09 março, 2006

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Rio é o 2º estado mais competitivo do Brasil

Eliane Oliveira

BRASÍLIA. São Paulo é o estado mais competitivo do país, seguido por Rio de Janeiro, Distrito Federal, Rio Grande do Sul e Paraná, segundo pesquisa realizada pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC) — que reúne grandes empresas do país — e pela Fundação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Heuser (FEE).

O levantamento revela o alto nível de desigualdade no Brasil: entre as dez unidades da Federação que lideram o ranking estão todos os sete estados do Sul e do Sudeste. As exceções são Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Pernambuco, o estado nordestino mais bem posicionado (10 lugar). Os cinco estados em pior situação são Acre, Roraima, Piauí, Rondônia e Maranhão (último colocado).

As duas entidades divulgaram ontem o Indicador de Competitividade dos Estados (ICE), tendo como critério a qualificação da força de trabalho; conhecimento e inovação; e infra-estrutura no período de 2002 a 2005. Embora tenha ficado em segundo lugar no ICE geral, com um índice de 0,793 (em uma escala de zero a 1), o Rio assumiu a liderança no item infra-estrutura, com ênfase para transporte, comunicação, saúde e energia. O Rio está em segundo lugar na parte de conhecimento e inovação e em terceiro em qualificação da mão-de-obra.

Incentivos fiscais não garantem investimentos

O índice tem por objetivo apontar os pontos fracos de cada estado no tocante à competitividade. Seus elaboradores afirmam que ele pode ser usado como instrumento pelas agências de desenvolvimento, governos e empresários no estabelecimento de políticas para atrair investimentos.

Segundo o presidente do Conselho Superior do MBC, Carlos Augusto Salles, todas as informações levam em conta o estoque que existe em cada unidade da Federação desde seu surgimento. Portanto, ressaltou Salles, o ICE não deve ser aproveitado como plataforma eleitoral para estados que estão no alto da lista.

— Não é um campeonato brasileiro de desempenho, não é a entrega do Oscar e muito menos a avaliação de desempenho de governadores. Há um estoque de séculos que está sendo levado em conta na composição do índice — disse.

Ele lembrou que, no caso do Estado do Rio, pesa o fato de o estado ter herdado os benefícios que tinha, em termos de infra-estrutura, nos mais de 200 anos em que foi capital do país. Salles acrescentou que, dos 34 hospitais universitários espalhados no Brasil, 26 estão no Rio, o que contribui de forma significativa no item saúde.

— É o que acontece com Brasília, que tem 46 anos, mas é a capital da República, onde o país inteiro investe e, no funcionalismo público, há um número substantivo de pessoas de nível superior, muitas com doutorado — disse ele.

Para o representante do MBC, a concessão de incentivos fiscais tem pouco peso na decisão de investimentos. Ele citou como exemplo a Bahia, que oferece reduções de tributos e outras vantagens e, no entanto, está em 18 lugar no ranking:

— O estado recebeu a Ford e outros fornecedores. Mas a inteligência da montadora, onde se tomam as decisões importantes, é em São Paulo.

São Paulo, aliás, está em primeiro lugar em conhecimento e inovação e em segundo em infra-estrutura e qualificação de mão-de-obra. Já o Distrito Federal está em primeiro lugar na parte de qualificação de mão-de-obra e em terceiro em infra-estrutura.

A metodologia — modelo Michel Porter — é adotada por diversos países e reconhecida pelo Banco Mundial.

Fonte:
http://oglobo.globo.com/jornal/economia/192198964.asp

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