23 novembro, 2005

Ex-jogadores lamentam situação do Galo

23/11/2005 - 08h30m
GloboEsporte.com

RIO DE JANEIRO - O Atlético-MG vive o momento mais complicado de seus 97 anos de história. Com apenas 12 vitórias em 40 jogos, a equipe tem 89% de chances de ser rebaixada para a Série B do Campeonato Brasileiro. A queda iminente do time, que foi o primeiro campeão nacional, em 1971, entristece não só seus torcedores, mas também todos os que já defenderam o alvinegro mineiro. Personagens de um passado bem mais glorioso, ex-jogadores e técnicos do Galo têm diversas explicações para a situação do clube, mas são unânimes em lamentar a queda de um time tão tradicional. O ex-jogador Dadá Maravilha, que participou da campanha do título de 71 e é um dos ídolos do Alvinegro, não vê mais chance de salvação e se diz envergonhado com o descenso: - Vou ser sincero. Não tenho coragem de chorar na frente de ninguém, mas a noite, conversando com meu travesseiro, eu choro. Tive a honra de fazer parte da página mais gloriosa do clube e os mesmos olhos que viram essa glória hoje vêem a desgraça do Atlético. É uma vergonha ser rebaixado em um campeonato em que todos os times não passam de medianos - opinou o ex-craque. Já o lateral-esquerdo Cicinho, que defendeu o time mineiro em 2001 e 2003, ainda acredita na sua permanência na elite do futebol brasileiro. Mas o lateral não ficou surpreso com a má fase de seu ex-clube, porque já percebia dificuldades na época em que vestia a tradicional camisa preta e branca: - Aposto na garotada. Os jovens atletas mostraram do que são capazes e contam com a minha torcida. Esses garotos ganharam vários títulos na base e vão colocar esse espírito vencedor nos profissionais do Atlético. Mas não é novidade o time esteja nessa situação porque na minha época já atrasava o salários dos jogadores - alfinetou o jogador, que hoje está no São Paulo. Vavá, que atuou pelo Galo nas décadas de 40 e 50 e nos anos 90 assumiu o cargo de diretor de futebol, culpou a atual diretoria pela condição do time: - Muita gente se ofereceu para ajudar, mas eles (os dirigentes) não quiseram. Eu vivo o Atlético-MG como jogador, torcedor, conselheiro e parte da diretoria há mais de 50 anos então acho que sofro um pouquinho mais. É um sentimento de tristeza inigualável e uma decepção que eu nunca tive no futebol - lamentou. Técnico da equipe em 1997, Leão também criticou a falta de planejamento dos comandantes do clube. O treinador disse que o Atlético-MG não soube se adequar às exigências do futebol atual: - É uma pena ver um time com o o Atlético-MG em uma situação como essas. O clube é uma verdadeira instituição do futebol brasileiro. É uma pena que não só o Atlético, como outros grandes clubes brasileiros não se planejem para enfrentar as dificuldades de um campeonato longo como o Brasileiro e acabem nessa situação falimentar em que se encontram - criticou Leão, que atualmente comanda o Palmeiras. Para escapar do rebaixamento, o Galo não depende só de si. O grupo precisa vencer as duas partidas que restam no Brasileirão (contra Vasco e Juventude) e torcer para tropeços de seus concorrentes diretos, como Figueirense e São Caetano.

Fonte:
http://oglobo.globo.com/especiais/brasileiro2005/mat/189270535.asp

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