28 novembro, 2005

Glaxo e Pasteur vão desenvolver vacina contra Aids a partir de imunizante contra sarampo

28/11/2005 - 11h32m
Reuters

LONDRES - A GlaxoSmithKline planeja desenvolver uma vacina contra Aids que pegaria carona numa outra, já bem conhecida, que protege do sarampo.
O maior fabricante de medicamentos da Europa e o Instituto Pasteur pretendem fazer a vacina fundindo genes do HIV aos da vacina existente contra a doença infantil. O anúncio da empreitada foi feito nesta segunda-feira.
A GSk Biologicals, unidade de vacinas da Glaxo, vai dar ao Instituto Pasteur permissão de uso da tecnologia do vetor (transportador) da vacina contra sarampo, e as duas instituições vão desenvolver a nova vacina em conjunto. Quatro centros de pesquisa serão envolvidos: na França, Bélgica e Grã-Bretanha.
O projeto é o mais recente de uma série de novas abordagens experimentais de combate ao HIV, que matou mais de 3,1 milhões de pessoas neste ano.
Os cientistas acreditam que uma vacina é a melhor esperança de controle da epidemia. Entretanto, o HIV mostrou-se muito mais difícil de derrotar através de imunização do que qualquer um poderia antecipar quando a doença primeiro foi registrada, em 1981.
A Glaxo acredita que a adaptação da vacina de sarampo é promissora, porque esse imunizante tem um efeito de longo prazo. A esperança é que usá-la como transportadora de proteínas do HIV produza um efeito potente e duradouro na prevenção da Aids, como se vê com o sarampo.
Não há, porém, garantias de sucesso. O projeto ainda vai exigir muitos anos de pesquisa até que se possa eventualmente produzir um medicamento eficaz. A expectativa é de que os estudos clínicos (em pessoas) comecem em três anos.
A pesquisa será financiada por uma parceria público-privada e recebe, inicialmente, 5,5 milhões de euros da União Européia. Esse tipo de parceria tem sido crescentemente usado para desenvolvimento de remédios contra doenças que afetam principalmente países pobres. Em troca do apoio do setor público, as empresas que têm sucesso nas pesquisas aceitam tornar suas soluções disponíveis a preço baixo para os países em desenvolvimento.
Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/plantao/189437204.asp

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