pela equipe do coronel Stopford, do Royal Engineers, que terminou a operação em apenas algumas semanas. O cabo submarino, que atravessava 550 km do Mar Negro ao longo da costa da atual Bulgária, ligava as estações a Varna. Em Abril de 1855 o cabo submarino estava operando e, pela primeira vez na história das guerras, colocou comandantes da frente de batalha em contato direto e quase que imediato com seus respectivos departamentos de guerra. Entretanto, as reações à nova tecnologia foram diversas: enquanto Napoleão III manteve contatos pessoais e diretos com o comando das forças francesas, os britânicos usavam o sistema como uma via para burocratas subalternos criarem problemas administrativos por causas fortuitas. O preço pago pelos britânicos foi muito alto, como já vimos nos relatos de guerra acima citados..."

Leia mais em:

http://www.numaboa.com.br/criptologia/guerras/crimeia.php

25 maio, 2006

Chame a Super Nani

 If a dog bites a man, call a doctor. If a man bites a dog, call a reporter. If a man bites a man, call Kids-In-Mind.

Se um cachorro morde um homem, chame um médico.
Se um homem morde um cachorro, chame um repórter.
Se um homem morde um homem, chame a Super Nani.

A bolha que Bush vive

 For the very first time, a photographer has managed to  capture on film the bubble in which President Bush lives. - alusão ao filme do final dos anos 70,

O Papa é Pop!

Olhá só que penteado mais PUNK! Um pouco mais de cor ficaria ainda melhor!

O Homem errado


Quarta-feira, Maio 17, 2006


A história chegou-me, como muitas vezes, pela voz do Fernando Alves. E da sua observação poética do Mundo.
Candidato a um emprego como economista, Guy Goma, aguardava na sala de espera da BBC. Confundido com um director de um portal de tecnologia, foi chamado a entrar para estúdio.
Em directo e surpreendido, Guy foi questionado sobre uma decisão judicial que afectou a Apple.
A surpresa saiu-lhe pela cara mas não se negou. Queriam opinião - tê-la-iam.

Apesar de, noutro momento, a sua opinião não valer um cêntimo, o Meio validou-a.
A grande TV elevou-o, deu-lhe voz, ainda que por equívoco.
O Conteúdo validado pela Forma.
Uma possível vida melhor para Guy - querem opinião, então tomem-na!


A visão de Fermando Alves.
A notícia da BBC e o vídeo.
Outra visão.

posted by Alma at 11:51 AM 0 comments links to this post

Fonte:
http://neoalma.blogspot.com/2006/05/o-homem-errado-histria-chegou-me-como.html

RNA também influencia hereditariedade, diz estudo

25/05/2006 - 10h46

ANA PAULA CORRADINI
Colaboração para a Folha de S.Paulo

O DNA enovelado nos cromossomos que que recebemos de nossos pais é responsável por todas as nossas características, certo? Nem sempre. Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Nice, na França, publica hoje uma descoberta que pode mandar Gregor Mendel e suas ervilhas às favas e que deve demandar retoques nos livros escolares de biologia.

O estudo com camundongos, liderado por Minoo Rassoulzadegan e publicado na revista "Nature", constatou que um traço físico dos roedores foi transmitido para seus filhotes pelo RNA (ácido ribonocléico), e não pelo DNA do genoma.

Ao cruzar roedores com cauda branca (e, portanto, com um gene responsável pela expressão dessa característica), com animais de coloração comum, os cientistas viram, espantados, que a maioria dos filhotes nasceu com a cauda branca, mas sem esse gene.

O resultado se repetiu nas gerações seguintes."É como se os indivíduos nascessem apenas com a "lembrança" do gene", afirma Paul Soloway, da Universidade de Cornell, em Nova York, que comentou o estudo na "Nature".

Essa "lembrança genética" é conhecida como paramutação, fenômeno identificado há 50 anos em plantas como milho, petúnia e boca-de-leão, e em que as "ordens" inscritas em um gene são transmitidas para a próxima geração, mesmo na sua ausência.

Mas, se o gene estava ausente, quem estava fazendo o seu papel? Ao analisarem os espermatozóides e os óvulos dos roedores com cauda branca, os cientistas detectaram uma quantidade inesperada de RNA mensageiro --responsável pela transcrição do DNA.

Para testar se a mudança na aparência dos animais vinha mesmo daí, eles injetaram pequenas moléculas de RNA encontradas nos espermatozóides em um embrião de camundongo com genes normais. Resultado: metade dos filhotes nasceu com cauda branca, apesar de possuírem genes normais. Como o RNA faz isso ainda é um mistério.

A outra hereditariedade

"O trabalho revela mecanismos independentes do DNA que podem alterar as características do indivíduo, de maneira dominante, e por várias gerações", afirma Marie Ann Vansluys, professora do Departamento de Botânica do Instituto de Biologia da USP (Universidade de São Paulo).

Ela explica que, se o RNA realmente regula outros modos não-genéticos de hereditariedade, também pode ser responsável pelo controle de características metabólicas ou até mesmo comportamentais. "Poderemos entender, por exemplo, por que alguém é mais ou menos agressivo."

Soloway, de Cornell, destaca a importância do estudo para o combate a doenças como o diabetes. Cientistas já demonstraram que os espermatozóides humanos carregam RNA durante a fertilização, mas estudos ainda devem determinar se o RNA tem algum efeito.

"Em um estudo sobre um gene humano de predisposição a diabetes do tipo 1, um gene, mesmo não sendo transmitido pelo pai do indivíduo, anulou o desenvolvimento da doença no filho", explica Soloway.

Vansluys é mais realista: "O estudo ainda é muito incipiente, mas talvez seja possível modificar o padrão de expressão dos genes que determinam o aparecimento de uma doença."

Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u14665.shtml

Comentário:

Um pouco de exagero literário da repórter, dizer que "...publica hoje uma
descoberta que pode mandar Gregor Mendel e suas ervilhas às favas...", pois ele
não conhecia nem o DNA e nem o RNA, muito menos o seus caracteristicas de criar e
reproduzir cópias de modelos de extruturas moleculares complexas, isto só foi comprovado na década de 50 (1953) com o modelo de 'Dupla Hélice de Watson e CricK'. Mendel somente via a ação final do efeito da hereditariedade (dominante ou recessivo), e não o mecanismo detalhado do que o ocasionou. No caso da reportagem, os camundongos de cauda branca não tem o gene desta característica, mas na época de Mendel isto não fazia a menor importância, pois para ele o que era importânte era o aparecimento da característica de 'cauda branca', como não podia na época identificar e nem mesmo sabia da existência do conceito de 'gene'. Mendel ainda está valendo e muito, mesmo com esta descoberta notável.

Justiça determina pena alternativa para Kadu Moliterno



24/05/2006 - 15h16m

Extra

RIO - Engana-se quem pensa que não deu em nada a agressão de Kadu Moliterno à sua ex-mulher, Ingrid Saldanha. A Justiça determinou, no último dia 11, que o ator preste serviços em uma instituição de caridade.

A decisão é do juiz Joaquim Domingos de Almeida Neto, do 9º Juizado Especial Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, na Barra da Tijuca. O ator da TV Globo começou a cumprir a determinação dias depois de saber da definição da Justiça.

A entidade escolhida foi o Lar Maria de Lourdes, na Taquara, em Jacarepaguá. A instituição - que passa por uma grave crise financeira - trata atualmente de 50 crianças com deficiências física e mental.

Mães de algumas crianças contaram que, no início, o ator pareceu um pouco sem jeito com elas, mas agora já está completamente entrosado.

Ingrid, a ex-mulher de Kadu, resolveu acompanhar de perto o cumprimento da pena. Ela sempre vai ao Lar Maria de Lourdes para saber como o ex-marido está se comportando.

A última vez que Kadu apareceu na instituição foi na manhã da última segunda-feira. Ontem, a coluna procurou o ator, mas ele se recusou a falar. O mesmo aconteceu com Ingrid, que não respondeu a nenhuma das ligações.

Kadu agrediu a mulher com um soco no rosto no dia 27 de fevereiro, em Cabo Frio. Ingrid prestou queixa na delegacia de São Pedro D'Aldeia.

Fonte:

http://oglobo.globo.com/online/cultura/plantao/2006/05/24/247402992.asp

24 maio, 2006

"PLASMA ou LCD?". Veja desinforma mais do que informa

Foi essa pergunta à altura dos grandes dilemas da humanidade que a revista 'Veja' estampou essa semana sua capa. Seria absolutamente normal, se se tratasse de uma revista de tecnologia ou se pelo menos, sendo uma revista de variedades que é, tivesse publicado um histórico de reportagens do tipo (excetuando os especiais de fim de ano, pagos pelos seus anunciantes). Mas não é o caso.

Não sei o nome exatamente, mas existe uma doença psíquica que consiste numa fuga da realidade do indivíduo, na qual este impossibilitado de encarar a realidade, cria fantasias para que consiga suportá-la. A realidade dura para os jornalistas é a súbida de Lula nas pesquisas. Tão dura para eles, que estes fecham os olhos, tapam os ouvidos e repetem consigo mesmo, num soar repetitivo: " Plasma ou LCD?", plasma ou LCD?, "plasma ou LCD?"; Estou sendo equivocado em minha análise? então vejamos:


1) De maio de 2005 até janeiro deste ano, a tônica das capas de Veja capas foi o tema da corrupção no PT. A figura de Lula ganhou destaque nessa relação: Tem conserto?", 22"/06 (Desenho de Lula em pedra rachada). Ele sabia?"13/07; "Lulla", 10/8 (referência aos dois 'eles' do Collor); "Será que Lula escapa do impeachment?" 17/08.

2) O fim do partido PT também foi anunciado em primeira mão por Veja: "Era vidro e se quebrou"(referência a estrela do PT"), 21/09; "Os dólares de Cuba para o PT", 02/11; 28/12 "retrospectiva (capa de uma estrela vermelha quebrada caindo)

3) Fevereiro de 2006. Lula sobe nas pesquisas ibope e datafolha. 'Veja' coloca como capa "A Verdade sobre dieta e saúde". E por fim na última semana, sinalizando para um agravamento da doença "Plasma ou LCD? Como decidir."


É curioso esse quadro em um veículo que tem por profissão relatar a realidade. Não sei qual remédio seria indicado para esse caso. Um psiquiatra ou psicólogo certamente saberá melhor do que eu. O que sei é que esse quadro ja foi visto no Brasil, e os métodos corretivos usados na época não foram nada convencionais. Em vez de remediarem a cabeça o que remediaram foi a realidade. A pílula usada foi tanques de guerra que invadiram o palácio do Presidente. Isso foi mais ou menos há quarenta anos.


Fonte:
http://invencaoefuga.blogspot.com/2006/02/plasma-ou-lcd-foi-essa-pergunta-altura.html

Meu comentário:


Muito bem feita a sua observação e análise da publicação da Revista Veja desta
semana, pois em termos de tecnologia, uma e outra não se pode comparar, a não
ser para quem não entende nada. Como você mesmo disse, a revista Veja não é uma
revista de tecnologia, por isso ainda pecou no título. As duas tecnologias não
são concorrentes uma da outra, uma é para ambientes claros pois tem um alto
contraste (a plasma) e a outra tem a alta definição de imagens como vantagem e
se dedica para ambientes escuros.Passando agora para o ambiente político, como
nós já notamos, os modelos econômicos dos dois maiores candidatos para o
Planalto tem seus programas econômicos mais afinados um do outro, ao contrário
das duas tecnologias, que nunca serão concorrentes entre si.
Os leitores e eleitores só recebem da Veja um monte de informações que apenas desinformam.
(haroldo kennedy)

Senador Bandido e Bandido Senador

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23/05/2006 - 22h58m


Givaldo Barbosa e Jailton de Carvalho - O Globo
Reuters
Agência Brasil
Ana Paula de Carvalho*




BRASÍLIA, CURITIBA e RIO - A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira José Roberto Paquier, chefe de gabinete do senador Valdir Raupp (PMDB-RO) , e cinco empresários acusados de cobrar propina para fraudar pagamentos de estatais do setor elétrico a empresas privadas. Para a PF, os indícios recolhidos na Operação Castores reforçam as suspeitas sobre a existência de um “clube da propina”, consórcio criado por grandes empresas para pagar propina e facilitar negócios com Furnas Centrais Elétricas e outras estatais do setor.

O consórcio foi denunciado pelo ex-executivo da Toshiba José Antonio Csapo à PF em março deste ano.

— As investigações estão confirmando a existência do “clube da propina” na época do Dimas Toledo — disse o delegado Fernando Francischini, coordenador da operação.

Dimas Toledo é ex-diretor de Planejamento de Furnas. O executivo é investigado pela polícia por suposto envolvimento com a formação de um caixa dois para o financiamento de campanhas eleitorais de vários partidos antes das eleições de 2002.

A PF apreendeu ontem, no aeroporto Afonso Pena, em Curitiba, uma mala que estava em poder de Amaury Escudeiro, chefe de gabinete do deputado Luiz Carlos Haully (PSDB-PA). A mala foi passada a Martins pelo empresário Laércio Pedroso, um dos seis presos na Operação Castores. Segundo a PF, o esquema de corrupção era comandado por Pedroso, ex-funcionário da Itaipu Binacional desde 1992, que ocupava o cargo de gerente financeiro da estatal e havia denunciado no início do ano à revista “IstoÉ” um esquema de caixa dois que seria comandado por diretores da Itaipu.

A polícia quer saber o conteúdo dos documentos encontrados na mala e por que Pedroso passou a mala de forma sorrateira para Martins. As cenas foram filmadas pelas câmeras do aeroporto. Depois de preso, Pedrosa decidiu colaborar e, segundo a polícia, confirmou a intermediação de negócios suspeitos entre empresas privadas e estatais do setor elétrico.

A PF suspeita que grupo fazia tráfico de influência entre dirigentes das estatais para receber pagamentos superfaturados ou para eliminar multas aplicadas às empresas privadas punidas por atraso na entrega de mercadorias, entre outros crimes.

A polícia investiga tentativas de fraudes a partir de contratos de Itaipu Binacional, Furnas, Eletrosul e Eletronorte com várias empresas privadas. Entre elas, a multinacional Alston.

Foram presos também Luiz Geraldo Tourinho, sócio de Pedroso; o lobista Luiz Carlos Dias; e os empresários Osvaldo Panzarini e José Della Volpi, donos da transportadora Della Volpi.

À noite, o senador Valdir Raupp divulgou nota para se explicar sobre a prisão de Parquier. “Causou-me enorme surpresa a prisão do referido funcionário, bem como a busca e apreensão realizada em meu gabinete”. Raupp não contestou as denúncias de ligações de seu assessor com o grupo dos castores. Amaury Martins disse que recebeu a mala de Pedrosa apenas para tirar cópias dos documentos que o empresário entregaria hoje à Comissão de Relações Exteriores da Câmara.

Pedroso iria depor hoje na comissão. Em nota, a Eletrobrás disse que está acompanhando as investigações. “As empresas citadas estão preparadas para impedir que a impunidade prevaleça sobre os compromissos de todas elas com o país e com as leis em vigor”. As investigações foram pedidas pela presidência da Itaipu.

O clube da propina foi denunciado por Antonio Csapo à PF em março. Segundo ele, um grupo de empresas formaram um fundo para pagar propina e facilitar negócios com estatais do setor elétrico.

* Especial para O GLOBO

PF prende seis em ação contra quadrilha que atuava em estatais do setor elétrico

23/05/2006 - 22h58m


Givaldo Barbosa e Jailton de Carvalho - O Globo
Reuters
Agência Brasil
Ana Paula de Carvalho*




BRASÍLIA, CURITIBA e RIO - A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira José Roberto Paquier, chefe de gabinete do senador Valdir Raupp (PMDB-RO) , e cinco empresários acusados de cobrar propina para fraudar pagamentos de estatais do setor elétrico a empresas privadas. Para a PF, os indícios recolhidos na Operação Castores reforçam as suspeitas sobre a existência de um “clube da propina”, consórcio criado por grandes empresas para pagar propina e facilitar negócios com Furnas Centrais Elétricas e outras estatais do setor.

O consórcio foi denunciado pelo ex-executivo da Toshiba José Antonio Csapo à PF em março deste ano.

— As investigações estão confirmando a existência do “clube da propina” na época do Dimas Toledo — disse o delegado Fernando Francischini, coordenador da operação.

Dimas Toledo é ex-diretor de Planejamento de Furnas. O executivo é investigado pela polícia por suposto envolvimento com a formação de um caixa dois para o financiamento de campanhas eleitorais de vários partidos antes das eleições de 2002.

A PF apreendeu ontem, no aeroporto Afonso Pena, em Curitiba, uma mala que estava em poder de Amaury Escudeiro, chefe de gabinete do deputado Luiz Carlos Haully (PSDB-PA). A mala foi passada a Martins pelo empresário Laércio Pedroso, um dos seis presos na Operação Castores. Segundo a PF, o esquema de corrupção era comandado por Pedroso, ex-funcionário da Itaipu Binacional desde 1992, que ocupava o cargo de gerente financeiro da estatal e havia denunciado no início do ano à revista “IstoÉ” um esquema de caixa dois que seria comandado por diretores da Itaipu.

A polícia quer saber o conteúdo dos documentos encontrados na mala e por que Pedroso passou a mala de forma sorrateira para Martins. As cenas foram filmadas pelas câmeras do aeroporto. Depois de preso, Pedrosa decidiu colaborar e, segundo a polícia, confirmou a intermediação de negócios suspeitos entre empresas privadas e estatais do setor elétrico.

A PF suspeita que grupo fazia tráfico de influência entre dirigentes das estatais para receber pagamentos superfaturados ou para eliminar multas aplicadas às empresas privadas punidas por atraso na entrega de mercadorias, entre outros crimes.

A polícia investiga tentativas de fraudes a partir de contratos de Itaipu Binacional, Furnas, Eletrosul e Eletronorte com várias empresas privadas. Entre elas, a multinacional Alston.

Foram presos também Luiz Geraldo Tourinho, sócio de Pedroso; o lobista Luiz Carlos Dias; e os empresários Osvaldo Panzarini e José Della Volpi, donos da transportadora Della Volpi.

À noite, o senador Valdir Raupp divulgou nota para se explicar sobre a prisão de Parquier. “Causou-me enorme surpresa a prisão do referido funcionário, bem como a busca e apreensão realizada em meu gabinete”. Raupp não contestou as denúncias de ligações de seu assessor com o grupo dos castores. Amaury Martins disse que recebeu a mala de Pedrosa apenas para tirar cópias dos documentos que o empresário entregaria hoje à Comissão de Relações Exteriores da Câmara.

Pedroso iria depor hoje na comissão. Em nota, a Eletrobrás disse que está acompanhando as investigações. “As empresas citadas estão preparadas para impedir que a impunidade prevaleça sobre os compromissos de todas elas com o país e com as leis em vigor”. As investigações foram pedidas pela presidência da Itaipu.

O clube da propina foi denunciado por Antonio Csapo à PF em março. Segundo ele, um grupo de empresas formaram um fundo para pagar propina e facilitar negócios com estatais do setor elétrico.

* Especial para O GLOBO

Planejamento familiar é arma contra a violência

23/05/2006

Os episódios provocados pelo PCC levaram políticos a simplificar a explicação das causas da violência e do crime organizado --e, como não poderia ser diferente, as providências sugeridas também vieram simplificadas.

São múltiplas causas e, dependendo do caso, algumas delas têm maior ou menor peso, assim como os enfrentamentos exigem vários tipos de ações. Uma dessas ações, que ninguém está comentando, é o planejamento familiar.

Reduzir o número de filhos por adolescentes ou adolescentes pobres não é, claro, um eixo central de prevenção contra a marginalidade. Mas se nascerem menos crianças indesejadas pelos pais em famílias desajustadas, menor a quantidade de seres rejeitados, ressentidos e agressivos. Não há dúvida de que violência e negligência domésticas produzem seres com tendência à marginalidade.

Não deve ser pouca gente que se encontra nesse risco, considerando que cerca de 900 mil adolescentes têm filho anualmente; a imensa maioria dessas mães são pobres, com baixa escolaridade e terão, com a maternidade. ainda mais dificuldades de boa colocação no mercado de trabalho.

Educar os jovens para a responsabilidade da paternidade e maternidade (e ajudá-los a tomar precauções) é uma entre as dezenas de medidas que reduziriam o risco de delinqüência.

Gilberto Dimenstein, 48, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às terças-feiras.

E-mail: palavradoleitor@uol.com.br

Os bandidos na mesa do café

Publicado na Folha - 20/05.
FERNANDO GABEIRA

Depois de uma hora de braçadas tranqüilas, saio da piscina e subo numa arquibancada de madeira para tirar a toalha da mochila. Olho para uma edificação baixa de tijolos vermelhos, com uma placa: alameda Paissandu. Diante dela, mesas brancas, cadeiras. Numa delas dorme o gato Amaral. O sacana do Amaral, como o chamamos: gordo, castrado, sonolento, ainda assim faz das suas, encostando-se nas gatas, irritando a torcida do Flamengo, "precisamos acabar com esses gatos no clube".
Nesses momentos de contemplação, nuvens desenhando anéis em torno da estátua do Cristo, sinto uma dor por ter dedicado tantos anos à política, com tão escassos resultados. Invade-me uma vontade de mudar de vida, fazer como o narrador do romance "O Enigma da Chegada" (de V.S. Naipaul), que se retira para o interior e passa apenas a observar e escrever o que está na sua frente.
Segunda-feira, auge da crise de violência em São Paulo, parti para Brasília para fazer um discurso de solidariedade e propostas, pensado durante o fim de semana sangrento. Não pude realizá-lo até o fim, embora o plenário estivesse vazio. Minha palavra foi cortada por um presidente ocasional. Ele vem do Norte toda segunda-feira e assume a presidência porque não há ninguém para abrir as sessões. Dá a impressão aos seus eleitores de que é importante, embora já tenha sua prisão preventiva decretada e inúmeras processos. Limitei-me a dizer: "Vossa Excelência é um bandidaço", embora soubesse que até os insultos seriam usados por ele junto aos eleitores como sinal de importância. A um jornal de Brasília, declarou que aqueles que assistem à TV no seu Estado pensam que é o presidente da Câmara.
Ele é desse numeroso e sórdido grupo com que, depois de tantos anos de lutas e sonhos, tenho de conviver no café da Câmara: contas fantasmas, entidades fantasmas, ambulâncias superfaturadas, desvios de verbas no hospital do câncer. A própria luz do Planalto atravessando as vidraças e banhando os flocos de poeira que flutuam nos torna também fantasmas, e você olha a mancha de iogurte na mesa do café, duvida se aquilo não é um ectoplasma desses putos que pintam o cabelo e beliscam a bunda das secretárias.
Marcola, o líder do PCC, já leu mais livros do que todos eles juntos; os da minha geração, que tiveram uma base político-militar -não no sentido de terem feito ações armadas, mas por terem curiosidade em relação às leis da guerra-, esses praticamente saíram de cena.
Fiquei surpreso ao perguntar por um grande nome do Partido Verde alemão, que surgiu nos anos 60, e soube que, ao deixar o governo, está quase aposentado. Lembrei de tantos outros que se voltaram para suas especialidades acadêmicas, dos que morreram, dos que simplesmente deram uma banana para a idéia de transformar o mundo.
De uma certa maneira, foram poupados dessa humilhação que sinto todos os dias ao ver que os bandidos estão triunfando na vida pública, que não só tomaram conta de tudo mas também tomam café ao seu lado, riem para você, falam sobre o tempo e reclamam da dureza da vida política.
É uma ilusão pensar que o mundo do crime ignora essas variáveis. Marcola já esteve aqui depondo e, nos poucos minutos que passei pela sala, olhou-me com muita freqüência, como se quisesse dizer: com esse tipo de gente me interrogando jamais sairá outra coisa, além do desprezo recíproco.
O mundo que está ruindo aos meus pés é muito desconcertante, pois leva consigo toda uma forma de pensar a política que nos reduz ao ridículo de tentar trazer a guerra urbana de São Paulo para o parlamento e ser interrompido por um idiota que está posando de presidente para seus eleitores do Norte.
O mundo que está ruindo nos impõe a humilhação de chamar de Congresso brasileiro um lugar onde os dirigentes da mesa estão mergulhados num escândalo e nem sequer pedem licença para serem investigados, um lugar onde o corregedor, num ano eleitoral, foi o primeiro a ser multado pela Justiça por fazer propaganda fora de tempo.
Numa semana tão importante, talvez não devesse enfatizar minhas frustrações. Acontece que não estou sendo humilhado sozinho, nem o está a pequena parcela de deputados honestos.
Enquanto não se desvendar o elo entre as quadrilhas que queimam ônibus, metralham policiais, fuzilam inocentes e os bandidos que nos cercam, poucos vão sentir a humilhação que sinto. E quando falo de vínculo não me refiro a advogados, emissários ou mesmo um ou outro deputado que possa estar ligado ao crime organizado. Refiro-me ao plano simbólico tão bem expresso na célebre frase carioca: está tudo dominado.
O tudo dominado revela-se não apenas em números mas também em encenações falsas, pequenas omissões, um rígido controle da agenda para que venha à tona o debate dos verdadeiros problemas do país.
Aqui as matracas, os "treisoitões", as bananas de dinamite transfiguram-se em questões de ordem, permita-me um aparte, regimentos internos. Aqui e ali, no Planalto, onde instalamos um governo destinado precisamente a mudar tudo isso e que, no fim das contas, apenas exacerbou o processo, degradando-se e nos degradando.
Só penso em aposentadoria quando vejo o Amaral, gordo, castrado e sacana: divagações à beira da piscina. Não rolei tanto barranco para entregar o ouro aos bandidos. Se há uma boa maneira de viver os últimos dias, essa maneira ainda é o combate.

contato@gabeira.com.br

23 maio, 2006

Justiça condena Ratinho a pagar R$ 150 mil a igreja gay

23/05/2006 - 16h32

da Folha Online

A Justiça condenou o apresentador Ratinho e seu programa, veiculado pelo SBT, a pagar uma indenização de R$ 150 mil à igreja Acalanto, denominação protestante gay cuja sede fica no bairro de Santa Cecília, no centro de São Paulo.

A sentença, à qual cabe recurso, foi dada pelo juiz Guilherme Santini Teodoro, da 4ª Vara Cível de São Paulo, informa a organização Mix Brasil. Nos dias 2 e 5 de maio de 2003, o programa de Ratinho veiculou imagens não autorizadas de um culto. O juiz qualificou a atitude de "postura jocosa, desrespeitosa, depreciativa e pejorativa" ao abordar a comunidade gay.

"A liberdade de imprensa não autoriza, como nenhum direito, o abuso ou o cometimento de ilícitos. [...] O programa tem um conteúdo reducionista, bastante desvinculado de qualquer propósito sadio de promover um verdadeiro debate a respeito da existência e da variedade de seitas religiosas no país e da doutrina religiosa de cada qual", registrou Teodoro em seu despacho.

O SBT afirmou que recorrerá da sentença.

Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u60718.shtml

Algumas frases de alguns famosos

Happiness makes up in height for what it lacks in length. Robert Frost





Life is a long lesson in humility. James M. Barrie





I like long walks, especially when they are taken by people who annoy me. Noel Coward





When men are pure, laws are useless; when men are corrupt, laws are broken. Benjamin Disraeli





When people talk, listen completely. Most people never listen. Ernest Hemingway





Life is far too important a thing ever to talk seriously about. Oscar Wilde





It is impossible for an Englishman to open his mouth without making some other Englishman hate or despise him. George Bernard Shaw





The reason there is so little crime in Germany is that it's against the law. Alex Levin





A jury consists of twelve persons chosen to decide who has the better lawyer. Robert Frost





Interestingly, according to modern astronomers, space is finite. This is a very comforting thought - particularly for people who can never remember where they have left things. Woody Allen





Nobody realizes that some people expend tremendous energy merely to be normal. Albert Camus





On the mountains of truth you can never climb in vain: either you will reach a point higher up today, or you will be training your powers so that you will be able to climb higher tomorrow. Friedrich Nietzsche





The law, in its majestic equality, forbids the rich as well as the poor to sleep under bridges, to beg in the streets, and to steal bread. Anatole France





All men dream: but not equally. Those who dream by night in the dusty recesses of their minds wake in the day to find that it was vanity: but the dreamers of the day are dangerous men, for they may act their dream with open eyes, to make it possible. T. E. Lawrence, "The Seven Pillars of Wisdom"





Life is a moderately good play with a badly written third act. Truman Capote





Every creator painfully experiences the chasm between his inner vision and its ultimate expression. Isaac Bashevis Singer





Regard your good name as the richest jewel you can possibly be possessed of - for credit is like fire; when once you have kindled it you may easily preserve it, but if you once extinguish it, you will find it an arduous task to rekindle it again. The way to gain a good reputation is to endeavor to be what you desire to appear. Socrates





A painting in a museum hears more ridiculous opinions than anything else in the world. Edmond de Concourt





If it weren't for my lawyer, I'd still be in prison. It went a lot faster with two people digging. Joe Martin





He who despairs over an event is a coward, but he who holds hope for the human condition is a fool. Albert Camus





I don't want to achieve immortality through my work... I want to achieve it through not dying. Woody Allen





If a little dreaming is dangerous, the cure for it is not to dream less but to dream more, to dream all the time. Marcel Proust





Climb the mountains and get their good tidings. Nature's peace will flow into you as sunshine flows into trees. The winds will blow their own freshness into you, and the storms their energy, while cares will drop away from you like the leaves of Autumn. John Muir





Walking is also an ambulation of mind. Gretel Ehrlich





Anarchy - it's not the law, it's just a good idea. Unknown





Use soft words and hard arguments. English Proverb





Be still when you have nothing to say; when genuine passion moves you, say what you've got to say, and say it hot. D. H. Lawrence





More than any other time in history, mankind faces a crossroads. One path leads to despair and utter hopelessness. The other, to total extinction. Let us pray we have the wisdom to choose correctly. Woody Allen





All general statements are false. Unknown





Be honorable yourself if you wish to associate with honorable people. Welsh Proverb





There are three rules for writing the novel. Unfortunately, no one knows what they are. W. Somerset Maugham





Every nation ridicules other nations, and all are right. Arthur Schopenhauer





Underlying the whole scheme of civilization is the confidence men have in each other, confidence in their integrity, confidence in their honesty, confidence in their future. Bourke Cockran





Excess on occasion is exhilarating. It prevents moderation from acquiring the deadening effect of a habit. W. Somerset Maugham





A judge is a law student who marks his own examination papers. H. L. Mencken





There are some defeats more triumphant than victories. Michel de Montaigne





Grief can take care of itself, but to get the full value of a joy you must have somebody to divide it with. Mark Twain





Wise men talk because they have something to say; fools, because they have to say something. Plato





Do not be too timid and squeamish about your actions. All life is an experiment. The more experiments you make the better. What if they are a little course, and you may get your coat soiled or torn? What if you do fail, and get fairly rolled in the dirt once or twice. Up again, you shall never be so afraid of a tumble. Ralph Waldo Emerson





So it is with minds. Unless you keep them busy with some definite subject that will bridle and control them, they throw themselves in disorder hither and yon in the vague field of imagination. ..And there is no mad or idle fancy that they do no bring forth in the agitation. Michel de Montaigne





Think not those faithful who praise all thy words and actions; but those who kindly reprove thy faults. Socrates





One word frees us of all the weight and pain of life: That word is love. Sophocles





Be kind, for everyone you meet is fighting a hard battle. Plato





To philosophise is to doubt. Michel de Montaigne





You're only given a little spark of madness. You mustn't lose it. Robin Williams





America is the only country that went from barbarism to decadence without civilization in between. Oscar Wilde





It was one of those perfect English autumnal days which occur more frequently in memory than in life. P. D. James





Pain is inevitable; suffering is optional. Unknown





His lack of education is more than compensated for by his keenly developed moral bankruptcy. Woody Allen





Do not consider painful what is good for you. Euripides





2 is not equal to 3, not even for large values of 2. Grabel's Law





Always acknowledge a fault. This will throw those in authority off their guard and give you an opportunity to commit more. Mark Twain





You can't say that civilization don't advance, however, for in every war they kill you in a new way. Will Rogers





Hell, there are no rules here-- we're trying to accomplish something. Thomas A. Edison





The only thing I was fit for was to be a writer, and this notion rested solely on my suspicion that I would never be fit for real work, and that writing didn't require any. Russell Baker





To conclude, all other living creatures live orderly and well, after their own kind: we see them flock and gather together, and ready to make head and stand against all others of a contrary kind: the lions as fell and savage as they be, fight not with one another: serpents sting not serpents, nor bite one another with their venomous teeth: nay the very monsters and huge fishes of the sea, war not amongst themselves in their own kind: but believe me, man at man's hand receiveth most harm and mischief. Pliny The Elder





I like a woman with a head on her shoulders. I hate necks. Steve Martin





Some men are born mediocre, some men achieve mediocrity, and some men have mediocrity thrust upon them. Joseph Heller





Maybe this world is another planet's hell. Aldous Huxley





Three o'clock is always too late or too early for anything you want to do. Jean-Paul Sartre





A book may be compared to your neighbor; if it be good, it cannot last too long; if bad, you cannot get rid of it too early. Rupert Brooke





I will not eat oysters. I want my food dead- not sick, not wounded - dead. Woody Allen





I adore simple pleasures. They are the last refuge of the complex. Oscar Wilde





Laws are like sausages. It's better not to see them being made. Otto von Bismarck





Advice to writers: Sometimes you just have to stop writing. Even before you begin. Stanislaw J. Lec





It may be true that the law cannot make a man love me, but it can stop him from lynching me, and I think that's pretty important. Martin Luther King Jr.





There is a tragic flaw in our precious Constitution, and I don’t know what can be done to fix it. This is it: Only nut cases want to be president. Kurt Vonnegut





Experience is a hard teacher because she gives the test first, the lesson afterwards. Vernon Sanders Law





The wicked at heart probably know something. Woody Allen





Pleasure is a by-product of doing something that is worth doing. Therefore, do not seek pleasure as such. Pleasure comes of seeking something else, and comes by the way. A. Lawrence Lowell





Go confidently in the direction of your dreams! Live the life you've imagined. As you simplify your life, the laws of the universe will be simpler. Henry David Thoreau





Seek simplicity, and distrust it. Alfred North Whitehead





She had a pretty gift for quotation, which is a serviceable substitute for wit. W. Somerset Maugham