01 dezembro, 2005

Ato terrorista contra a população do Rio de Janeiro

01/12/2005 - 08h01m
Bandidos matam quatro responsáveis por assassinatos no ônibus
O Globo
RIO - Quatro responsáveis pelos assassinatos no ônibus da linha 350 (Passeio-Irajá) foram encontrados mortos no início da madrugada de quarta-feira, dentro de um Meriva prata abandonado na esquina das ruas Bento Cardoso e Jacaraú, próximo ao local da bárbarie. Segundo a polícia, eles foram executados a tiros de escopeta e fuzil. Junto aos corpos estava um cartaz com os seguintes dizeres: "Taí os quatro que queimaram o ônibus. Nosso (nome da facção) não aceita ato de terrorismo".
Na quarta-feira, o secretário estadual de Segurança, Marcelo Itagiba, disse que cerca de 200 PMs haviam ocupado vários pontos da região onde o ônibus foi incendiado, em Brás de Pina. Segundo ele, a polícia fará ações permanentes nos morros da Fé, do Sereno e da Caixa D'Água e nos conjuntos do Guaporé e do Quitungo. Também será reforçado o policiamento nas ruas Irapuá e Pequiri e na Estrada Vicente de Carvalho.
Segundo Itagiba, cinco bandidos do Morro da Fé, na Penha, foram identificados como mandantes e participantes do ataque. Ele não quis revelar suas identidades para não atrapalhar as investigações.
Itagiba, porém, diz que não houve um ato terrorista:
- Isso é obra de facínora, não houve vinculação ideológica. Não considero terrorismo. Não vamos criar rótulos para essas pessoas que não passam de assassinos.
No ataque de terça-feira ao ônibus em Brás de Pina, traficantes dos morros do Quitungo e da Fé jogaram gasolina nos passageiros e atearam fogo. Encurraladas no veículo em chamas, cinco pessoas morreram - entre elas uma criança de 1 ano e um mês - e 14 ficaram feridas por queimaduras. Segundo passageiros, os bandidos não deixaram o motorista abrir a porta traseira para que as pessoas saíssem.
O ataque aconteceu por volta das 22h30m, na esquina das ruas Irapuá e Guaporé. De acordo com relatos de um passageiro, quatro adolescentes fizeram sinal para o ônibus. Quando o motorista parou, um jovem com idade entre 20 e 25 anos, com uma garrafa plástica nas mãos, pulou a roleta, jogou gasolina no corredor do ônibus e nos passageiros. Ao mesmo tempo, um outro bandido tirava o motorista à força do veículo.
O bandido que havia pulado a roleta voltou, enquanto o outro riscava um palito de fósforo, iniciando o incêndio. Outros criminosos - segundo a testemunha eram 12, mais as quatro adolescentes - ficaram do lado de fora, jogando pedras nas janelas do ônibus. Alguns passageiros escaparam com o corpo em chamas e saíram correndo pela rua.
Alguns conseguiram fugir pelas janelas e ainda pela porta traseira do ônibus, que foi aberta à força, com as mãos, pela passageiro Igor dos Santos Pereira.

Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/rio/189475536.asp


Comentário:

Se este ato não for considerado um ato terrorista, o que mais então? Se ao invés de serem moradores simples de um bairro eles fossem fazendeiros e os traficantes fossem alguns "sem terra", isto seria considerado ato terrorista. Hipocrisia dos políticos cariocas e também da bancada ruralista.

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