24 março, 2006

Filhos felizes na escola

Livro: Filhos felizes na escola Filhos Flizes na Ecola, Helena Trevisan
Autor: Helena Trevisan
Artigo: "Escola alto-astral"

Camilo Vannuchi

Publicado originalmente na revista Isto É.

Ao chegar à escola, Victor era recebido com um abraço festivo da professora, assim como todos os outros seus colegas da primeira série. Depois, uma criança recitava um verso escolhido para simbolizar sua meta pessoal até o fim do ano. Os diferenciais da pedagogia Waldorf surpreenderam a mãe de Victor, a psicóloga Helena Trevisan , a ponto de torná-la uma entusiasta do tema. Tanto que, no ano passado, ela assumiu a presidência da associação Parceiros da Educação para a Vida, entidade mantenedora da Waldorf São Paulo. Criada em 1919 pelo filósofo croata Rudolf Steiner (1861-1925), a pedagogia Waldorf é adotada em 800 escolas no mundo, 54 delas brasileiras. Ao buscar Victor na escola, percebia nele uma felicidade que nunca tinha visto durante a educação de meus dois filhos mais velhos, conta Helena. Seu deslumbramento serve de alicerce para o livro que acaba de lançar - Filhos felizes na escola.

Seguindo os princípios da antroposofia, a meta da pedagogia Waldorf não é incutir conteúdo, mas servir de contrapeso à adultização acelerada das crianças, prolongar a infância e primar pela liberdade. Se for preciso, a alfabetização vai até os nove anos. Cada pessoa tem seu ritmo, conta Helena. Música, pintura, teatro e atividades manuais acompanham o aluno até o ensino médio. A regra é a prática antes da teoria.

Outra curiosidade da pedagogia Waldorf é a divisão da vida em setênios (períodos de sete anos). A educação infantil coincide com o primeiro setênio (0 a 7) e faz a criança aprender pelos sentidos. Nessa fase, o educador deve ser visto como autoridade digna de ser imitada. O segundo setênio (7 a 14) coincide com o ensino fundamental e proporciona a aprendizagem pelos sentimentos. O educador é uma autoridade digna de ser amada. No terceiro setênio (14 a 21), que perpassa o ensino médio, a aprendizagem se dá pela admiração e o professor é alguém a ser respeitado. Durante todo o segundo setênio, a turma mantém o mesmo professor, atento ao potencial e às dificuldades de cada aluno. Depois, o professor é substituído por um tutor, que preparará os jovens para o mundo. Um atendimento para lá de individualizado.

Autor: Helena Trevisan

Fonte:
http://www.revistadigital.com.br/leitura.asp?CodMateria=3147

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