07 dezembro, 2005

Fundos negam estarem sem fundos

06/12/2005 - 22h14m
Fundos negam ter tido prejuízo
O Globo
BRASÍLIA e RIO - A Prece, fundo de pensão da Cedae, contestou em comunicado o relatório parcial apresentado nesta terça-feira pelo deputado federal Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA). A empresa chama o relatório de absurdo, com "inconsistências tão gritantes que serão facilmente prováveis em qualquer tribunal".
A nota apresenta o saldo da carteira de ações de 2001 a 2005 e compara com os valores das supostas perdas nas operações com carteira variável. A fundação sustenta que não pode ter perdido R$ 54,442 milhões em 2003, já que cresceu a carteira em R$ 29,438 milhões. "Absurdo ainda maior: como pode a Prece começar o ano de 2004 com cerca de R$ 109 milhões, ganhar R$ 19,625 milhões, terminar com R$ 128,684 milhões e perder R$ 138,936 milhões, mais que a totalidade da carteira?". Em 2005, segundo o comunicado publicado em jornais, até setembro o quadro é o mesmo, "pois a carteira cresceu cerca de R$ 17,801 milhões, sendo que o relatório atribui uma perda de R$ 34,589 milhões", diz a Prece.
ENTIDADES PREFEREM ESPERAR. A Prece também alega que a carteira de renda fixa teve rentabilidade maior do que a meta atuarial; além disso, o volume de aplicações é crescente. "De onde saíram os recursos para as supostas perdas alegadas?", o texto questiona. "Como pode a Prece perder R$ 309 milhões e crescer a carteira como cresceu?".
Também na operação com títulos públicos federais, a carteira está com "rentabilidade superior à meta atuarial". Como não houve queda do valor patrimonial, segundo a nota, não estão comprovadas perdas em 2003, 2004 e 2005.
A Petros divulgou nota afirmando que atingiu rentabilidade na atual gestão, "de fevereiro de 2003 até novembro de 2005, de 72%, frente a uma meta atuarial (obrigação de rentabilidade nos investimentos - IPCA, mais 6% ao ano) de 43%".
Quanto à carteira de renda variável de ativos negociados na Bovespa e na Bolsa de Mercadorias e Futuros, "a rentabilidade na atual gestão foi de 239%, cinco vezes maior do que a meta atuarial e bem acima da variação do Índice Bovespa, que foi de 207%." A fundação convocou entrevista coletiva da diretoria executiva para amanhã.
A assessoria de imprensa da Eletros afirmou que, como a entidade não recebeu os dados do relatório parcial da CPI, não tem como se manifestar. Mas afirmou que a Eletros tem estado superavitária nos últimos cinco anos.
Sérgio Wilson Ferraz Fontes, presidente da Real Grandeza, disse ontem que não houve, no passado recente operações com derivativos de câmbios e juros e que não foram registradas perdas nas operações com títulos públicos.
A Núcleos afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que havia se antecipado à CPI com a contratação da KPMG para uma auditoria. O relatório foi apresentado à Secretaria de Previdência Complementar. A empresa continua sendo investigada tanto pelo conselho deliberativo quando pela nova diretoria.
FUNCEF: INFORMAÇÕES SÃO PRECIPITADAS. A Funcef divulgou nota classificando de precipitadas e sem sustentação as informações do relatório. "Na forma como os números foram apresentados é impossível verificar a acurácia e a pertinência da acusação, pois não qualifica adequadamente as operações e nem seleciona aquelas referentes à proteção de carteira", afirma a nota.
O fundo alega ainda que não tem fundamento a afirmação de que houve um prejuízo, uma vez que não está sendo considerada a rentabilidade de cada fundo de investimento e nem da carteira de renda fixa terceirizada.
As demais fundações - Geap, Serpros, Refer, Portus, Centrus, Sistel e Postalis - não se manifestaram sobre o relatório.

Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/pais/189547444.asp

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