05/12/2005 - 13h37m
Claudio de Souza - Globo Online
RIO - O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Nelson Hubner, sinalizou que o decreto publicado no último dia 29 que autoriza os grandes consumidores a se ligarem diretamente à rede básica de transmissão de eletricidade de alta tensão, sem precisar usar as redes das distribuidoras, não deverá ser revertido. Segundo ele, a norma foi amplamente discutida com representantes de vários segmentos do setor elétrico e está muito bem embasada.
A Associação das Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee) reclama que o decreto poderá gerar aumento nas tarifas de energia para os pequenos consumidores de até 8%, como no caso da Light. Segundo a associação, isso ocorreria porque os chamados grandes consumidores vão deixar de pagar alguns custos que atualmente são divididos entre todos os usuários, como as perdas das distribuidoras com os furtos de energia (gatos). Ou seja, o custo da operação e da manutenção das linhas das distribuidoras terá de ser repartido por um número menor de usuários.
Hubner discorda das estimativas da Abradee e disse que as distribuidoras têm metas de redução de furto de energia e que só podem repassar essas perdas ao consumidor dentro do limite estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica. A Light é uma das distribuidoras que têm um dos maiores índices de perdas de energia, que é superior a 20%.
A Abradee fez uma simulação mostrando, segundo ela, que, caso todos os grandes consumidores atendidos pela Light deixem de usar as redes da distribuidora, haverá um impacto nas contas dos demais consumidores de cerca de 8%. Esse percentual seria somado ao reajuste que normalmente é dado anualmente.
O secretário disse, no entanto, que somente os grandes consumidores que forem ampliar a carga contratada é que poderão deixar de operar por meio da rede das distribuidoras. Portanto, as distribuidoras não perderiam todos os seus grandes consumidores.
http://oglobo.globo.com/online/plantao/189520168.asp
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