15 janeiro, 2016

O Brasil não é para principiantes!


Já conhecia a história relatada abaixo de um livro americano de edição em português (é lógico), mas como faz tempo que o li, reproduzo aqui a minha última leitura do livro do brasileiro Alexandre Carvalho (Os Sete Pecados, INVEJA), editora Leya.


A inveja da conta de Luz: invejoso paga menos.

Uma empresa americana de energia [elétrica] descobriu o caminho para as pessoas reduzirem o consumo de eletricidade: dizer que o vizinho gasta menos[*]


“Foi incentivando a inveja entre a vizinhança que a Opower, uma empresa da California[**], ajudou consumidores a economizar 1 terawatt-hora de energia em três anos – o suficiente para abastecer uma cidade de 200 mil habitantes por 12 meses. A companhia conseguiu  isso inventando uma conta de luz que informava, além do consumo da residência, o gasto de energia dos vizinhos no mesmo período. Quando um gastão – do tipo que passa meia hora no chuveiro – percebe que o morador da casa ao lado paga menos de eletricidade [sic], ele reduz o consumo- e acaba pagando menos também. Psicologia comportamental aplicada é isso aí”.


Mas não sei se aqui no Brasil isso funcionaria, pois o “Brasil não é para principiantes”! Não é das lembranças dos nossos jovens colegas, futuros gestores da Cemig, na época dos planos econômicos passados, houve o congelamento de preços, os fazendeiros “esconderam” seus bois (não me perguntem onde!). O José Sarney, (sim, ele já foi presidente do Brasil!) foi a televisão em rede nacional e pediu aos brasileiros que NÃO COMPRASSEM CARNE! Seria um boicote, tal qual o governo argentino tinha feito e dado resultado! No outro dia os brasileiros (classe média) correram para os açougues comprando a maior quantidade de carne possível e ainda comprando “freezers” para guardar a provisão de carne! Mas aqui como eu disse antes: “O Brasil não é para principiantes!”



*Confesso que depois que li a reportagem do livro do autor americano, mostrei minha conta de energia elétrica para alguns colegas para ver se eles me imitavam, pois minha conta era de R$63,00 (sessenta e três reais). Mas agora com os aumentos da dona você sabe quem, minha conta já está a mais de R$90,00 (noventa reais). Mas lá em casa é trifásico, eu não sou de “baixa-renda”, não deveria ter a isenção por gastar menos de tantos quilowatts por mês, incentivo este cortado este ano pelo governo mineiro atual, e que para mim foi acertado (sou thatcheriano nessa hora),  então o critério para o desconto deveria ter mais de um parâmetro e não somente o consumo mensal em quilowatts.


**A Califórnia ano passado enfrentou uma série de “apagões” no seu sistema elétrico, um dos motivos foi a falta de água nos reservatórios de suas usinas hidrelétricas!

10 janeiro, 2016

Gratidão

Se há alguns anos atrás eu pudesse escolher alguém para conhecer nos EUA, eu escolheria o autor Oliver Sacks.
Por que? Respondo com as palavras do próprio Sacks:

Deste muito pequeno minha tendência é lidar com a perda – a perda de pessoas que me são caras – voltando-me para o que não é humano. Quando me mandaram para um colégio interno aos seis anos, na eclosão da Segunda Guerra Mundial, os números se tornaram meus amigos, retornei a Londres, aos dez, e  os elementos e a tabela periódica passaram a ser meus companheiros. Épocas difíceis ao longo de toda a minha existência levaram-me a buscar as ciências físicas ou retornar a elas: um mundo onde não há vida, mas também não há morte.”

Mas não seja grato somente para provar algo para alguém, dê a gratidão como um presente de coração, e falando como um cientista, a única explicação imediata para nossa existência num mundo caótico é nosso esforço em vencer a entropia, alimentamos de entropia negativa, o que vocês podem chamar de amor!


“Não consigo fingir que não estou com medo. Mas meu sentimento predominante é a gratidão. Amei e fui amado, recebi muito e dei algo em troca. Li, viajei, pensei, escrevi. Tive meu intercurso com o mundo, o intercurso especial dos escritores e leitores.