Diretora eleitoral da ONU é demitida por assédio sexual
Reuters
NAÇÕES UNIDAS - A popular diretora eleitoral da Organização das Nações Unidas (ONU) foi oficialmente demitida de seu posto sem nenhum pagamento nesta terça-feira devido a acusações de assédio sexual e abuso de autoridade, informou o organismo internacional. Ela é a primeira mulher a ser demitida da ONU por esses motivos.
A notificação foi dada durante um encontro entre Carina Perelli, uma socióloga uruguaia de 48 anos, e Christopher Burnham, um americano que é subsecretário-geral de gerenciamento. Um guarda da ONU a acompanhou enquanto ela saía sem muito estardalhaço.
Perelli se tornou uma estrela na ONU por supervisionar eleições em lugares perigosos do mundo, como o Afeganistão, o Iraque, os territórios palestinos e o Timor Leste. Ela já consultou advogados e deve recorrer da decisão nos meios judiciais da entidade.
Duas importantes autoridades da ONU disseram que o secretário-geral, Kofi Annan, decidiu dispensar Perelli após a elaboração de um relatório externo e de uma investigação interna da entidade.
- Acho que é o primeiro caso de uma pessoa na História da ONU que ficou sabendo sobre sua demissão ao ler seu relatório na mídia - disse Perelli a jornalistas.
Ela disse que estava caminhando com seu marido no último sábado quando os dois encontraram um amigo que lhe disse: "Você viu as notícias? Você foi demitida".
A carta de Burnham, obtida pela agência Reuters, afirma que Annan decidiu que pela demissão por "uma grave má conduta". O documento acrescenta que a decisão foi baseada em uma investigação interna que descobriu a prática de "assédio sexual e profissional contra seu pessoal e abuso de sua autoridade de gerente".
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