13 março, 2006

Plasma e LCD: a TV do futuro é mais magrinha

Elis Monteiro

Ano de Copa do Mundo é sempre a mesma coisa: uma profusão de consumidores adiantam as compras de Natal e correm atrás de TVs novas para curtir os jogos da seleção em alto estilo. Os fabricantes, claro, tiram proveito. Quem não se lembra das promessas de “garantia até a próxima Copa”? Este ano, espera a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), as vendas de TV deverão crescer 16%.

Além disso, as estimativas apontam o fenômeno da sazonalidade. Normalmente, o mercado de TVs fica assim: 45% das compras são feitas no primeiro semestre, ficando o segundo semestre — perto do Natal — com 65%. Em ano de Copa, a situação se inverte.

Somado à sazonalidade, um outro fenômeno faz com que o consumidor procure a loja mais próxima: o preço das TVs caiu muito nos últimos anos, principalmente em 2005, com a queda do dólar. Ano passado, vendeu-se no Brasil nove milhões de TVs. Destas, 2.2 milhões foram de tubo (CRT) tela plana.

As TVs de tela plana são um fenômeno à parte e já configuram uma migração tecnológica: estão substituindo as TVs convencionais de tubo e, este ano, este mercado deve chegar a 4,5 milhões de unidades vendidas. Em 2005, as de tela plana tiveram crescimento de 150% no Brasil, mesmo com a concorrência de tecnologias que também tiveram queda acentuada nos preços e, por isso, começaram a aparecer no mercado: as TVs de plasma e as de LCD.

É claro que mercado aqui significa classe social alta, uma vez que uma TV de plasma de 42”, por exemplo, está custando algo em torno de R$ 9 mil.

— Por mais que as TVs de plasma e as de LCD tenham tido seu preço reduzido dramaticamente, ainda é caro. — diz Eduardo Melo, diretor da área de consumo da Samsung. — Em 2005, o mercado de plasma e LCD no Brasil foi da ordem de 60 mil peças. Este ano esperamos vender 300 mil unidades, ou seja, um aumento de cinco vezes.

Fabricação local para baratear preço final

A Samsung produz no Brasil dois modelos LCD, de 20” e 32”, um modelo de plasma de 42” e um DLP (televisor para projeção) de 50”. No mês que vem, vai fabricar aqui LCD de 26” e 40” e plasma de 50”, além de uma TV de tubo com uma tecnologia chamada Slim Fit, que diminui a profundidade em 33%.

Enquanto isso, a concorrente LG corre atrás e incrementa a produção local de TVs LCD. A intenção é aumentar as vendas de quatro mil unidades (em 2005) para 50 mil em 2006. Para tanto, desovou no mercado quatro novos modelos, dois dos quais fabricados aqui — de 26” e 32”. Já os de 37” e 42” chegam com a intenção de seduzir para conquistar: os dois são ganhadores de prêmios internacionais de design. Nas vendas de plasma, a empresa espera saltar de 23 mil unidades vendidas em 2005 para cem mil este ano. Desde 2002 a LG fabrica TVs de plasma de 42” no Brasil. Em 2005, começou a produzir também os de 50”.

— Há um ano, a TV de 32” de LCD custava R$ 13.500, hoje ela está saindo por R$ 5.999 — diz Fernanda Summa, gerente de produto da área de TVs da LG.

A Philips também aposta nos mercados de LCD e de plasma. A empresa já tem oito modelos à venda no país — cinco de LCD e três de plasma, dois com a tecnologia Ambilight (leia mais na página 2). Os preços ficam entre R$ 2.499 (17” LCD) e R$ 21.999 (plasma de 50”). O plasma de 42” sai por R$ 8.999.

A Gradiente, que adquiriu recentemente a Philco, também já lançou TVs de plasma no Brasil. O de 42” PLT-4230 sai por R$ 9.999 e tem 7,9 centímetros de profundidade e caixa acústica destacável. A empresa também aposta nos modelos tubo tela plana, inclusive com uma edição especial com modelos nas cores vermelho, preto e branco.

LCD ou plasma: compatível ou não com HDTV?

Com o preço das TVs de plasma e de LCD quase se equiparando, fica difícil decidir qual vale mais a pena. Embora as duas tecnologias ainda tenham participação muito pequena no mercado — apenas 0.6% —, espera-se para este ano um embate entre as duas opções, além de um crescimento de mercado para 2.5% de participação somando-se as duas tecnologias.

Segundo Eduardo Mello, a diferença entre LCD e plasma diz respeito a resolução. O plasma tem duas subcategorias: a stand definition, com resolução de 480 linhas, na qual a transmissão chega a 1080 linhas — ou seja, forma-se um gargalo, que acaba denegrindo a imagem — e o plasma com painel high definition, com resolução de 720 linhas, perfeita para transmissão de TV digital. A questão é que as TVs de LCD já vêm com resolução superior.

— É difícil dizer qual tecnologia vai sobressair. O que é claro para o consumidor é a resolução. Optar por uma das duas vai do gosto do consumidor, atrelado ao tamanho de tela que o bolso permitir.

Para Fernanda, LCD e plasma se diferenciam pela vocação: o plasma foi criado para telas grandes, o LCD para menores; o plasma serve para ambientes principais da casa e o LCD para os secundários, escritórios e/ou apartamentos pequenos.

Sobre ser compatível ou não com transmissão de TV Digital, os executivos lembram que a maior parte dos modelos já é capaz de receber imagens digitais. A tendência é o mercado adotar o “HDTV ready” mas também ir além da tela de alta definição, pensando em interatividade e mobilidade.


Fonte:
http://oglobo.globo.com/jornal/suplementos/informaticaetc/192241416.asp

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