19 maio, 2006

Relatório aponta erro humano em acidente com avião de Chipre

Reuters

ATENAS - Erro humano provocou o acidente com um avião de Chipre perto de Atenas em agosto passado, no qual morreram as 121 pessoas a bordo, afirmou um relatório oficial divulgado na sexta-feira por meios de comunicação gregos.

O relatório mostra que técnicos em Chipre, após checarem o sistema de descompressão em virtude de problemas sentidos em um vôo anterior, esqueceram de ligar a ativação automática dele.

A bordo, os pilotos esqueceram de verificar se o sistema estava no automático ou no manual, segundo um relatório preliminar da comissão grega de investigações sobre acidentes.

Como consequência, quanto mais alto o avião subia, menos oxigênio estava presente na cabine, fazendo com que todos a bordo, com exceção de um comissário de bordo, desmaiassem.

O relatório afirmou que, mesmo que o comissário de bordo -- que usou garrafas portáteis de oxigênio para ficar consciente -- conseguisse aterrissar a aeronave, todos os passageiros teriam morrido devido à falta de oxigênio.

Autoridades cipriotas não quiseram fazer comentários sobre o relatório.

A comissão investiga por que o Boeing 737-300 da Helios Airways caiu durante um vôo de Chipre para Praga.

A entidade entregou seu dossiê para autoridades cipriotas na quinta-feira. Os cipriotas têm 60 dias para incluir suas próprias conclusões antes de um relatório final ser divulgado.

O avião voava no piloto automático havia mais de duas horas quando caiu. Um comissário de bordo com brevê de piloto tentava controlar o aparelho.

Seguido por dois caças gregos que ficaram desorientados quando o avião perdeu o contato por rádio, o Boeing bateu em uma montanha após ter ficado sem combustível.

O relatório, que vazou para vários jornais, culpa a autoridade de aviação civil de Chipre por não seguir as regras internacionais de checagem de segurança e critica a empresa aérea pela falta de atenção na segurança de vôo.

A Ajet, que sucedeu a empresa Helios, disse que faria seus comentários sobre o relatório preliminar dentro de um prazo de 60 dias.

"Nosso compromisso de cooperar totalmente com os encarregados de investigar o acidente nasce de nosso desejo sincero de estabelecer a verdade a respeito desse trágico acidente", afirmou a companhia em um comunicado.

"Mas temos a obrigação de manter segredo sobre o conteúdo do relatório preliminar. Então, vamos fazer comentários sobre as questões que podem ser relatadas quando ocorrer a divulgação do relatório final".

Fonte:

http://oglobo.globo.com/online/mundo/plantao/2006/05/19/247250323.asp

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