25 dezembro, 2011

Tintin


Tintin
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09 agosto, 2011

A coragem que precisamos


Mr Delmar
Originally uploaded by Haroldo Kennedy


Conheci o Sr Delmar na Praça da Liberdade. Ele nasceu no Piauí. Tem 87 anos, e gosta duma prosa, contar piadas, causos... Tem uma memória fantástica para recitar poemas e cordeis. Ele é a alegria em pessoa.
Uma das histórias que contou-me e que me fez clicar na minha câmara no momento exato em que reproduzia com gestos o que ocorreu há alguns anos, quando ele estava se recuperando de uma cirurgia de ponte-safena.  O que resta na minha memória vou tentar reproduzir aqui a seguir. Ele contou-me que estava no hospital deitado ao lado de uma senhora que ir se submeter a mesma cirurgia de ponte-safena, e ela estava apavorada, e no modo dela pensar,  sua vida estava acabada mesmo antes da operação. Ele conversando com ela, com todo a simpatia que presenciei no dia desta foto, deve ter dado muita motivação àquela mulher, pois bastando algumas palavras e mais precisamente, disse a ela que já havia se submetido a tal cirurgia, e que ela não deveria temê-la.
Depois das palavras de encorajamento, a mulher começou a chorar não mais por mêdo, mas de alegria ao ver resgatado sua coragem de novamente voltar a viver. Sentindo toda a emoção daquele momento, ele sair dos olhos dela lágrimas que ele sabia a razão por qual rolavam, e repetindo com os dedos novamente recordou daquele momento.


19 julho, 2011

Praça da Liberdade


Praça da Liberdade
Originally uploaded by Haroldo Kennedy

A vocalista do Pato Fu cantava a música "Sonífera Ilha", eu cantarolava a letra. Daí esta garota, que estava ao meu lado ficou olhando para mim com uma cara espantada e perguntou-me: "Oh! você sabe esta música?!!". Disse que sim. Fiquei imaginando o porquê da pergunta dela....
Imaginei que como a música estava sendo tocada numa forma melodiosamente infantil, ela não imaginava dela própria não conhecer a letra e um adulto, digo, um velho como eu cantar a letra de cor e salteado...
Foi um encontro de gerações através da música! Musica boa não tem tempo! E no fim tirei esta foto bem natural...

15 maio, 2011

O corte


O corte
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Corte polêmico das árvores no Parque Municipal de Belo Horizonte. As árvores foram marcadas com fitas coloridas em seus troncos. Fitas vermelhas, brancas e verdes, cada uma representaria um destino. No caso da foto, um tronco foi cortado e este caiu sobre a grade com pontas e ficou lá empalado. Este tronco ficou lá espetado por longos 2 dias, até que no terceiro foi retirado. Para mim isto foi o retrato do despreparo de quem gerenciou e executou o corte. Penso que o descaso foi tanto para  grades quanto para as próprias árvores cortadas. Ver uma ex-arvore assim empalada numa grade, imagino que seria  como ter visto um braço ou uma perna de Tiradentes.  Só que neste caso o tronco da árvore é para que o  público que se lembre de como o dinheiro dos nossos impostos está sendo mal gerenciado, seja pela má execução da correção feita ou pela falta do planejamento.

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13 maio, 2011

Curar


Meios para se chegar a uma vida mais saudável, retirado do livro “Curar”, do médico David Servan-Schreiber.




1.   
Coerência cardíaca


    Maria Eduarda, my daughter.
  • Atenção, meditação e relaxamento. Por de lado suas preocupações, por alguns minutos.
  • A melhor maneira de fazer isto é começar inspirando, profundamente, duas vezes. Focalizar sua atenção na respiração até que tenha terminado de exalar, e, então, você deve ficar sem respirar durante alguns segundos antes de inspirar novamente.  A questão é deixar sua mente se mover com a expiração até que ela se torne leve e suave dentro do peito.




2.    Dialogue com suas memórias dolorosas

  • As memórias nas quais tentamos não pensar costumam ser aquelas que deixaram uma cicatriz dolorosa no cérebro emocional. 
  • Procure um psicoterapeuta que trabalhe com EMDR (Dessensibilização e Reprocessamento pelo Movimento Ocular).


3.    Alimentação (pg. 155)

  • Óleo de peixe – AEP (ácido eicosapentaenóico), ômega-3s (peixes de água doce), cavala, arenque, atum (mesmo enlatado), anchovas (inteiras), salmão, sardinha.
  • Sementes de linho, óleo de semente de linho, óleo de cânula, nozes inglesas, espinafre, agrião, espirulina.
  • Reduzir o consumo de gorduras não saudáveis;
  • Adicione um suplemento de óleo de peixe ao seu regime.

4.   
Gerenciamento de conflitos 
FTACEN (página 206):

Mariane e Sheila
  • F – de fonte, a conversa deve ser iniciada com a fonte do problema e que tem os meios para resolvê-lo.
  • T - de tempo, hora e lugar certos. Falar em paz e com o tempo disponível, e a pessoa não esteja sob pressão ou stress.
  • A – de abordagem amigável, ter certeza que a pessoa está escutando, se um dos protagonistas se sente atacado, tenderá a ficar “inundado” por suas emoções, mesmo antes de a conversa começar. Chame a pessoa pelo nome.
  • C – de comportamento objetivo, explique o comportamento que motiva a queixa, limite-se sua descrição ao que aconteceu e nada mais, sem a mais ligeira alusão a um julgamento moral.
  • E – de emoção. Após a descrição dos fatos, deve surgir a emoção que você sentiu com o resultado deles. Lembre-se: raiva é uma emoção dirigida a outro, não uma expressão de mágoa interna.
  • N – de necessidade. Mencionar a decepção de suas esperanças, ou a necessidade que sente não ter sido reconhecida.  Por exemplo: “Preciso-me sentir seguro no trabalho, saber que não serei humilhado ou ferido por observações cáusticas, especialmente de alguém tão importante quanto você”.


    5.    Corpo



    29a Bienal de São Paulo
    • Exercícios, como a natação, correr, bicicleta. O principal é o tempo dedicado a atividade (20 minutos diários pelo menos) e a frequência, e não sua intensidade. Outro componente e a sinergia com um grupo, não entrar para competir, e além das possibilidades iniciais.
    • O único exercício inadequado é não se exercitar.


    6.    Fortalecer os relacionamentos, de coração para coração (pg. 213, a empatia com o outro no diálogo)

    Mariane e Sheila
    • H de histórico: “o que lhe aconteceu?”;
    • A de afetar: “E como isso faz você se sentir?”;
    • P de problema: “E o que o incomoda mais agora?” (esta pergunta é mágica, pois ajuda a concentrar a mente da pessoa que está sofrendo)";
    • L de lidar: “E o que pode ajudá-lo a lidar melhor com isto?” (nosso papel consiste em simplesmente estar lá, estar presente)";
    • E de empatia: “Parte dessa ajuda consiste em deixá-los partir cheios de confiança em alguém que realmente se preocupa com eles e, portanto, com a sensação de que têm um aliado em sua luta. Adultos também precisam se sentir menos solitários quando sofrem.";

    7.    Despertando com o sol
    Por do sol na fazenda
    • Use o relógio biológico, desperte com o sol (claridade), troque o despertador por um abajur simulador de aurora (que a luz aumenta suavemente), ou deixe as cortinas abertas.
    8.    Abras seus meridianos


    • É bem verdade que a acupuntura representa maior investimento de tempo e dinheiro do que alguns dos outros métodos citados. Busque bons profissionais, estes precisam tempo para conseguir uma avaliação completa de sua história e de seus sintomas antes que comecem a estimular seu corpo com agulhas. Estes devem ser tranqüilos e cuidadosos e a inserção das agulhas deve ser praticamente indolor.


    9.    Busque uma conexão mais ampla


    29a Bienal de São Paulo
    • Participar da comunidade em que vivemos e nos sentirmos confortáveis com o papel que desempenhamos nela. 
    • Participar de algo que possa fazermos transcender, naquilo que dá significado à própria vida, nas horas boas e más.
    • Dê um tempo a si mesmo para pensar sobre lugares e pessoas com que você se sente “em casa” , fora de seu círculo familiar imediato, aqueles cuja existência faz o mundo parecer um lugar melhor para você.  Este lugar pode ser um parque, um bosque, uma escola, uma cozinha, um coral, uma igreja, um templo, um abrigo para animais, um grupo de dança de salão.
    • Metas, crenças ou filosofias específicas. Alfabetização, conservação da vida selvagem.
    • Deve sentir em casa com idéias que realmente acredita e achar uma atividade ou um grupo que incorpore um e outro. Pense em como se envolver ou como pode contribuir sendo quem você é, na sua própria cidade, de acordo com seus próprios meios.


    Fonte: Curar, Dr David Servan-Schreiber, São Paulo: Sá Editora,2004. 

    10 janeiro, 2011

    Um antropólogo na berlinda



     “Todo ser humano é um antropólogo” (Roy Wagner). 




    “[ ]... por mais que esses primeiros contatos sejam estremecidos por mal-entendidos, marcados por formalidades ou abrandados por cortesias, é necessário não obstante que ocorram, pois o mero fato de ser humano e esta num lugar [entre os objetos-humanos pesquisados] gera por si só certas dependências... E, ainda assim, o riso e a ternura que tão facilmente surgem nessas ocasiões jamais substituirão o companheirismo e a compreensão mais íntimos e profundos que são elementos tão importantes da vida em qualquer cultura. [ ]...Caso o bem-intencionado forasteiro, talvez sentido-se culpado pelos 'erros' que já cometeu, redobre seus esforços para estabelecer amizades, conseguirá apenas aumentar ainda mais suas dificuldades. [ ] ...essas frustrações iniciais tendem a se acumular, pois o padrão concernente à amizade com frequência se reproduz em muitos outros aspectos da vida social. Aos poucos, o pesquisador começa a sentir a efetividade de sua condição de pessoa diminuída, e é pouco consolo saber que as pessoas podem estar tentando 'agradar o estranho ou tornas sua vida mais fácil: mais vale uma incompreensão honesta do que uma amizade falsa. Mesmo o forasteiro mais tolerante e bem-intencionado, que se mantenha reservado e faça de tudo para não demonstrar sua frustração, acabará por achar extremamente desgastante a tensão de tentar preservar seus pensamente e expectativas e ao mesmo tempo 'respeitar' os da população local. Ele pode se sentir inadequado, ou talvez ache que seus ideiais de tolerância e relatividade acabaram por enredá-lo numa situação além de seu controle. Esse sentimento é conhecido pelos antropólogos como 'choque-cultural'. Nele, a 'cultura' local se manifesta ao antropólogo primeiramente por meio de sua própria inadequação;  contra o pano de fundo de seu novo ambiente, foi ele que se tornou 'visível'. Essa situação tem alguns paralelos em nossa sociedade: o calouro que entra na faculdade, o recruta no exército, qualquer pessoa que se veja na circunstância de ter de viver num ambiente 'novo' ou estranho há de experimentar um pouco desse tipo de “choque”. Tipicamente, a pessoa em questão fica deprimida e ansiosa, podendo fechar-se em si mesma ou agarrar qualquer oportunidade para se comunicar com os outros. [ ] ... Nosso sucesso e a efetividade de nossa condição de pessoas se baseiam nessa participação e na habilidade de manter a competência controladora na comunicação com os outros. O choque cultural é uma perda do eu em virtude da perda desses suportes. [ ]... Para o antropólogo em campo, porém, o problema é ao mesmo tempo mais urgente e mais duradouro. (A invenção da Cultura, páginas 33-34, Roy Wagner, São Paulo: Cosac Naify, 2010)




    Estamos tão inseridos numa cultura que não nos damos conta que tudo isto que fazemos é uma invenção, e não quero dizer que a realidade é isto e blá, blá, blá...







    Um referência  para o texto acima, me parece que tem tudo a ver com este link aqui: http://www.youtube.com/watch?v=PDa1Ek3LVlc  ou clique abaixo:





    Textos que recebi esta semana:


    • Mãe convence filhos a ficar sem internet e conta experiência em livro

    http://www.revistadigital.com.br/namidia.asp?CodMateria=5546


    Parece o sujo falando do mal lavado, mas estou desde junho de 2010 sem ver televisão, e de lá até o dia 22 de novembro, não postei nenhuma foto no meu blog de fotos. Somente abro e-mails de um círculo muito pequeno de pessoas, em uma mão apenas conta-se. Não leio mais jornais impressos ou seus fac-similes piorados na internet. Dediquei-me nos últimos mêses a ler livros durante minhas insônias. Bati o recorde, de leituras e infelizmente das insônias.  O lado positivo é que atualizei-me com meus autores preferidos e alguns outros que não conhecia. A lista é grande. Um deles é do texto acima, de Roy Wagner. Fabuloso seu livro, foi uma dica de meu amigo livreiro lá da livraria do Palácio das Artes, Adilson. As indicações dos links acima vieram de um de meus contatos de e-mail e o outro da revisto eletrônica que leio, a  www.revistadigital.com.br. Não dá para deixar de lê-la, pois sempre tem bons textos. Tenho pelo menos o direito e dever de escolher o melhor para ler, então que escolhemos os bons.




    Metade bugre, metade alemão

       No livro de Michelle Petit, “A arte de Ler”, tem uma frase de uma garota colombiana que exprime tudo aquilo que toda minha curiosidade me impõe, ela disse assim para sua professora:

    “No céu eles lêem poesias, no inferno eles as explicam”.

                    Acho que definitivamente não sou um sujeito com uma mente para fluir poesia, felizmente ou infelizmente, talvez os dois ao mesmo tempo. Minha mente é muito racional, deixando a fruição apenas para a música, já que esta me é totalmente estranha! Se realmente tenho que fazer uma escolha, escolheria as duas, mas se for somente uma, sinto que quero ir mesmo para o inferno e tentar explicar todas as coisas e também  todas as poesias que puder.  Desaprendi muito cedo,  agora me dou conta que sou metade bugre, metade alemão. Gosto de ir nos caminhos tortuosos pelo lado bugre, permaneço neles pela outra metade. Sou um “off-road”, agora sei fazer-me referência a mim mesmo graças a esta poesia de Manuel de Barros abaixo, será que estou deixando de ser bugre e alemão? Talvez me tornando uma pessoa melhor e tendo inspiração, afinal, dizem que 90% é transpiração e 10% inspiração. Chegou a vez da última. A seguir, um trecho do poema:


    Mundo Pequeno

    (do livro  "O Livro das Ignorãças", Manuel de Barros)


    VI

    Descobri aos 13 anos que o que me dava prazer nas
    leituras não era a beleza das frases, mas a doença
    delas.
    Comuniquei ao Padre Ezequiel, um meu Preceptor,
    esse gosto esquisito.
    Eu pensava que fosse um sujeito escaleno.
    - Gostar de fazer defeitos na frase é muito saudável,
    o Padre me disse.
    Ele fez um limpamento em meus receios.
    O Padre falou ainda: Manoel, isso não é doença,
    pode muito que você carregue para o resto da vida
    um certo gosto por nadas...
    E se riu.
    Você não é de bugre? - ele continuou.
    Que sim, eu respondi.
    Veja que bugre só pega por desvios, não anda em
    estradas -
    Pois é nos desvios que encontra as melhores surpresas
    e os ariticuns maduros.
    Há que apenas saber errar bem o seu idioma.
    Esse Padre Ezequiel foi o meu primeiro professor de
    gramática.

    08 janeiro, 2011

    Réveillon 2010


    Réveillon 2010
    Originally uploaded by Haroldo Kennedy
    Alguns dias antes do dia de réveillon, encontrei esta improvisação de uma barraca. Eram os sem-teto que vivem naquela praça. Receberam uma ajuda em comida e começaram a preparar a seia. O que me chamou a atenção especial foi a cor quente da fotografia naquele plástico, e ainda, era uma propaganda de réveillon, tento os nomes de várias cidades do mundo inteiro, misturando um pouco entre nomes de capitais e regiões geográficas. Note que naquela panela tem batatas a cozinhar...