07 março, 2006

Horto Florestal completa 110 anos abandonado

05/03/2006 - 09h38m

Laurimar Coelho - Diário de S.Paulo

SÃO PAULO - O Parque Estadual Albert Löefgren, mais conhecido como Horto Florestal, na zona norte da capital, completou 110 anos no dia 10 de fevereiro. Mas o paulistano não tem muitos motivos para comemorar: nos 174 hectares do parque afloram inúmeros problemas. Além dos assaltos, muitos freqüentadores reclamam da falta de manutenção e da pouca infra-estrutura.

- Há mais de um ano encaminhei à OAB-Secção Santana um abaixo-assinado com 3 mil assinaturas reivindicando melhorias no parque e até hoje quase nada foi feito - reclamou Renato Martins, morador da região e usuário do parque.

Perto do bairro Vila Amélia há lixo nas trilhas, despejo de esgoto clandestino no riacho que serpenteia parte do parque e falta de sanitários. Há também loteamentos irregulares em volta e o mato está alto junto à ciclovia. Sem falar nas áreas que são utilizadas irregularmente para rituais religiosos.

- As caminhadas são sempre feitas em grupo, porque as pessoas têm medo de serem assaltadas. À tarde ninguém se arrisca a circular por aqui. Os idosos encontram dificuldades para caminhar, porque o barro toma conta das trilhas e o caminho fica cheio de buracos e lama - afirmou o comerciante Valdeni Donizete Paes.

A administradora do parque, Ana Lúcia Arromba, admitiu que há problemas no parque, mas afirmou que já foram investidos R$ 1 milhão nas obras de substituição dos cinco quilômetros de grades que cercam toda a área verde, bem como na recuperação da calçada.

- Dentro de 90 dias as novas grades e o calçamento estarão prontos e a população vai contar com mais portões de entrada como as duas aberturas feitas irregularmente junto à Avenida Parada Pinto. Até o final do ano, vamos concluir o projeto de reflorestamento da área junto ao bairro Vila Amélia e finalizar a retirada do lodo que se acumulou no lago das capivaras - garantiu.

Quanto ao problema do despejo de esgoto proveniente dos loteamentos junto ao parque, Ana Lúcia disse que já foi encaminhado projeto para a Sabesp.

- Os técnicos estão estudando uma forma de captar esse esgoto, porque as casas estão em um nível mais alto que o parque, o que dificulta a ligação dos encanamentos com a rede coletora principal - disse ela.

Uma das trilhas mais freqüentadas pelos usuários do parque é a que acompanha o córrego da Vila Amélia.

- Há um trecho no final do córrego que fica represado. Lá, o esgoto acumula causando mau cheiro e atraindo muito insetos - disse o aposentado Antonio Rufino da Silva.

Segundo a administração do Horto Florestal, todos os meses circulam pelo parque 60 mil pessoas e em um único fim de semana, há aproximadamente 15 mil visitantes. O parque é subdivido em três grandes áreas, porque passam em seu interior avenidas como a Santa Inês, por exemplo. Para garantir a segurança dos visitantes, há 18 vigias, sendo que na área junto à avenida Parada Pinto somente dois homens trabalham fazendo ronda em motos.

- Passo horas aqui e muitas vezes não vejo nenhum vigia circulando e tampouco gente fazendo a limpeza - comentou Martins.

A administradora Ana Lúcia se defende:

- Neste mês vamos aumentar o número de vigias com mais quatro contratações. E quanto à limpeza, o contrato com a frente de trabalho que nos fornecia 15 funcionários acabou em 20 de dezembro do ano passado, mas já foi convocado um novo grupo que começará a trabalhar no dia 23 de fevereiro - disse Ana Lúcia.


Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/sp/plantao/2006/03/05/192156014.asp

2 comentários:

Anônimo disse...

É uma pena que apesar do Horto ser tão lindo e importante esteja largado nas mãos de uma dministração imcompetente e corrupta há mais de 20 anos.

Já notou que os lagos deste parque estão totalmente poluidos? Os animais dali estão convivendo e se alimentando de coliformes fecais, pois todos os esgotamentos sanitários dos bairros da Pedra Branca, Snta Ines e do Horto são direcionados para o interior do Parue....

hkclebicar disse...

O colega anônimo deve estar se referindo ao Horto Florestal de Belo Horizonte, mas a matéria em questão é do Horto de São Paulo, capital.

Mas valeu a crítica...