21 novembro, 2005

Capital tem mais de 4 mil peruas escolares clandestinas

21/11/2005 - 08h00m
Maíra Teixeira - Diário de S.Paulo

Uma perua faz Show em São Paulo


SÃO PAULO - Cerca de 30% das peruas escolares da capital são clandestinas, segundo o Sindicato dos Transportadores Escolares do Estado de São Paulo (Simetesp). O Departamento de Transporte Público (DTP) alerta pais e usuários sobre a necessidade de atenção ao contratar o serviço, que normalmente ocorre no fim do ano letivo. É preciso verificar se o condutor e o veículo estão em dia com a documentação e a licença e também o estado geral do veículo. Segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), há hoje 10.500 condutores escolares regularizados na capital. Já o número de ilegais ficaria em torno de 4.500, totalizando os cerca de 15 mil que circulam pela capital. Para trabalhar como condutor escolar, o motorista deve seguir as exigências do DTP: levar o veículo para uma inspeção a cada semestre, estar em dia com os itens de segurança, fazer curso cadastrado pela Prefeitura de formação de condutores específico e cadastrado pela Prefeitura, ter credenciais de autorização e a documentação do veículo em dia. No estado, existem 25 mil condutores escolares sindicalizados. Na capital, são 7 mil motoristas para transportar, por dia, mais de 200 mil estudantes. Uma vendedora, que não quis se identificar, mãe de duas crianças de 7 e 9 anos, sofreu por ter contratado um perua escolar sem licença. - O clandestino cobrava a metade do preço. Por isso, resolvi contratá-lo - conta. Ela admite que diz não ter se preocupado em verificar se "a papelada" estava em dia. - Um dia fui buscar minha filha no pronto-socorro, porque ela havia caído no chão e quebrado o braço. O assento onde ela estava não tinha cinto de segurança, assim como o de outras duas crianças. Outra mãe que mora na Vila Guilherme, na zona norte, e também não quis se identificar, relata o que aconteceu ao contratar um condutor ilegal: - O perueiro não passou durante uma semana. Depois, apareceu dizendo que havia tido um problema. Relevei. No mês seguinte, a situação se repetiu. Estava esperando ônibus no ponto e, de repente, parou uma lotação. Era ele, o 'tio' da perua de meu filho. - O veículo clandestino cobra menos, mas gasta pouco com a manutenção. Não faz as inspeções obrigatórias - afirma o diretor do DTP, Paulo José Lourenço da Silva. De acordo com o DTP, 130 veículos escolares irregulares foram apreendidos de 1º de janeiro até 18 de novembro e apenas 39 foram credenciadas. Os telefones de atendimento do Departamento de Transporte Público são 11- 6692.4094 ou 6692.3302 - Fazemos operações regulares e com o maior cuidado para não colocar as crianças em risco. Só podemos fazer a abordagem quando ainda não há passageiros. É preciso que as pessoas denunciem, para apertar o cerco aos clandestinos - afirma Silva. A estimativa do Simetesp é de que a maioria dos clandestinos não transporte crianças - devido ao alto grau de estresse do trabalho - mas estudantes de ensino médio ou universitários de cidades vizinhas. Também são clandestinos pais e mães que transportam várias crianças além de seus filhos e cobram.

Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/plantao/189247701.asp

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