30 dezembro, 2005

O quanto vale um segundo de nossas vidas

Outro dia antes do Natal, estava sentado num ônibus, e vi passar na outra mão de direção, um outro ônibus com as palavras: “Feliz 2005”. Pensei comigo, “o cara colocou a faixa errada” ou ele está “batendo pino”.

Por outro lado, em uma das entrevistas que vi na televisão no final do ano, vi uma senhora dizer “que tinha muito que comemorar até a chegada de 2006...”.

Fazendo um “mexidão” com as duas notícias, imaginei que o motorista do ônibus queria dizer a mesma coisa, ou seja, que ainda temos muito que fazer até os últimos segundos de 2006, e que principalmente, conforme a primeira reportagem selecionada abaixo.

Faça esta pergunta ao garoto que ficou uma semana preso 6 dias num poço em Guarulhos. Ele não perdeu a noção do tempo, e rezava todo o dia para que o encontrassem, e o que ele mais queria era passar o natal com a sua mãe e seu sobrinho pequeno... Quando foi resgatado, com fome e sede, queria comer a comida gostosa que sua mãe costumava a fazer para ele. Um segundo a mais naquele buraco seria uma eternidade, principalmente quando escutou a voz de seus pais, procurando-o no matagal.

Constantemente somos “inundados” de notícias, as ruins nos marcam mais, pois somos mais sensíveis as coisas ruins do que as coisas boas, talvez isto seja resultado de um processo evolutivo de todos os animais, pois somente assim poderíamos perpetuar nossa espécie. Desta maneira, a sensibilidade aos fatos ruins, nos faz querer nos manter cada vez mais longe dos noticiários televisivos e de jornais diários, principalmente os de R$0,25.


Como sugerem os cientistas e o senso comum, somos muito influenciadas a esquecer lembranças ruins, mas isto nos foi dado principalmente para não guardarmos “coisas” (pensamentos) desnecessários…

Então aquela antiga frase que nossos pais já nos diziam ainda fale muito: “É melhor fingir-se de bobo para vivermos...”. Cientistas nos informam que temos que filtrar as informações que nos incomodam, “indesejadas”. Acho que aqui no Brasil temos 2 personagens que fingem de bobo para viverem: os que ESTÃO NO GOVERNO e os que NÃO ESTÃO NO GOVERNO. E o esquecido terceiro personagem: os que os 2 PRIMEIROS AINDA ACHAM QUE SÃO BOBOS: NÓS, os eleitores, cada vez mais conhecedores dos jogos de poder.

E que sem dúvida alguma, tentam nos passar a conta, ou seja, "pagar o pato". Mas isto está mudando...



Eu devo ser um tipo de “A velhinha de Taubaté” , personagem criada por Luis Fernando Verissimo, durante o governo do general João Baptista Figueiredo (1979-1985) ou as notícias que leio nos jornais se NÃO levadas em conta, me fazem o cara mais pessimista do Brasil, e isto eu não gostaria de ser, muito menos a velhinha...

inserir texto aqui


“A velhinha de taubaté (...)
Os governos mudam, as promessas se renovam,
as autoridades nem tanto, mas se há uma coisa firme no país é a crença da
Velhinha de Taubaté. Presidentes da República e ministros, por exemplo, a
consideram um patrimônio nacional, já que ela acredita em todos os seus projetos
e nas justificativas que dão depois para o fracasso dos projetos. Criada durante
o Governo Figueiredo, a Velhinha não é mais personagem das crônicas de
Veríssimo, mas permanece um símbolo da fé cega no Brasil.
(...)”


Para finalizar, digo que fiquei muito decepcionado este ano, tanto quanto na política quanto no futebol. É só lembrar as letras das músicas que cantávamos na década de 80, junto com muitos líderes estudantis, que muitos deles hoje são políticos. As letras continuam atuais, mas com um detalhe, servem para quem as cantou também.

RPM: “ # ...Coroa-Brastel, o crime da mala, um monte de gente envolvida... juram que não, torturam ninguém, agem assim, para o seu próprio bem, são tão legais, fora-da-lei...#” ;

Cazuza: “# A sua piscina está cheia de Ratos, as suas idéias não correspondem aos fatos...#

Mas que meu desejo que outrora era de “mudança” hoje ele é mais pragmático: “o meu desejo é que as coisas funcionem”. Já vi o suficiente para acreditar que a única fonte de esperança num país melhor é na educação das crianças.

Todo poder corrompe...” __ Lorde Acton


Haroldo Kennedy Clebicar Nogueira.


Para não dizer que em 2005 só houve notícias ruins (econômicas), seleciono algumas delas aqui para os que ainda tem MEMÓRIA SELETIVA:



25/12/2005 - 15h02m
Cientistas adiam começo de 2006 em um segundo
Reuters
WASHINGTON - Preparem-se para um minuto de 61 segundos. Cientistas estão adiando o começo de 2006, com o primeiro "segundo intercalado" em sete anos, a fim de compensar mudanças na rotação da Terra. Megafone: Que bom motivo o faria adiar o fim 2005? .
Leia mais em: http://oglobo.globo.com/online/ciencia/189742470.asp



29/12/2005 - 10h47
Tiago, 9, rezou seis dias para sair de poço
MARCO DE CASTRO, do Agora

O garoto Tiago Félix de Souza, 9, resgatado no dia de Natal de um buraco de 20 m onde passou seis dias, teve alta ontem e voltou para casa, em Guarulhos (Grande São Paulo). Ele contou que, no tempo que passou dentro do poço seco onde caiu, pedia a Deus para tirá-lo de lá e só pensava em sua mãe.
Leia mais em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u116753.shtml



Cérebro apaga lembranças ruins, diz pesquisa

Pesquisadores das universidades americanas de Stanford e do Oregon descobriram que o cérebro é capaz de suprimir pensamentos indesejados conscientemente.


”Os estudos utilizaram tomografias computadorizadas do cérebro para demonstrar que as pessoas podem utilizar a força da mente para ”bloquear" pensamentos da mesma forma que fazem com ações indesejadas.
A controvérsia sobre se existe ou não um mecanismo para esconder recordações desagradáveis existe há anos...[ ] “.
Leia mais: http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/story/2004/01/040109_memoriaebc.shtml


Habilidade de filtrar dados influencia memória visual, diz estudo

Uma pesquisa realizada por estudiosos da Universidade do Oregon, nos Estados Unidos, indica que a habilidade do cérebro de filtrar informações inúteis influencia a capacidade de memória visual do cérebro.


Segundo o estudo, publicado na última edição da revista Nature, uma boa memória não depende de espaço de armazenamento no cérebro e sim do quão bem o órgão filtra as informações que recebe, selecionando as mais relevantes...[ ]
A pesquisa diz que as pessoas mais dispersas são aquelas que se deixam inundar com dados desnecessários. Por outro lado, os cientistas afirmam que essas pessoas, em geral, são mais criativas.
Leia mais em:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/story/2005/11/051124_cerebroba.shtml


30/11/2005 - 20h04m
Dona Vitória ganha prêmio de cidadania
Fábio Gusmão - Extra

RIO - Dona Vitória, a aposentada de 80 anos que filmou os traficantes da Ladeira dos Tabajaras durante quase dois anos, foi uma das vencedoras do Prêmio PNBE de Cidadania. Ela foi escolhida na categoria "O cidadão que queremos".
Leia mais: http://oglobo.globo.com/online/plantao/189469603.asp

Qua, 28 Dez - 12h26
Relação dívida externa/PIB fecha ano no menor patamar desde 1975

BRASÍLIA (Reuters) - A relação da dívida externa brasileira em relação ao Produto Interno Bruto deve fechar 2005 em 21 por cento, o menor patamar desde 1975, estimou o Banco Central nesta quarta-feira.
Segundo o BC, a dívida externa bruta deve encerrar o ano em 165 bilhões de dólares, sendo 99 bilhões de dólares do setor público e o restante do setor privado. Este é o menor volume nominal da dívida desde 1995, quando estava em cerca de 164 bilhões de dólares.(Por Isabel Versiani)
Leia mais em: http://br.news.yahoo.com/051228/5/10jqn.html


29/12/2005 - 19h15m
Bovespa lidera ranking de investimentos em 2005

Paula Dias - Globo Online
SÃO PAULO - Quem apostou que as ações seriam um bom investimento em 2005 acertou em cheio. Foi na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) que estiveram as melhores oportunidades de ganhos do ano. O Índice Bovespa, principal indicador da bolsa, fechou o ano com valorização de 27,71%. Os fundos que aplicam recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em ações da Petrobras foram a melhor opção, com ganho acumulado de 52,53% (até o dia 26 de dezembro, segundo relatório divulgado pela Associação Nacional dos Bancos de Investimentos - Anbid). [...]
O analista lembra que a queda do risco-país e o pagamento antecipado da dívida brasileira junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) são dos símbolos da melhora da imagem do país no mercado externo, apesar de o Brasil ter crescido bem menos que outras economias emergentes.
Leia mais em: http://oglobo.globo.com/online/economia/189785149.asp




28/12/2005 - 14h59m
Meta de exportação para o ano já foi superada

O Globo
BRASÍLIA - A meta de US$ 117 bilhões estabelecida pelo governo para as exportações foi superada quatro dias antes de fechar o ano. As vendas externas brasileiras atingiram na terça-feira US$ 117, 005 bilhões. O resultado final da balança comercial brasileira será divulgado e comentado na próxima segunda-feira, pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, em São Paulo. Na ocasião, o ministro Furlan deverá anunciar a nova meta de exportações do Governo Federal para 2006.
Leia mais em:
http://oglobo.globo.com/especiais/exterior/189767597.asp

Redução da miséria no país é a maior desde 1992
28/11/2005 - 13h15m
Globo Online

RIO - A Fundação Getúlio Vargas divulgou, nesta segunda-feira, uma pesquisa mostrando que, em 2004, o Brasil assistiu a uma queda substantiva da pobreza decorrente do crescimento da economia e, em particular, da redistribuição de renda.

Segundo estudo do Centro de Políticas Sociais (CPS), baseado nos dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD/IBGE), e coordenado pelo economista Marcelo Neri, a proporção de pessoas abaixo da linha de miséria passou de 27,26%, em 2003, para 25,08% no ano passado. Com isso, atingiu o nível mais baixo da série desde o lançamento da nova PNAD em 1992, quando era de 35,87%.

Conforme o exemplo citado pelo colunista Ancelmo Gois, na edição desta segunda de O Globo, se em 1992 um em cada três brasileiros vivia na miséria, atualmente essa proporção caiu para um em cada quatro.

Leia mais em:
http://oglobo.globo.com/online/plantao/189437720.asp


Brasil é 5º melhor para investimentos diretos, diz Unctad

O Brasil é o quinto melhor país para fazer investimentos diretos nos próximos anos, de acordo com um estudo divulgado nesta segunda-feira pela Unctad, a agência da ONU para a promoção do comércio e do desenvolvimento.

A conclusão se baseou em pesquisa feita com empresas transnacionais, especialistas no setor e agências de promoção de investimentos.
O Brasil só ficou atrás da China, dos Estados Unidos, da Índia e da Rússia, nesta ordem.
O país também foi apontado como a 13ª fonte mais importante de investimentos em outros países.
Perspectivas positivas ...[ ]

Leia mais em:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2005/11/051114_fdiro.shtml



06/12/2005 - 19h26m
Risco atinge novo piso, Bovespa bate recorde e dólar sobe quase 1%

Paula Dias - Globo Online
SÃO PAULO - O EMBI+ Brasil, indicador calculado pelo JP Morgan que mede o risco-país brasileiro, fechou em queda de 7 pontos nesta terça-feira, aos 316 pontos centesimais. Esse é o mais novo piso histórico do indicador, criado em abril de 1994.
Leia mais em:
http://oglobo.globo.com/online/economia/189534426.asp


6 MILHÕES DE CONSUMIDORES LIGADOS.

A Cemig trabalha por Minas. Você comemora os resultados.
[ ] ... Hoje, já são 6 milhões de consumidores ligados, que representam cerca de 17 milhões de pessoas atendidas em 774 municípios. A Cemig é a maior distribuidora de energia de energia elétrica da América Latina e líder mundial pelo Índice Dow Jones de Sustentabilidade. Conquistas que o Governo de Minas e a Cemig têm a satisfação de dividir com você. Em Minas é assim: por onde a energia avança, os resultados chegam a todos os mineiros.

Leia mais:
http://www.cemig.com.br/noticias/6_milhoes.asp


P.S.


Para quem imagina que quiser se dedicar-se ao entendimento de argumentações, sugiro o site abaixo:
http://brazil.skepdic.com/autoridade.html

29 dezembro, 2005

Tiago, 9, rezou seis dias para sair de poço

29/12/2005 - 10h47
Tiago, 9, rezou seis dias para sair de poço

MARCO DE CASTRO
do Agora

O garoto Tiago Félix de Souza, 9, resgatado no dia de Natal de um buraco de 20 m onde passou seis dias, teve alta ontem e voltou para casa, em Guarulhos (Grande São Paulo). Ele contou que, no tempo que passou dentro do poço seco onde caiu, pedia a Deus para tirá-lo de lá e só pensava em sua mãe.

Ontem, Tiago ainda se dizia assustado com a situação que enfrentou. Tímido, olhando para o chão e com voz baixa, ele contou que nunca havia entrado no matagal que escondia o buraco, perto de sua casa, no Jardim Normandia, em Guarulhos.

"Fui levar cigarro para o meu pai [que trabalha em um sítio como lavrador]. Na volta, resolvi cortar caminho", diz ele. O garoto contou que, enquanto caminhava --na manhã do dia 19--, caiu no buraco, cuja abertura tem cerca de 1 m de diâmetro e estava totalmente escondida pelo matagal.

Tiago disse que, para matar a sede, bebeu água de chuva. A fome, no entanto, foi uma das principais dificuldades. "Enquanto eu estava lá, sentia muita fome e queria muito comer arroz, feijão e carne", contou. Seu desejo foi satisfeito no hospital.

Ele relatou que não perdeu as esperanças de ser encontrado. "Eu rezava e pedia a Deus para me tirar de lá e poder voltar para meu pai e minha mãe. Lá, eu pensava muito na minha mãe."

Dia de Natal

Foi na manhã do domingo de Natal que Tiago ouviu as vozes de seu pai, de sua mãe e de sua tia, que o procuravam no matagal, gritando seu nome. "Escutei todo mundo gritando e comecei a gritar também", contou.

O menino disse que, mesmo no fundo do buraco escuro, não perdeu a noção dos dias e que torcia para ser resgatado antes do Natal.

Retirado do poço por um bombeiro, Tiago foi levado ao Hospital Geral de Guarulhos com desnutrição, desidratação e insuficiência renal. Passou três dias na UTI. A queda causou apenas algumas escoriações leves nas pernas e nos braços. Ontem, seus pés ainda estavam enfaixados.

Ao ter alta, o garoto ganhou uma bola com o emblema do São Paulo, time pelo qual torce, e uma camisa do Milan, time onde joga seu ídolo, Kaká.

Agora, ele diz estar em dúvida. Não sabe se, quando crescer, quer ser jogador de futebol, como seu ídolo, ou bombeiro. "Quero jogar bola e quero salvar pessoas, como os bombeiros."

Promessa

A dona-de-casa Vanda Félix, 40, mãe de Tiago, contou que, na véspera de Natal, cansada de procurar, sem sucesso, pelo filho, fez uma promessa a Nossa Senhora Aparecida. "Eu prometi que, se encontrasse meu filho, o levaria vestido de branco até o pé da santa [imagem que está na Basílica de Aparecida] e ia deixar um pouco do cabelo dele no altar."

Para o pai de Tiago, o lavrador Benedito Aparecido de Souza, 46, o fato de o filho ter sobrevivido à queda de 20 metros sem ferimentos graves e ainda ter saído vivo após seis dias sem comida e água potável "só pode ser milagre".

Vanda disse que ninguém da família dormiu enquanto Tiago esteve desaparecido e que os vizinhos ajudaram nas buscas. "Sempre tivemos esperanças", contou.


Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u116753.shtml

27 dezembro, 2005

Banzé por causa de um coelho

26/12/2005 - 20h15m
Jovem acusada de agredir veterinária consegue liberdade na Justiça

Daniel Engelbrecht - Globo Online

RIO - A juíza da 20ª Vara Criminal, Maria Elisa Peixoto Lubanco, concedeu, no início da noite desta segunda-feira, liberdade provisória à filha da advogada Cláudia Marinho, de 40 anos, Lívia, de 20 anos. Filha e mãe são acusadas de terem agredido e mantido em cárcere privado a médica veterinária Márcia Lilian Pereira de Lima, de 26 anos, na sexta-feira. A jovem estava presa há quatro dias e já tinha tido um pedido de hábeas-corpus negado pela Justiça, no sábado.

A estudante de artes cênicas é acusada de agredir, torturar e manter em cárcere privado a veterinária Márcia Lilian Pereira de Lima por causa de uma coelha - está presa há três dias na Polinter, sob a acusação de ter participado do crime.

Segundo a advogada, Lívia, presa em flagrante por policiais militares momentos depois, não teve participação efetiva na briga.

- Ela estava no computador com meu sobrinho quando começou a confusão. Ela veio, claro, para me ajudar, mas ficou só nisso. Não é verdade que ficou com uma faca mantendo a veterinária presa. O edifício tem câmeras que marcam o horário e vão provar que tudo não levou mais do que 40 minutos.

A mãe, que não se apresentou a polícia, disse ao jornal "O Globo", por telefone, que tudo não passou de uma briga e que as denúncias são um exagero. Cláudia alegou ter ficado desesperada quando sua coelha Gia começou a passar mal depois de receber um medicamento prescrito pela veterinária.

- Eu amo mais a minha coelha do que minha filha e meu marido - disse Cláudia.

Cláudia contou que, por diversas vezes, tentou falar com a veterinária depois que descobriu que o remédio Natalene não era indicado para coelhos. Moradora da Barra, onde vive num apartamento na Avenida Sernambetiba com a coelha e o marido, Cláudia afirmou que Gia quase morreu e está com suspeita de falência renal. No início do mês, a coelha, que tem três anos e meio, fez tratamento contra sarna nas orelhas:

- Conheço diversos veterinários no Rio e todos disseram que esse remédio não poderia ter sido passado em hipótese alguma para a coelha. Esse remédio inclusive é proibido em diversos países. Nas vezes em que tentei falar com a veterinária, ela foi arrogante e não quis levar a sério o problema.

A advogada conta que pediu para um sobrinho marcar o encontro no apartamento da filha, na Rua Pio Correa, no Jardim Botânico, porque seria a única forma de conversar com Márcia e cobrar explicações:

- Quando ela chegou, ainda quis tirar uma onda, dizendo que não tinha feito nada de errado. Fiquei louca e desesperada porque ela estava fazendo pouco-caso. Houve uma discussão e uma briga. É claro que eu estava mais exaltada, mas as agressões foram dos dois lados, tanto que estou marcada.

Cláudia confirmou que pegou uma faca para cortar o rabo-de-cavalo da veterinária e que, como não conseguiu, optou por uma tesoura. Ela negou, no entanto, que tenha mantido Márcia em cárcere privado por três horas, como afirma a veterinária, obrigando-a a tomar o restante do medicamento:

- Não haveria possibilidade de acontecerem essas agressões covardes porque ela estava acompanhada de uma moça, que se dizia estagiária.

Cláudia admite que errou quando pegou as chaves do carro de Márcia e saiu com o veículo, mas garante que não tinha intenção de roubá-lo:

- Como houve bagunça no prédio, pensei apenas em tirar o carro dela da garagem. Tanto que ele foi achado bem perto.

Dizendo-se defensora dos animais, a advogada revelou que cria 15 cachorros e 15 gatos doentes ou recolhidos da rua em outros dois imóveis: um outro apartamento na Avenida Sernambetiba e uma casa em Jacarepaguá.

Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/rio/189747815.asp

Serraglio diz que mulher de Janene aparece em operações de Valério

26/12/2005 - 20h15m
Lydia Medeiros - O Globo

BRASÍLIA - O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), afirmou que a comissão quer identificar o destino final de cerca de R$ 20 milhões dos R$ 55 milhões que passaram pelo valerioduto. Serraglio informou que os técnicos da CPI estão cruzando, por meio de um programa de computador, os nomes que constam da quebra de sigilo das contas de Marcos Valério com a relação de assessores contratados pela Câmara dos Deputados nos últimos cinco anos.

Essa análise revelou que o nome de Stael Fernanda Rodrigues, mulher do líder do PP, deputado José Janene (PR), aparece nas transações financeiras de Valério.

Serraglio acredita que os recursos recebidos por parlamentares podem ter sido distribuídos para outros políticos ou outras pessoas, ainda não identificadas.

- Os líderes renunciaram e protegeram a seqüência dos saques. Evidentemente não deixaram rastros. De certo modo, protegeram outros parlamentares. A nosso ver, o âmbito dos beneficiados está nos partidos denunciados - afirmou Serraglio.

Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/pais/plantao/2005/12/26/189752492.asp

Menino que caiu no poço continua internado

27/12/2005 - 08h24m
Diário de S.Paulo
Bom Dia São Paulo

Poço onde Tiago caiu.  Foto de Vania Delpoio, Diário de S.Paulo
SÃO PAULO - O menino Tiago Félix de Souza, de 9 anos, continua internado no Hospital Geral de Guarulhos e se recupera de insuficiência renal provocada pela desidratação. Depois de uma semana sem comida, ele está muito magro. No hospital, ele contou a uma médica que no poço havia muitos bichos - lesma, lagarto e minhoca -, mas afirmou não ter ficado com medo. Ganhou um quebra-cabeça de um médico e, generoso, pediu para o pai levar de presente ao irmão mais novo.
Assim que foi achado pelo pai e tirado do poço pelos bombeiros, Tiago perguntou:
- Pai, tem presente de Natal para mim? Tem comida?
O Corpo de Bombeiros disse que as buscas foram encerradas depois de dois dias porque toda a área tinha sido vasculhada e o poço era muito escondido, difícil de achar.
A assessoria de imprensa da Prefeitura de Guarulhos, na Grande São Paulo, afirma que servidores da administração municipal fecharam no final da tarde de ontem o poço de 20 metros de profundidade onde caiu o garoto. O buraco foi lacrado com madeiras.
O poço fica em um terreno particular na Estrada da Água Chata, ao lado do número 1.888, próximo à divisa do município de Itaquaquecetuba. O local também foi sinalizado com faixas amarelas de plástico. O lugar é usado como atalho por moradores da região.
A Defesa Civil do município fez um mapeamento da área-que tem aproximadamente 11 alqueires e está abandonado há anos-e encontrou outros cinco poços em meio ao matagal. Segundo a prefeitura, hoje os buracos começam a ser aterrados e também serão lacrados com madeira.
O proprietário do terreno (cuja identidade não foi revelada) também foi notificado pela prefeitura por intermédio do caseiro que estava no local. Ele será obrigado a providenciar calçamento externo, além de murar e fechar toda a área para evitar novos acidentes no local.
A administração municipal vai se encarregar de aterrar os cinco poços que oferecem riscos à população por se tratar de operação emergencial, mas o trabalho será cobrado posteriormente do dono do terreno, segundo a assessoria de imprensa da prefeitura.
Fonte:

26 dezembro, 2005

Conforto e saúde

DRAUZIO VARELLA
FSP-24/12/05

O conforto nos tornou sedentários empedernidos. Conforto pressupõe cadeiras anatômicas com almofadas macias e ter tudo ao alcance da mão.Enquanto nossos antepassados caçadores-coletores ganhavam o sustento com o suor de seus corpos e nossos avós eram obrigados a longas caminhadas para realizar as tarefas diárias, nós vamos de automóvel, tomamos elevadores, subimos escadas rolantes, apertamos botões para lavar roupa e fechar vidros, usamos telefones móveis para evitar deslocamentos e chamar o disque-pizza.Hoje em dia, não existe pessoa alfabetizada que desconheça os benefícios da atividade física. Não é sem propósito: exceção feita a parar de fumar, nenhuma intervenção isolada de saúde pública tem tamanho impacto na prevenção das enfermidades crônicas que afligem o homem moderno: hipertensão arterial, diabetes, obesidade, reumatismo, infarto do miocárdio, derrame cerebral e tantas outras.Se, além desse conhecimento teórico, todos são unânimes em concordar que a prática de exercício traz uma sensação agradável de bem-estar, é o caso de nos perguntarmos por que a maioria esmagadora de mulheres e homens deixa de exercer essa atividade que reconhecem fazer bem para o organismo, na teoria e na prática.A resposta é simples: a prática de exercícios físicos vai contra a natureza humana!Theodor Dobzhanski, um dos maiores geneticistas do século 20, afirmou que nenhum fenômeno biológico tem sentido exceto à luz da evolução. Há 6 milhões de anos, nossa espécie divergiu dos ancestrais comuns que, mais tarde, deram origem aos chimpanzés e aos bonobos, nossos parentes próximos. Se lembrarmos que a agricultura surgiu há meros 10 mil anos -e, com ela, a possibilidade de estocar provisões-, é possível fazer idéia do esforço físico diário atrás de comida e proteção despendido por nossos ancestrais desde a idade da pedra, para que eu tivesse o privilégio de encontrar você, leitor, neste sábado.Os homens deixavam as mulheres com as crianças na caverna e saíam à caça e à cata de frutos e tubérculos. Depois de andar quilômetros, quando a sorte lhes bafejava, percorriam o caminho de volta com a caça às costas e os frutos nas mãos. Desprovidos de tecnologia para conservação de alimentos, todos comiam a mais não poder com o objetivo de armazenar as calorias em excesso sob a forma de gordura, garantia de sobrevivência quando chegasse a fome. A vida se resumia a correr atrás de comida e poupar energia no intervalo das refeições, como até hoje fazem os outros animais.Ou alguém já viu jacaré ou onça fazendo exercício no zoológico?A penúria a que esteve submetida nossa espécie durante milhões de anos moldou a arquitetura dos circuitos de neurônios que se integram no cérebro humano para controlar as sensações de fome, saciedade e a falta absoluta de disposição para esbanjar energia através da atividade física. Por causa da escassez crônica de alimentos no passado, somos capazes de comer muito mais do que o organismo requer para as necessidades diárias. Se formos atender nossos impulsos atávicos, saímos da mesa farta diretamente para o sofá da sala.Por isso, se você está à espera de disposição para começar um programa de atividade física, não se engane: esse dia jamais virá. Pode ser que surja num domingo na praia, num sítio, mas, na rotina diária, esqueça! Seria preciso reescrever a história da espécie humana na face da Terra.Como, então, conciliar essa preguiça milenar com a necessidade essencial de movimentar o corpo para melhorar a qualidade de seu desempenho e aumentar a longevidade, vivendo na cidade grande? Com as dificuldades de locomoção, o excesso de compromissos e a competição desenfreada pelos postos de trabalho, quem dispõe de tempo para freqüentar clubes, academias ou caminhar em parques públicos?A única solução para os que se queixam da falta de tempo é incorporar a atividade física à rotina diária.De acordo com o guia de orientação dietética de 2005, recém-publicado pelo Departamento de Saúde americano, as pessoas podem ser divididas em três grupos segundo o grau de atividade física:1) Sedentários: quando a atividade é leve, praticamente limitada às solicitações da vida diária.2) Moderadamente ativos: quando andam de 2,4 a 4,8 km por dia, em 30 minutos, ou sobem 15 minutos de escada, além de executar as atividades do dia-a-dia.3) Ativos: quando andam mais de 4,8 km por dia, à velocidade de 4,8 a 6,4 km por hora, ou sobem mais de 15 minutos de escada, além das atividades diárias.Portanto, a barreira de tempo que separa os sedentários dos ativos é de 30 minutos, num dia de 24 horas, para quem estiver disposto a andar. Ou de míseros 15 minutos, para os que decidirem subir escadas.Se você vive num daqueles infernos, sem tempo para nada, ainda lhe resta a alternativa de fracionar esses números: andar 15 minutos duas vezes por dia ou subir escadas durante cinco minutos, três vezes por dia. Não venha com desculpas, sempre é possível andar; sempre existe uma escada por perto.Mas, se você está disposto a mudar de vida na virada do ano, não esqueça: é preciso disciplina militar, não espere que a disposição venha por conta própria, porque desperdiçar energia é contra a natureza humana. Por outro lado, o corpo parado se desgasta mais depressa, sofre e dura menos. O corpo humano é uma máquina construída para o movimento.

23 dezembro, 2005

Ainda Homer Simpson

Jorge Pontual - no blog NEW YORK ON TIME
Thursday, December 22, 2005


Por trás da cômica polêmica sobre Bonner e Homer, está um projeto sinistro. O professor da USP Laurindo Lalo, que se aproveitou de uma piada do Bonner para atacá-lo, escreveu o artigo "A Necessidade do Controle Público da Televisão". O professor foi jornalista (o currículo dele inclui ter sido editor internacional da TV Cultura na época da ditadura militar) e vereador em São Paulo pelo PT. Se entendi bem, foi um dos fundadores da Andes, a organização de classe dos professores das universidades públicas.

Leia aqui a íntegra do artigo. Reproduzo no final alguns trechos.

A mentalidade é a mesma que regia a fracassada "Cartilha do Politicamente Correto" e outras tentativas de controle ideológico que fazem parte do programa político do PT, agora quase naufragado.

O professor Lalo é daqueles que enxergam um "monopólio do pensamento único" na mídia e querem substitui-lo pelo monopólio do pensamento deles, petistas ou ex-petistas. Felizmente, com o naufrágio do PT, não vai acontecer. Será preciso ir à Venezuela de Chavez ou à Cuba de Fidel, à Coréia do Norte de Kim Jong Il e outros paraísos do autoritarismo para ver o que é o pesadelo do "controle público" da mídia. O uso sistemático da expressão "controle democrático" mal disfarça o caráter fascista e corporativista do projeto.

Do mesmo modo que o PT é um filhote da ditadura, essas tentativas de controle ideológico têm muito a ver com o nosso passado autoritário. Esse pessoal "politicamente correto" não acha um absurdo existirem no Brasil coisas antidemocráticas como uma Lei de Imprensa e a exigência de diploma de jornalista para exercer a profissão. O monopólio das faculdades de jornalismo sobre o acesso às redações não incomoda a esses professores.

Também convivem bem com um dos sistemas educacionais mais perversos do mundo, onde é garantido aos mais ricos o acesso a universidades federais gratuitas, já que as escolas públicas de segundo grau não preparam seus alunos para enfrentar a competição dos egressos das escolas particulares. Introduzir "quotas" só disfarça essa perversidade com um verniz politicamente correto.

Como o professor Lalo foi jornalista, ele deve saber que o processo de edição e programação de notícias na mídia é e sempre será falho, ou seja, humano. Mas daí a afirmar que esse processo é controlado por um quimérico "monopólio do pensamento único", e que o "controle público" resolveria tudo, é lamentável.

Rejeitar o processo real de competição e colaboração que existe em qualquer veículo de comunicação, como sendo "imposição do mercado", ou, pior, "do patrão", não é preparar os futuros jornalistas para exercerem com sucesso a profissão. O resultado é a atitude cínica de achar que o processo é viciado e não há nada a fazer enquanto não vem o tal "controle público".

É triste constatar isso, mas os valorosos petistas que lutaram contra a dtadura não aprenderam o que é democracia.

E já que a polêmica gira em torno dos Simpsons, sugiro Ned Flanders como o personagem para representar o papel do professor Lalo. É aquele fundamentalista cristão politicamente correto que quer policiar o pensamento alheio. Num dos pesadelos do Homer, ele constrói uma máquina do tempo que o leva ao futuro, onde Ned Flanders manda no mundo. Direita e esquerda se encontram.

Seguem os trechos do artigo:

"As ondas da televisão trafegam pelo espaço eletromagnético, um bem público, escasso e finito e suas mensagens chegam diretamente aos domicílios, dentro de um reduzido leque de alternativas oferecidas aos telespectadores dos canais abertos, a maioria absoluta da população brasileira. Daí a necessidade de ser regulado pelo Estado, com o objetivo de evitar privilégios.

(...) Ao órgão regulador caberia a abertura das licitações para a concessão de canais de rádio e TV, o julgamento das propostas levando em conta preferencialmente o projeto de programação apresentado, o acompanhamento da programação levada ao ar e a publicação periódica de avaliações da qualidade oferecida. Dessa forma nenhum julgamento seria feito a priori. Aos detentores das concessões seria dada liberdade total de colocar nas telas o que desejassem, cujo limite seria a responsabilização caso infringissem o disposto no contrato de concessão, na lei e nos valores sociais em vigência naquele momento determinado.

Dessa forma, os integrantes do órgão regulador operariam baseados na norma escrita e no consenso social. Seriam respaldados por uma constante auscultação da sociedade. O que seria feito através de pesquisas capazes de revelar o ânimo dos diferentes grupos sociais diante do que lhes pode oferecer esse serviço público de entretenimento, informação e educação. O êxito de um sistema como esse está condicionado a dois fatores: poder de sanção e transparência. Sem formas de punição não há como exigir qualidade e respeito as normas e valores. Caberia ao órgão regulador o papel de advertir, multar, suspender e até de cassar concessões de empresas refratárias ao cumprimento do que ficou estabelecido ao receber a autorização para operar um canal de TV. Mas esse processo só seria eficiente e democrático se baseado na mais ampla transparência, com o debate da qualidade da programação televisiva sendo constante e ocupando espaços na própria televisão, nos veículos de comunicação impressos, na internet e dai repercutindo de forma ampla em toda a sociedade."

Comentário:

Neste blog comentei o caso do William Bonner, e concordo com a publicação acima, clique aqui para ir ao meu texto.

21 dezembro, 2005

VIVA HOMER SIMPSON




















Jorge Pontual, no blog NEW YORK ON TIME

Fiquei horrorizado com o artigo publicado no Carta Capital por um professor da USP que visitou o Jornal Nacional e achou por bem detonar o William Bonner.

Não sei se o professor em questão já trabalhou em jornal ou TV, mas acho que não. Todo jornalista que participou de uma reunião de pauta sabe que muito pouco nessas reuniões pode ser levado a sério. O professor deve achar que uma reunião de pauta teria que ser como uma aula dele, profunda, cheia de insights e discussões detalhadas. Pelo menos deve ser assim quando os alunos da USP têm a sorte de ter aulas, ou seja, quando os professores não estão em greve.

Na vida real de quem trabalha em jornal, reunião de pauta não é assim. É claro que nós jornalistas levamos muito a sério o que fazemos, mas quem algum dia trabalhou em jornal sabe que essas reuniões de pauta têm como principal objetivo começar o dia de uma forma alegre, descontraída, engraçada. Nada em comum com uma aula na USP.

É óbvio que os principais assuntos, o que realmente é notícia, vão ser cobertos. Mas há "praças", ou seja, cidades, onde naquele dia específico nada de muito importante está acontecendo. Isso é normal. E no caso da "revelação" do professor da USP sobre o JN, a praça de New York não tinha nada de importante a oferecer porque eram sete e meia da manhã em New York.

Eu fui chefe do escritório da Globo em New York nos anos 90 e sei o que é, no inverno, quando em NY são três horas a menos que no Brasil, ter que participar de uma reunião de pauta na qual as outras praças já estão com o dia definido, quando na nossa praça ainda é noite.

O professor da USP resolveu "analisar" a resposta do William Bonner à matéria oferecida por New York a essa hora. Bonner teria dito que "o Homer não vai entender". O professor perguntou quem era Homer e Bonner teria respondido que era o Homer Simpson.

O professor da USP concluiu que o Bonner tinha desprezo pelo público do JN ao representá-lo pelo personagem do desenho animado. Segundo o professor, Homer Simpson é um débil mental.

Em primeiro lugar, é preciso dizer que piadas ditas numa reunião de pauta nunca deveriam virar motivo de polêmica. O que importa é o que vai ao ar no telejornal, mas o professor não se preocupou com isso. É bem mais fácil explorar uma brincadeira na reunião de pauta, e foi o que ele fez.

Mas o caso é bem mais grave.

O professor da USP, supostamente alguém que estuda e ensina "comunicação", deveria saber que Homer Simpson está longe de ser um débil mental.

Existem dezenas de estudos acadêmicos sobre Homer Simpson, não sobre a "debilidade mental" vista pelo míope professor da USP, mas sobre a ambiguidade e profundidade do personagem.

Homer encarna todas as contradições do homem contemporâneo. É idiota e ao mesmo tempo é gênio. Tem mestrado em engenharia nuclear e ao mesmo tempo provoca acidentes na usina onde trabalha. É um bom pai e marido e, ao mesmo tempo, um desastre.

Homer acredita em Deus e desafia Deus.

As citações de Homer Simpson são usadas em aulas de Filosofia e Religião nas melhores universidades dos Estados Unidos e, pasmem, da Europa. Pelo visto a USP está acima disso.

Uma pesquisa recente divulgada pela BBC revelou que Homer Simpson - "the lovable Homer Simpson", segundo a BBC - é o americano mais querido no mundo, tendo superado Abraham Lincoln e Martin Luther King.

Todo mundo se identifica com Homer. Menos, é claro, o professor da USP. Quem estará certo? O mundo inteiro, ou o professor paulista? Quando ele voltar da greve talvez a gente descubra.


Comentário:

Neste blog comentei o caso do William Bonner, e concordo com a publicação acima, clique aqui para ir ao meu texto.

"O QUE AS ESCOLAS NÃO ENSINAM"





Aqui estão alguns conselhos que Bill Gates recentemente ditou em uma conferência
em uma escola secundária sobre 11 coisas que estudantes não aprenderiam na
escola.

Ele fala sobre como a "política educacional de vida fácil para
as crianças"
tem criado uma geração sem conceito da realidade, e como esta
política tem levado as pessoas a falharem em suas vidas posteriores à escola.

Comentário: leia-se construtivismo, o que o Walfrido dos Mares Guia implantou nas escolas de Minas Gerais, mas para se GASTAR MENOS COM OS ESTUDANTES!



Muito conciso, todos esperavam que ele fosse fazer um discurso de uma hora ou
mais, ele falou por menos de 5 minutos, foi aplaudido por mais de 10 minutos sem
parar, agradeceu e foi embora...

Regra 1: A vida não é fácil - acostume-se com isso.


Comentário: Sair da barriga da mãe já é custoso, pela vagina então é mais ainda, principalmente para a mãe. Cesariana é para países como o nosso, que os médicos formam na UFMG, 85% deles são filhos de pais abastados (10% dos mais ricos do Brasil), que ficaram por conta de estudara e depois se enriquecem com a indicação do procedimento de cesariana ao invés do parto normal. Que por sinal, nos EUA é o mais comum.

Regra 2: O mundo não está preocupado com a sua auto-estima.
O mundo espera
que você faça alguma coisa útil por ele ANTES de sentir-se bem com você mesmo.

Comentário: Os judeus dos campos de concentração nazistas, levaram isto bem a sério. Apesar da superioridade numérica dos números de prisioneiros nos campos de concentração, NUNCA houve uma reação deles, NEM MESMO NOS GUETOS (processo anterior aoS campos de extermínio). Através de seu assessor de propaganda, Goebell, que estabeleceu leis de EXCLUSÃO (anti-semitas).

Por exemplo:
1. estabeleceu que um judeu deveria usar em suas roupas a estrela de Davi, para se diferenciar dos demais povos GERMÂNICOS.
2. Um judeu não poderia ter comércio ou exercer qualquer tipo de profissão liberal.
3. Um judeu não poderia andar nos passeios, e sim nas sarjetas (onde a água escoa).
4. Um judeu não poderia lecionar nas universidades alemãs ou ter propriedade.
5. Enfim, deste o fim da primeira-guerra mundial, os direitos e a auto-estima dos judeus foram sistematicamente atacados.
6. Difundiu-se maldosamente que todas as doenças eram transmitidas pelos judeus, e que eles eram iguais aos ratos – era a metáfora da época - , e que a decadência alemã pós-guerra, de 1917, era fruto de uma conspiração judaica. Mas qualquer historiador HONESTO, sabe que foi fruto de uma imensa e impagável compensação de guerra imposta pelos países vencedores, através do Tratado de Versalles.

Nunca a população judaica nos campos de concentração (leia-se: extermínio) pensou que “sua mão-de-obra” um dia iria ser “dispensável”, e que TODO o sistema Administrativo ditos “MODERNOS” do século XX, foram colocados á disposição do extermínio em MASSA de pessoas ditas “não aptas” ao sistema econômico, que chamamos de “Nacional Socialista” , que maximiza tudo na economia, e que escolhe QUEM vai estudar “O que”, através dos famosos testes de inteligência e pela Eugenia, que não por acaso, AMBOS foram INVENTADOS POR PSICÓLOGOS AMERICANOS, NO FIM DO SÉCULO XIX, e NÃO pelos cientistas alemães, como o “senso comum” apregoa. Estes últimos “embarcaram” nos métodos americanos e os “aperfeiçoaram”.

Para citar um fato conhecido e esclarecido, foi a participação da IBM no fornecimento de material de cálculo e logística para a execução dos prisioneiros e contínua “quebra” dos recordes no extermínio humano com o MÍNIMO de gastos econômicos. Certamente esses caras eram os experts da época, como o Bill Gattes declarou que "poderíamos trabalhar para um desses"

Por exemplo: Quando o número de pessoas fuziladas encareceu o processo da “solução final” (o holocausto), e o gás cianureto também ficava muito caro, engenheiros mecânicos, PROJETARAM caminhos matavam os passageiros, simplesmente fechando a saída do escapamento traseira, e abrindo-o no teto do caminhão. As pessoas levavam quase uma hora para morrer pelo CO, monóxido de carbono. Quando todas ficavam sufocadas, elas tentavam chegar até o teto, imaginando que lá o ar seria melhor. Até a morte chegar, as pessoas tinham o descontrole total do sistema nervoso, defecavam, urinavam, vomitavam INVOLUNTARIAMENTE, pelo efeito do CO (monóxido de carbono nos seus cérebros), As crianças, ficavam amontoadas por baixo de TODOS os corpos dos adultos, pois eram mais fracas. De tanto material fétido no assoalho dos caminhos, a limpeza ficava muito difícil, e logo o metal já estava enferrujado. Como sempre um dos engenheiros de SS teve a idéia “brilhante” de se construir um assoalho com um certo grau de inclinação, facilitando a limpeza do assoalho, jogando água e NÃO TENDO QUE ENTRAR PARA LIMPAR (nota: a limpeza NÃO PODERIA SER FEITA POR UM PRISIONEIRO, pois era um assunto de segurança máxima).

Para finalizar este item, o país que mais publica livros sobre “auto-estima” são os próprios EUA. Não é uma contradição do Sr. Bill Gates, mais uma constatação do fenômeno da indústria cultural da “auto-ajuda”. Eles criam o mostro do capitalismo selvagem, e desenvolvem uma “cura”, os livros de “auto-ajuda”, ou, simplesmente, para elevar a auto-estima. Se o livro não funcionar, o problema está em outra teoria, que também está fundamentado no livro de ótica protestante: “A Ética protestante e O Espírito Capitalista” de Max Weber.



A referida auto-estima que Bill Gates não pode ser confundida com o “individualismo”, mas precisamente, etnocentrismo americano.



Regra 3: Você não ganhará R$ 20.000 por mês assim que sair da escola. Você não
será vice-presidente de uma empresa com carro e telefone à disposição antes que
você tenha conseguido comprar seu próprio carro e telefone.

Comentário: Comprar um carro nos EUA para uma pessoa sindicalizada ou com o “Green Card” ou para que tem um sub-emprego é “fácil”. Lembrando que um aluguel de uma casa razoável nos EUA, é de $US 1,200 (hum mil e duzentos dólares).

· Para o primeiro caso, um valor razoável de financiamento será de $US 350 por mês, com juros de 3 % a.a ( e não ao mês como é aqui no Brasil! – chegando a 19,5% a. a. com as taxas atuais caindo, mas no final do governo FHC, estava a 27% a.a.).
· Para o segundo caso, quem tem um sub-emprego, o jeito é comprar um carro USADO.

Mas para ambos os casos, o pagamento do Seguro contra terceiros, é que pesa, pois na situação mais simples, chega a $US400.00 por mês. Mais que o valor da prestação do carro. Mas num país liberal, você pode ainda escolher NÃO pagar, e rezar para não sofrer um acidente, principalmente, atingindo um pedestre ou um carro.
O Telefone citado pelo Sr. Bill Gates, deve ter sido só para “puxar-o-saco” das operadoras, pois lá você paga pelo serviço há muito tempo, e valor do serviço pouco influi se comparado à distância que você faz o chamado, aqui ainda estamos engatinhando. Lembrando que para o americano “endinheirado”, troca o telefone de 6 em 6 meses, e não é um telefone simples, mas um com “mp3”, máquina fotográfica...

Quem cria o culto do “sair” da faculdade e ganhar dinheiro é a classe média-alta. Pois estas crianças viram isto acontecer com seus pais (“Baby Boomer Generation” ( http://en.wikipedia.org/wiki/Baby_boomers#Famous_Baby-Boomers ) . Que formavam numa faculdade e já tinham um emprego PARA ESCOLHER, pelo menos foi isto que eu vi na minha adolescência. Eu não era um NERD, realmente, escolhi trabalhar numa empresa de energia elétrica, como a CEMIG. Ser eletricista, furar buraco para os postes, entregar contas de energia, ligar energia em casas novas e ver realmente a felicidade de coisas simples...
Quem PODE estudar o dia TODOS numa universidade FEDERAL, como a UFMG, foram meus colegas de república. TODOS eram de famílias RICAS de Divinópolis. Estes iriam ESCOLHER ONDE TRABALHAR, em empresas da iniciativa privada, ou de suas famílias (não vou citar o nome das empresas aqui!). Por sinal, o Sr. William Henry Gates III ( http://en.wikipedia.org/wiki/William_H._Gates ) é um “baby boomer”.

O que é “baby boomer”?

“A baby boomer is someone who is
born in a period of increased birth rates, such as those during the economic
prosperity that in many countries followed World War II…[] “ (veja mais no link acima)


Atualmente, com o processo de “globalização” e o deseja de se ter um curso de graduação, que já representa o que foi outrora o curso de segundo-grau, o mínimo esperado para um cidadão brasileiro, é ter pelo menos 3 pós-graduações, ou 3 graduações. Mas para um país como os EUA, ter 3 PHDs, que toma em média, cada um deles, 6 anos de uma pessoa, isto já é difícil. O cerne da idéia que esponho, aqui, é que AGORA, OS antigos empregos com nível de segundo-grau, estão sendo tomados, por aqueles que ESTÃO MAIS BEM PREPARADOS. Mesmo que NUNCA o candidato vá fazer contas de equações não-lineares, ou campos-eletromagnéticos aspiralados tridimensionais em função do tempo, ou como é a função gravitacional próxima de corpos altamente compactos.


Lembrando uma frase que eu vi num Café outro dia (no Brasil que também precisa de gente que somente TRABALHA): “Precisa-se de estagiário em Administração, NÃO PRECISAMOS DE MBA”.


Regra 4: Se você acha seu professor rude, espere até ter um
Chefe. Ele não terá pena de você.

Comentário: Isto para padrões americanos, é normal, pois faz tempo que passamos por uma crise (leia-se: guerra). Quando temos um país que deseja democracia e “direitos humanos” para o mundo inteiro, mas que já lançou 2 bombas atômicas, e antes dela, pulverizou uma cidade inteira na Alemanha, Dresden, na II Guerra Mundial. Cidade que NÂO tinha função logística militar, 170.000 homens, mulheres e crianças foram mortos EM UMA NOITE por bombas INCENDIÀRIAS, feitas por especialistas em explosivos e por ARQUITETOS americanos ESPECIALIZADOS EM CONSTRUÇÕES BARROCAS. Pois os militares americanos queriam a destruição TOTAL da cidade, para fazer a “auto-estima” dos cidadãos alemães caírem. Sabem o porquê os militares americanos não colocaram o bombardeio das V2, as bombas voadoras, como um crime de guerra? Para não SEREM penalizados por Dresden, Hiroshima e Nagazaki.

Eles já estão acostumados a terem seus SARGENTOS. O que eles não gostam e que suas empresas sejam PROCESSADAS pelos empregados.


Regra 5: Vender jornal velho ou trabalhar durante as férias não
está abaixo da sua posição social. Seus avós têm uma palavra diferente para isso: eles chamam de oportunidade.
Comentário: Desde que seja quando se tem entre 10 e 16 anos e NÃO estamos condenados a fazer isto para o resto da vida, pois depois, isto é um sub-emprego mesmo! Nós como PAIS, torcemos por nossa filha não se casar com um entregador de jornais, pois chamamos isto FALTA DE OPORTUNIDADE, FALTA DE SORTE, ou o cara tem um membro muito grande...



Regra 6: Se você fracassar, não é culpa de seus pais. Então não
lamente seus erros, aprenda com eles.

Comentário: “Já dizia Napoleão Bonaparte (e não o Napoleon Hill)” : “Se você recebeu uma ordem e fracassou, a culpa é de quem lhe deu a ordem”. Um homem mais inteligente, não aprende com seus próprios erros, aprende com os erros dos outros. Mas se você se sentir um fracassado, não se culpe, ou culpe seus pais. Ser um fracassado completo é muito difícil também, tão difícil quanto ser um “homem bem sucedido”, para os dois casos, deveremos empreender muito tempo de nossa vida.



Regra 7: Antes de você nascer, seus pais não eram tão críticos
como agora. Eles só ficaram assim por pagar as suas contas, lavar suas roupas e ouvir você dizer que eles são "ridículos".
Então antes de salvar o planeta para a próxima geração querendo consertar os erros da geração dos seus pais, tente limpar seu próprio quarto.

Comentário: Aqui no Brasil, um país pobre, a maioria dos adolescentes não tem este prazer de ouvir críticas de seus país, pois de cada 4 mortes de adolescentes no Brasil, 1 é por crime violento, seja ele doméstico ou se a criança ou adolescente JÁ está nas ruas. Pois SEM educação, os pais brasileiros têm muitos filhos, e que acabam saindo de suas casas forçados pela violência doméstica, ou forçados a prostituição. Os que têm um quarto para deixar bagunçado, deveriam visitar uma família típica de 5 filhos e uma mãe que CUIDA DE TUDO.


Regra 8: Sua escola pode ter eliminado a distinção entre vencedores e
perdedores, mas a vida não é assim. Em algumas escolas você não repete mais
de ano e tem quantas chances precisar até acertar. Isto não se parece com
absolutamente NADA na vida real. Se pisar na bola, está despedido, RUA !!!!!
Faça certo da primeira vez.

Comentário: mais uma vez a escola construtivista, lembrando quem a criou, pensou certo, mas quem adotou o sistema, pensou em mais economia para o estado. Professores mal pagos, estrutura física ruim, sem bibliotecas, sem merenda escolar. Escola foi feita para ensinar, se todos soubessem tudo e NINGUÉM ERRASSE, o esforço empreendido pelos americanos para ir à lua não seria num período de 10 anos, que quase foi comprometido, por tantos erros! Um engenheiro da Nasa não erra o cálculo porque ele não era bom em matemática no segundo grau. Um produto PRONTO como um SUBMARINO, uma NAVE-ESPACIAL, uma PLATAFORMA DE PETRÓLEO, um satélite, vão a colapso, não por um erro de um engenheiro que não sabia cálculo, mas por um erro de gerenciamento do projeto por parte da cúpula de quem decide os prazos e os custos. A história está repleta deles...
Mas como diz um ditado americano: “a bosta nunca sobe, só desce...”. Aqui temos um ditado: “a corda arrebenta no lado mais fraco”. Se existe concorrência e prazos para serem seguidos, alguém vai pagar o preço.



Regra 9: A vida não é dividida em semestres. Você não terá sempre os verões
livres e é pouco provável que outros empregados o ajudem a cumprir suas tarefas
no fim de cada período.

Comentário: Meu maior empreendimento de tempo é analisando as histórias da existência de uma lei moral universal. Se ela existe ou não existe. Meu desejo natural e meu conforto na hora de dormir e se Deus assim permitir, acordar no outro dia, para mais uma jornada, e se EU me permitir, de bom humor. Pois apesar de me faltar algo, alguma coisa, ou até mesmo um pouco de serotonina (um neurotransmissor) , sei que isto se reflete e refletirá nas pessoas ao meu redor. Se o mundo que está ao meu redor depender de minha ajuda, e, eu TENDO boa vontade (EXISTE UMA EXCECÃO), eu ajudarei. Mesmo sem ter a certeza, relativa ou absoluta, não importa, se esta pequena ação me trará um conforto momentâneo ou ficará numa fila (FIFO) para ser atendida. Tempo é uma criação humana, ele foi feito para as companhias de seguro.



Regra 10: Televisão NÃO é vida real. Na vida real, as pessoas têm que deixar o barzinho ou a boite e ir trabalhar.

Comentário: isto me fez lembrar da lei seca aprovada no Reino Unido durante a primeira guerra mundial, 1914-1927, Os pubs eram obrigados a fecharem as 23:00 horas, sem a lei, os operários iam trabalhar bêbados ou faltavam ao serviço nas fábricas de materiais para o exército britânico. Ela foi revogada este ano lá no Reino Unido. Na desocupação dos assentamentos em territórios palestinos, os militares israelenses distribuíram maconha para os jovens. Isto com o intuído de minimizar a violência e reação por parte dos judeus assentados.
Mês passado, o serviço de inteligência inglês, revelou os locais onde os soldados americanos, estacionados na Inglaterra, passavam a noite em bordeis. Isto foi motivo até de reunião com os generais americanos e ingleses. Também no mês passado, uma grande multinacional americana deixou de pagar o cartão de crédito de um dos seus diretores, da AMEX. Pois ele gastou $US 500,000 numa boate. O cartão AMEX, era da empresa. A briga está na justiça para ver quem paga a conta. No mesmo mês na Alemanha, o ministro do trabalho brasileiro, também foi acusado pela VW de ir a boates por conta da VW. O que os jornalistas dizem mesmo é que a indústria é que está “cortando” uma prática antiga, ou seja, querem cortar os custos das festas de arromba para os representantes comerciais que efetivam as compras...


Regra 11: Seja legal com os CDFs (aqueles estudantes que os demais julgam que
são uns babacas). Existe uma grande probabilidade de você vir a trabalhar PARA
um deles .

Comentário: a questão não é trabalhar ou não para um CDF, pois conforme a regra 4, seu chefe pode ser rude, e não ser CDF, pode ser CDF e não ser rude. A grande questão é aprender o máximo com seu superior, se seu chefe for um IDIOTA, certamente você não vai a lugar nenhum também.

Para quem tem um chefe idiota, tome nota:

20 dezembro, 2005

Governo zera IPI sobre tratores, máquinas e CDs e DVDs para software

15/12/2005 - 18h07
da Folha Online, em Brasília

A Receita Federal reduziu a zero o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de máquinas agrícolas, CDs e DVDs voltados para a produção de softwares e equipamentos usados na emissão de cupom fiscal, de acordo com o decreto 5.618 que foi publicado no 'Diário Oficial' da União de ontem.

A alíquota do IPI caiu de 5% para zero no caso dos tratores agrícolas e bens como caldeiras industriais, turbinas a vapor, compressores de gases e fornos industriais, entre outros. Ao todo, 14 itens foram beneficiados.

No caso de CDs, DVDs e outros suportes magnéticos gravados com software, a alíquota foi reduzida de 15% para zero. No entanto, essa redução é válida quando um desses itens for utilizado para a fabricação de software em cópia única --por exemplo, quando uma empresa encomenda o desenvolvimento de um determinado programa. O benefício não é válido para CDs de música e filmes em DVD. Segundo a Receita, o objetivo da medida é estimular a indústria de software do país.

Também foi reduzido de 15% para zero o IPI incidente sobre a fabricação de equipamentos emissores de cupom fiscal.

A Receita não informou a renúncia fiscal dessas desonerações. No entanto, disse que estuda a redução do IPI para armários, esquadrias e máquinas de lavar.

A chamada "MP do Bem" já tinha promovido a redução do IPI a zero para alguns bens de capital.

Ao reduzir o IPI, a Receita reduz os custos para a fabricação de produtos dentro do Brasil e pode baratear o preço desses bens ao consumidor.


Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u103450.shtml

19 dezembro, 2005

Deputados aprovam criação de conselho de cabeleireiros e barbeiros

19/12/2005 - 12h03m
Agência Câmara

BRASÍLIA - A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) que cria o conselho federal e os conselhos regionais de cabeleireiros e barbeiros, para orientar, normatizar e fiscalizar o exercício dessas profissões. Conforme o projeto, os cabeleireiros e barbeiros só poderão trabalhar se estiverem inscritos no conselho, ao qual pagarão anuidade. Os que infringirem as regras do conselho regional pagarão multas entre 20% e 100% do valor da anuidade, independentemente de outras sanções legais.

O relator da proposta na comissão, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), explicou que a aprovação do projeto acompanha a expansão do mercado mundial de produtos e serviços ligados à estética humana, no qual o Brasil ocupa posição de destaque, com um crescimento médio de 6,5% nos últimos cinco anos. "Essa indústria cresceu bem acima da média nacional. Só no ano de 2003, o faturamento foi de R$ 11 bilhões", disse o relator.

Arantes disse ainda que a criação de um órgão fiscalizador se faz necessária em virtude de os profissionais trabalharem com uma variedade de produtos químicos e equipamentos cortantes. "Existem cerca de 1 milhão de cabeleireiros e barbeiros espalhados pelo país. A ausência de cuidados preventivos ou má técnica utilizada podem colocar em risco a saúde da população, inclusive no que diz respeito à transmissão de graves doenças contagiosas", ressaltou o deputado.

O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será analisado ainda pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/plantao/2005/12/19/189691547.asp
Comentário:

Vocês acham que este “bando” de deputados caipiras está querendo algum "bem" da população? Só querem criar mais cargos em autarquias para parentes deles, ou receberem propina por instituir mecanismos regulatórios que nunca funcionam, tal como o CREA. É só para obterem mais impostos para um país que já paga.

Peixe de aquário esclarece mistério da cor da pele

Os genes do peixe paulistinha são parecidos com os humanos
Os genes do peixe paulistinha são parecidos com os humanos

Uma pesquisa publicada pela revista científica Science mostra como um peixe ornamental, o paulistinha, foi usado para decifrar o mistério de como ocorre a definição do tom de pele das pessoas.
Uma equipe na Universidade Estadual da Pennsylvania, nos Estados Unidos, descobriu que apenas uma pequena mudança em um gene encontrado no peixe afetou sua pigmentação.
O paulistinha é o ideal para a pesquisa pois eles têm muitos genes similares aos genes humanos. Eles também têm células de pigmento parecidas, que, como as células de pigmento humanas, contém pequenos grãos chamados melanosomas.
Os pesquisadores esperam que o estudo leve a novos caminhos para o tratamento de câncer de pele.
Potencialmente, a pesquisa, divulgada nesta quinta-feira, também pode levar ao desenvolvimento de novas formas de modificar a cor da pele, sem danificar a pele com bronzeamento artificial ou descolorantes químicos.
Mudança de cor
A determinação genética da cor da pele humana é um dos grandes mistérios da biologia. Alterações em alguns destes genes são associadas a doenças como o albinismo.
Entretanto, a maioria dos genes responsáveis pelas diferenças normais na cor da pele ainda permanecem desconhecidos.
O gene identificado pela equipe da Universidade Estadual da Pennsylvania, chamado SLC24A5, não era sequer cogitado pelos cientistas como tendo ligação com a pigmentação.
Os pesquisadores encontraram uma variante do paulistinha, chamada dourada, que tinha menos melanossomas, menores e com menos pigmentação, do que os peixes normais.
Analisando a estrutura genética do peixe, descobriram que a pigmentação mais clara era causada por uma mutação no gene SLC24A5, que causava como efeito a queda de produção de uma proteína importante.
Adicionando a proteína de peixes paulistinhas normais resultou em um peixe com uma cor mais escura. Em seguida, os pesquisadores analisaram dados do genoma humano, e encontraram um padrão similar.
A maioria das populações humanas têm a mesma versão do gene SLC24A5, mas as pessoas descendentes de europeus têm uma variante com apenas uma mutação.
Esta mutação pode, como no paulistinha, resultar em menos melanossomas, menores e mais claros.
Pele mais clara
Outras análises mostraram que entre as pessoas mestiças, descendentes de europeus e africanos ocidentais, aqueles que têm a forma européia do gene tendem a ter a pele mais clara.
A descoberta sugere que este único gene controla mais de 38% da cor nesta população mestiça.
Mark Shriver, um dos pesquisadores, disse que a importância do trabalho feito vai além da cor da pele.
"Sabemos tão pouco a respeito da arquitetura genética e evolucionária das características humanas. Não podemos esperar usar a genética humana para entender doenças complexas sem primeiro descobrir como características fundamentais, como cor da pele, olhos e cabelo, são determinadas", disse.
"Trabalhar nos detalhes como pigmentação, com a ajuda de sistemas modelos como do peixe paulistinha, é um grande paradigma para tentar entender outras doenças complexas", acrescentou.

Fonte:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/story/2005/12/051216_peixepelepesquisafn.shtml

Instituições tradicionais questionam velhos moldes

15/12/2005

Para as pessoas com uma certa idade e formação educacional, é difícil pensar em uma educação superior sem pensar em instituições antigas. Algumas universidades são de uma época venerável - a Universidade de Bolonha foi fundada em 1088, a Universidade de Oxford em 1096 - e muitas delas prezam muito a tradição. As verdadeiramente antigas aproveitam ao máximo seus pedigrees, e aquelas antigas, mas nem tanto, dão duro para criar uma aura de antiguidade.

Ainda assim, essas instituições que amam a tradição (ou amam criar a tradição) estão passando atualmente por um vendaval de mudanças tão fundamentais que alguns afirmam que a simples idéia da universidade está sendo colocada em xeque. As universidades estão experimentando novas maneiras de financiar (principalmente via taxas pagas pelos estudantes) a formação de parcerias com companhias privadas e se engajarem em fusões e aquisições. Tais mudanças estão mexendo com suas raízes.

Isso está acontecendo por quatro motivos. O primeiro é a democratização do ensino superior - massificação, na linguagem dos educadores. No mundo desenvolvido, a "massificação" já vem ocorrendo há algum tempo. A proporção de adultos com formação superior nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) quase dobrou entre 1975 e 2000, de 22% para 41%. Mas a maioria dos países ricos ainda luta para digerir este enorme crescimento dos números. E agora a massificação está se disseminando para o mundo em desenvolvimento. A China dobrou sua população de estudantes no fim dos anos 90, e a Índia está tentando fazer o mesmo.

O segundo motivo é a ascensão da economia do conhecimento. O mundo está prestes a sofrer uma "revolução branda", na qual o conhecimento está substituindo os recursos físicos como principal condutor do crescimento econômico. A OCDE calcula que entre 1985 e 1997 a contribuição dos setores baseados no conhecimento para o valor total agregado aumentou de 51% para 59% na Alemanha e de 45% para 51% no Reino Unido. As melhores companhias estão agora devotando pelo menos um terço de seus investimentos para alvos intangíveis e que dependem muito do conhecimento, como pesquisa e desenvolvimento, licenciamento e marketing. As universidades estão entre os motores mais importantes da economia do conhecimento. Elas não só produzem os trabalhadores cerebrais que a manejam, como também fornecem grande parte de sua espinha dorsal, de laboratórios a bibliotecas e redes de computadores.

O terceiro fator é a globalização. A eliminação da distância está transformando o meio acadêmico de uma maneira tão radical quanto está transformando os negócios. O número de pessoas dos países da OCDE que estudam fora dobrou nos últimos 20 anos, para 1,9 milhão; universidades estão abrindo campi em todas as partes do mundo; e um número crescente de países estão tentando transformar o ensino superior em uma indústria exportadora.

O quarto fator é a competição. As universidades tradicionais estão sendo forçadas a competir por estudantes e subvenção de pesquisas, e as companhias privadas estão tentando entrar em um setor que elas consideram como "o novo setor de saúde". O Banco Mundial (Bird) calcula que os investimentos globais com ensino superior chegam hoje a US$ 300 bilhões por ano, ou 1% do PIB mundial. Há mais de 80 milhões de estudantes no mundo, e 3,5 milhões de pessoas são empregadas para ensiná-los.

Tudo isso soa como se uma era dourada tivesse chegado para as universidades. Mas dentro do mundo acadêmico, especialmente na Europa, a coisa não soa assim. Os acadêmicos reclamam do "declínio do domínio das idéias" (título de um livro do sociólogo A.H. Halsey), e os administradores estão tendo problemas em lidar com os políticos que os financiam. O que deu errado?

O maior problema é o papel do Estado. Se mais e mais governos estão abraçando a massificação, poucos deles estão dispostos a tirar a conclusão apropriada de seu entusiasmo: a de que eles deveriam fornecer os recursos requisitados (como os países escandinavos fazem), ou permitir às universidades cobrarem de uma maneira realista pelo ensino que propiciam. Muitos governos vêm tentando fazer o impossível através de uma administração mais rígida, mas a administração não pode compensar a falta de recursos.

Portanto, em grande parte do mundo acadêmico, o famoso ditado do escritor Kingsley Amis, de que mais significa pior, está começando a valer. Os salários acadêmicos estão caindo, quando medidos contra os de outras profissões, e os prédios e bibliotecas estão se deteriorando. Em mega-instituições como a Universidade de Roma (180.000 alunos), a Universidade Nacional do México (mais de 200.000) e a Anadolu University da Turquia (530.000), a atenção individual ao estudante caminha para ter um papel secundário.

O conservadorismo inato da profissão acadêmica não ajuda. A universidade moderna nasceu em um mundo muito diferente do atual, um mundo onde apenas uma minoria diminuta da população chegava ao ensino superior. Mesmo assim, muitos acadêmicos vêm relutando em fazer concessões à massificação. As universidades italianas, por exemplo, ainda insistem que todos os estudantes passem por um exame oral conduzido por um professor, que dura em média cerca de cinco minutos.

O que pode ser feito, se é que alguma coisa pode ser feita? Os utopistas da tecnologia acreditam que o ensino superior está pronto para a revolução. A universidade, dizem eles, é uma instituição antiquada e sem futuro, agarrada a práticas ultrapassadas como as conferências e o direito que os professores têm de continuarem lecionando indefinidamente, e incapaz de servir o grande público de um novo mundo e fornecer informações em tempo real. "Daqui a 30 anos, os grandes campi serão uma relíquia", afirma Peter Drucker, veterano guru da administração. "Eu considero a universidade americana dos últimos 40 anos um fracasso". Felizmente, na sua visão, a ajuda está a caminho na forma do ensino pela internet e das universidades com fins lucrativos.

Os conservadores culturais, por outro lado, acreditam que a melhor maneira de seguir adiante é voltar atrás. Os dois princípios que regem a política moderna para o ensino superior - democracia e utilidade - são "degradações do dogma acadêmico", para usar uma frase do falecido Robert Nisbet, outro sociólogo. Eles acreditam ser perda de tempo proporcionar um ensino superior para pessoas que prefeririam estar estudando "Seinfeld" a Sócrates, e desonesto confundir a busca da verdade com a busca de lucros.

O argumento conservador cai ao primeiro obstáculo: a praticidade. O ensino superior está rapidamente seguindo o caminho do ensino secundário: está se tornando uma aspiração universal. A posição tecno-utópica é superficialmente mais atraente. A internet certamente vai influenciar o ensino, e as universidades com fins lucrativos deverão sacudir um mercado moribundo. Mas há limites.

Poucos anos atrás um relatório da Coopers & Lybrand afirmou que a educação online poderá eliminar os dois maiores custos do ensino superior: "O primeiro é a necessidade de tijolos e cimento; os campi tradicionais não são necessários. O segundo é a faculdade de período integral. O aprendizado online envolve apenas um pequeno número de professores, mas tem o potencial para alcançar um mercado enorme de estudantes". Isso não faz sentido. O toque humano é mais vital para o ensino superior do que a alta tecnologia. A educação não é só transmitir um conjunto de informações, o que a internet faz muito bem. A educação diz respeito ao aprendizado para que se possa argumentar e raciocinar, o que se faz melhor em uma comunidade de estudantes.

O acontecimento mais significativo no ensino superior é o surgimento de uma super-liga de universidades globais. Isso é revolucionário no sentido de que essas instituições consideram o mundo inteiro como seu palco, mas é também uma evolução na medida em que elas ainda estão apegadas ao ideal de uma comunidade de estudantes e professores que combina o ensino com as pesquisas.

O problema para os formuladores de políticas é como criar um sistema de ensino superior que equilibre as demandas gêmeas de excelência e acesso de massa, que abra espaço para universidades de elite globais ao mesmo tempo em que vai cuidar do grande número de estudantes medianos, que explore as oportunidades fornecidas pela nova tecnologia ao mesmo tempo em que reconhece que a educação precisa de um toque humano.

Na verdade, nós já possuímos um modelo bem sucedido de como organizar o ensino superior: o modelo dos Estados Unidos. Esse país detém quase o monopólio das melhores universidades do mundo, mas também proporciona acesso ao ensino superior a grande parte das pessoas que o merecem. O sucesso do ensino superior americano não é só resultado de dinheiro (embora isso ajude); é o resultado da organização. As universidades americanas são muito menos dependentes do Estado do que suas concorrentes de outros países. Elas conseguem suas receitas junto a uma variedade de fontes, de mensalidades de estudantes e ex-alunos nostálgicos, de homens de negócios a filantropos. E elas existem em uma grande variedade de formatos e tamanhos, de Princeton e Yale ao Kalamazoo Community College.

Existem dois conselhos para os países que estão tentando criar sistemas de ensino superior bem sucedidos, sejam eles novatos como a Índia e a China, ou países como a Alemanha e a Itália. Primeiro: diversifiquem suas fontes de receita. Pechinchar com o Estado acabou se mostrando um pacto com o diabo. Segundo: deixem que milhares de flores acadêmicas desabrochem. As universidades, incluindo as que têm fins lucrativos, deveriam competir por clientes. Uma economia sofisticada precisa de uma grande variedade de universidades perseguindo uma grande variedade de missões. Esses dois princípios reforçam um ao outro: quanto mais o papel do Estado diminuir, maior será a variedade educacional.

Tradução de Mário Zamarian.

Autor: n.d.
Email do Autor: n.d.

Fonte: The Economist

Fonte:
http://www.revistadigital.com.br/tendencias.asp?NumEdicao=334&CodMateria=2989


16 dezembro, 2005

As vantagens e os perigos da Medicina Baseada em Evidências

(notícia publicada na revista eletrônica ComCiência)

Falar em "Medicina Baseada em Evidências" (MBE) agora é moda em cursos, congressos e seminários médicos. O termo está se popularizando até mesmo em consultórios, mas o público em geral ainda não sabe do que se trata. Desenvolvida por pesquisadores canadenses, na década de 80, a Medicina de Evidências contrapõe-se à educação médica tradicional e questiona a figura do médico como um sábio detentor da verdade sobre a saúde do paciente. "A MBE não baseia-se apenas na dedução de observações ocasionais, e nas opiniões da autoridade dos grandes mestres, mas propõe que toda intervenção seja orientada pelas evidências obtidas a partir de experimentos científicos bem conduzidos", diz Otávio Clark, do Núcleo Brasileiro de Oncologia Baseado em Evidências e consultor de convênios médicos. No entanto, a aceitação deste princípio envolve uma série de controvérsias, como a de que as pesquisas médicas não são "neutras" e, portanto, não podem proporcionar uma garantia total ao paciente.

A Medicina de Evidência popularizou-se nas universidades e faz parte da formação dos novos profissionais da área. Um exemplo simples pode mostrar seu funcionamento na prática: quando um médico indica antibióticos para um paciente, está se baseando em pesquisas que demonstram a evidência de que a maioria das pessoas tratadas desta maneira consegue obter a cura. A mesma comparação serve para um determinado exame preventivo. Se grande parte das pesquisas mostra que ele só é necessário a partir dos 50 anos, esse será o procedimento adotado na área. O objetivo é tomar a decisão médica a partir do maior número de informações, baseadas em artigos científicos especializados.

As autoridades de saúde, convênios médicos e planos de saúde são grandes defensores do método, porque almejam a padronização dos atendimentos para redução de custos e controle sobre terapias e exames. "Hoje, cerca de 25 mil revistas médicas são publicadas no mundo, mas menos de 10% dos artigos oferecem informação válida ou confiável", defende Clark. "As técnicas da MBE recuperam na literatura os melhores e mais confiáveis resultados de estudos clínicos, para se definir o que é mais eficaz e mais seguro para os pacientes", continua.

Entretanto, nos últimos anos, muitos médicos já começam a questionar a sua aplicação generalizada. Eles argumentam que a falta de evidências dos benefícios de certos tratamentos não pode ser considerada uma prova de ineficácia; além disso, o organismo de cada indivíduo possui certas peculiaridades - o que não funciona para um pode dar certo para outro. A técnica para a seleção de informações, em muitos casos, não seria totalmente neutra, porque envolveria interesses, por exemplo, da indústria e dos convênios que pagam médicos para fazerem pesquisas voltadas a seus produtos. "Sou contra o uso indiscriminado da Medicina de Evidências, que tem sido apropriado de maneira equivocada pelos convênios e planos de saúde", diz o médico intensivista do Hospital Oswaldo Cruz, com doutorado na USP, Carlos Eduardo Pompilio.

O pesquisador conta que já foi um "evidence-boy", com estatísticas na ponta da língua, mas hoje critica seu uso sem bom senso. Desde que começou a atender seus próprios pacientes, percebeu que os dados matemáticos não resolvem tudo. Para o médico, a MBE é uma ferramenta importante, porque exige a comprovação rigorosa da eficácia de tratamentos, mas desde que não seja utilizada de forma equivocada. "É preciso se perguntar de onde vêm as evidências, porque muitas pesquisas são financiadas por laboratórios e convênios", diz Pompilio. Em sua opinião, muitos médicos não usam a sensibilidade na avaliação do paciente. "O ser humano não é apenas um número, se a Medicina de Evidências explicasse tudo, não existiria efeito placebo (paciente curado com pílula de açúcar ou farinha)", conclui.

Antes tarde do que nunca

14/12/2005 - 18h38m
Sony Music terá que pagar indenização de R$ 300 mil por discriminação racial

Globo Online

RIO - A 11ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio condenou nesta quarta-feira a gravadora Sony Music a pagar R$ 300 mil de indenização por danos morais a entidades de combate à discriminação racial. Os desembargadores consideraram a letra da música 'Veja os cabelos dela', cantada por Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca, ofensiva "à mulher negra", segundo comunicado do Tribunal.

A indenização, equivalente ao que foi arrecadado com a divulgação da música, será revertida para o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, que desenvolverá programas contra o preconceito racial.

O trecho que motivou a condenação foi o seguinte:

"Veja, veja, veja os cabelos dela/ Parece bombril de ariar panela/Quando ela passa, me chama atenção/Mas os seus cabelos não têm jeito não/ A sua catinga quase me desmaiou/Olha eu não aguento o seu fedor...".

Segundo os desembargadores, a Sony não fez a análise da obra antes de adquirir os direitos autorais.

De acordo com o tribunal, o texto é chulo e inapropriado para o contexto sócio-cultural brasileiro. "Como bem constatado, a conduta foi, senão discriminatória, altamente ofensiva, ao comparar pejorativamente o cabelo da mulher negra a bombril". Em sua decisão, os desembargadores afirmama, ainda, que, embora jocosa e feita para uma pessoa determinada - a Sony alegou que Tiririca compôs a música para sua esposa -, não há como deixar de associar a música a todos as mulheres da raça negra e principalmente às crianças.

De acordo com o tribunal, em nenhum momento se verificou que a música destinava-se à companheira de Tiririca. "Qualquer pessoa negra, estando numa festa, vai sentir dor, tristeza, amargura quando ouvir esta música". O tribunal entendeu que cabe a reparação por dano moral e sugeriu que a decisão sirva de exemplo para as outras gravadoras. "É devida a reparação por dano moral para que a gravadora Sony e as outras gravadoras avaliem antes de colocar este tipo de música no mercado".

Fonte:

http://oglobo.globo.com/online/plantao/2005/12/14/189646315.asp

15 dezembro, 2005

Site britânico elege prefeito de BH um dos 10 melhores do mundo

14/12/2005 - 15h28m
O Globo

Professor Fernando Damata Pimentel, Mayor of Belo Horizonte
SÃO PAULO - O prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), ficou entre os 10 melhores do mundo no "World Mayor 2005", premiação britânica que tem o objetivo de levantar o perfil dos prefeitos de todo o mundo e destacar aqueles que serviram bem a suas comunidades e contribuíram para o bem-estar das cidades. O prefeito de Belo Horizonte foi o oitavo colocado do prêmio, destacando-se como o melhor do Brasil e da América do Sul.

Desde o começo do ano mais de 550 prefeitos de todo o mundo foram indicados para o prêmio de 2005 através do voto dos internautas. A escolha dos melhores foi baseada no número de votos e na qualidade dos comentários que apoiam a gestão, sendo que mais de 87 mil pessoas de todo o mundo participaram da votação.

O prêmio "World Mayor" é organizado pelo City Mayors, site britânico que divulga temas relacionados às cidades do mundo. O site examina como os prefeitos e governantes de regiões metropolitanas desenvolvem soluções inovadoras para enfrentar problemas urbanos e como enfrentam os desafios em áreas que afetam o bem-estar de seus cidadãos. Mais informações no site www.worldmayor.com.


Fonte:

http://oglobo.globo.com/online/plantao/2005/12/14/189641117.asp



Veja a lista:


  1. Dora Bakoyannis, Mayor of Athens ;
  2. Hazel McCallion, Mayor of Mississauga ;
  3. Álvaro Arzú, Mayor of Guatemala City ;
  4. Oscar Samson Rodriguez, Mayor of San Fernando ;
  5. Gavin Newsom, San Francisco’s young Mayor ;
  6. Vienna’s Mayor, Dr Michael Häupl ;
  7. Christian Ude, Mayor of Munich ;
  8. Professor Fernando Damata Pimentel, Mayor of Belo Horizonte (Brazil) ;
  9. Shirley Franklin, Atlanta’s first female mayor ;
  10. Melbourne Mayor John So ;

Deputado faz boca-de-urna na Câmara

15/12/2005 - 14h04m
Petista diz que vai representar contra deputado que teria feito boca-de-urna

Evandro Éboli e Isabel Braga - O Globo

BRASÍLIA - O deputado Mauro Passos (PT-SC) promete representar contra o deputado Osvaldo Biolchi (PMDB-RS) na Corregedoria da Câmara, acusando-o de fazer boca-de-urna na votação do processo de cassação do deputado Romeu Queiroz (PTB-MG), quarta-feira à noite no plenário.

O petista afirma que Biolchi entregava cédulas com voto "não" na fila de votação e aponta como testemunhas os deputados Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ), Chico Alencar (PSOL-RJ) e Ricardo Berzoini (SP), presidente do PT.

Passos diz que avisou a Biolchi que representaria contra ele na Corregedoria, o que de ser feito nesta quinta-feira à tarde, e que informou o ocorrido a Inocêncio Oliveira (PL-PE), primeiro-secretário da Mesa da Câmara. Biolchi nega que tenha feito boca-de-urna e deu sua versão para o episódio. Ele diz que apenas pegou duas cédulas de votação na cabine e que uma teria caído no chão.

Fonte:

http://oglobo.globo.com/online/plantao/2005/12/15/189656268.asp

A noite da vergonha II

15/12/2005 - 07h30m
Por 250 votos a 162, Queiroz mantém mandato

O Globo
Agência Câmara

BRASÍLIA - O deputado Romeu Queiroz (PTB-MG), que admitiu ter intermediado a transferência de recursos, sem prestação de contas ou comprovação da origem, entre a agência de publicidade SMPB, do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, e o PTB, foi absolvido pela Câmara dos Deputados na noite desta quarta-feira.

Por 250 votos a 162, Queiroz foi considerado inocente por seus colegas, que votaram secretamente o parecer do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar que recomendava a cassação do mandato. Outros 22 parlamentares optaram pela abstenção. Houve 8 votos em branco e um nulo. Para a cassação, seriam necessários 257 votos a favor do parecer do Conselho. O processo, movido pelo Partido Liberal, irá para o arquivo.

Em seu discurso, antes da abertura da votação, Queirozafirmou, em tom emocionado, confiar no senso de justiça da Câmara. Ele informou que, no final de 2003, recebeu do então presidente nacional do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson, a incumbência de "buscar recursos de uma doação feita pelo PT ao PTB". Queiroz alegou não ter se beneficiado "de um centavo sequer" dos recursos.

- Não pensei que o dinheiro tivesse má origem. Ele teve um doador certo, que era o PT, e um destino certo, o PTB. A Lei Eleitoral (9504/97) permite doações entre partidos - argumentou.

Ele atribuiu a responsabilidade de seu caso ao beneficiário de doação.

- A responsabilidade pela contabilização dos recursos não era minha, mas de quem fez e recebeu a doação - argumentou.

Queiroz negou ter sido beneficiado por um acordão para livrar da cassação os 11 deputados acusados de receber dinheiro do valerioduto, mas admitiu que só no PT, partido de vários deputados acusados, teve mais de 50 votos:

- Minha absolvição pode até ter um reflexo nos outros processos, mas não fiz esse entendimento. Fiz um trabalho individualizado e tenho muitos amigos na Casa. A grande maioria do PT votou comigo, mais de 50 deputados.

O líder do PSB, deputado Renato Casagrande (ES), disse que o resultado da votação pode indicar o comportamento do Plenário nos outros casos de perda de mandato.

- Essa votação tem um certo simbolismo - afirmou.

Vários deputados se manifestaram antes e durante a votação.

O deputado Carlos Willian (PMDB-MG) pediu a absolvição de Queiroz. Segundo ele, Queiroz deveria ser comparado aos grandes políticos de Minas Gerais, como Tancredo Neves, e não às pessoas que atualmente mancham a imagem do estado.

- Ele pecou, mas pela sua característica de ser companheiro nos momentos difíceis. Ele quis ajudar os candidatos do PTB e não usou para si próprio os recursos que o partido recebeu do PT - afirmou Carlos Willian.

Segundo o deputado, a pena para esse erro deveria ser mais branda.

- A cassação é uma pena de morte - alegou.

Já o deputado Chico Alencar (Psol-RJ) pediu a perda de mandato do deputado Romeu Queiroz. Segundo Alencar, a decisão dos deputados sobre o caso deveria ser política, e não emocional.

- Não podemos nos dar por satisfeitos porque os ex-deputados José Dirceu e Roberto Jefferson foram cassados e alguns espertos renunciaram. É preciso punir o uso irregular de recursos nas campanhas para superar o apequenamento da democracia brasileira - argumentou.

O deputado Babá (Psol-PA) também defendeu na noite desta quarta-feira a perda de mandato de Queiroz.

- Ele recebeu dinheiro do valerioduto para alimentar as campanhas de candidatos a prefeitos. Como se pode dizer que isso não é crime? - questionou.

De acordo com Babá, o PT comandou "um vergonhoso esquema de corrupção" e a população quer justiça.

- Neste caso, a justiça é cassar todos os envolvidos, e Queiroz esteve envolvido com outros deputados no escândalo de corrupção - afirmou.

Outro que também defendeu a perda do mandato de Romeu Queiroz foi o deputado João Fontes (PDT-SE). Ele disse que Queiroz deveria ser cassado, apesar de não ser corrupto.

- Vossa excelência foi prejudicado pelas más companhias - afirmou, dirigindo-se a Queiroz.

De acordo com João Fontes, Queiroz errou ao intermediar a transferência de recursos do PT para o PTB sem prestação de contas.

- A culpa maior é do PT, mas o PT não arquitetou sozinho todo esse esquema de manipulação de dinheiro ilegal - afirmou.

O deputado Orlando Fantazzini (Psol-SP) também recomendou a perda de mandato do deputado Romeu Queiroz. A Câmara, segundo Fantazzini, precisa deixar claro que o caixa dois na política não é algo natural.

- Queiroz sabia que estava transportando recursos irregulares para campanhas eleitorais. Portanto, não há inocência neste caso - argumentou.


Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/pais/189652801.asp