15 maio, 2006

São Paulo vira referência mundial para tratamento público de Aids

12/05/2006 - 08h10m

Diário de S.Paulo

SÃO PAULO - Radicados no país ou não, a capital paulista recebe estrangeiros vítimas de Aids em busca de tratamento (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) desde 1996. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, o Brasil é o único país do mundo a cobrir todos os gastos dos portadores da doença - seja com remédio, exame, internação ou acompanhamento - e São Paulo é o centro de excelência nesse quesito, tendo desenvolvido o primeiro programa de combate à Aids da América Latina em 1983 [não foi o início do programa, certamente! Grifo meu!] . O programa nacional só nasceu três anos depois.

O Centro de Referência e Treinamento em Aids (CRT-A), vinculado à Secretaria Estadual da Saúde, informa que atendeu 509 estrangeiros desde que o AZT (coquetel de substâncias usado para tratar a Aids) passou a ter distribuição gratuita em todo território brasileiro, há dez anos. Entre 1996 e 2001, o ambulatório de Aids do CRT recebeu 6.368 pessoas infectadas.

- O número aumenta gradativamente nos últimos cinco anos. Isso está ocorrendo porque temos um programa organizado, que é uma referência - afirma a diretora do Núcleo de Internação do CRT-A, Rosana Del Bianco.

Segundo ela, há dois meses um português está internado com Aids no Instituto Emílio Ribas.

- A família nem sabia que ele estava aqui para se tratar - revela.

Ainda de acordo com Rosana, existem mulheres angolanas com Aids que vêm à cidade para se tratar. Elas aproveitam os vôos diários de sacoleiros (que vêm à cidade para fazer compras nas lojas do Brás e da Rua José Paulino) e procuram por cuidados médicos nos centros de tratamento.

Não existe e nem poderia existir uma política de incentivo ao tratamento de estrangeiros pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, o Brasil participa de um programa de incentivo e cooperação a projetos de combate à doença apoiado pela Unaids - o Programa de Aids das Nações Unidas - em países pobres, como os africanos de língua portuguesa, Bolívia e Peru.

- Mas não negamos atendimento se chega alguém aqui, espontaneamente, e precisando de tratamento - afirma Sebastião André de Felice, diretor do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.

A diretora Rosana, do CRT-A, conta que a questão dos estrangeiros com Aids começou a ser discutida na capital.

- O que queremos é estimular os seus países de origem a se desenvolverem nesse sentido - diz.

Por ano, o Brasil gasta R$ 1 bilhão só em medicamentos contra o HIV. Desde o primeiro caso no país, em 1980 (quando ainda não se sabia que a doença era Aids), até 2005, houve 371 mil casos - dos quais 140 mil no estado de São Paulo, sendo 61.273, na capital.

Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/sp/plantao/2006/05/12/247150335.asp

Um comentário:

Anônimo disse...

O Diretor do hospital Emílio Ribas é um grande bandido. Acusado de inúmeros atos de corrupção, tem seu passado repleto de processos. Com certeza é um grande "arrecadador" de dinheiro público.