12 maio, 2006

Rhuy Gonçalves será reeleito e vai ganhar R$21 mil para administrar o Edifício Avenida Central

12/05/2006 - 08h10m



Marcelo Dias - Extra

RIO - Aos 71 anos, o empresário Rhuy Gonçalves será reconduzido ao comando de uma cidade visitada diariamente por 140 mil pessoas, com população de 14 mil e receita anual de R$14,4 milhões gerada em boa parte pelo comércio de informática - quantia superior, por exemplo, aos R$13,2 milhões de Nova Friburgo, pólo da lingerie. Candidato único à reeleição, em junho, Rhuy continuará seu mandato não à frente de um município, mas sim do Edifício Avenida Central, no Centro do Rio. E para administrar a "cidade" Avenida Central, Rhuy é regiamente pago. O salário do prefeito-síndico é de R$21 mil brutos - (bem) maior do que os do presidente da República, da governadora e do prefeito do Rio.

Embora seja síndico daquele que já foi o maior arranha-céu sul-americano, erguido em 1961 na Avenida Rio Branco, Rhuy poderia ser comparado a um prefeito de município de pequeno ou médio porte, como induzem os números do prédio.

- Guardadas as devidas proporções, as funções dele são as de um síndico normal. Se alguém cair e quebrar a perna, a responsabilidade é a mesma, com a diferença que ele lida com 140 mil pessoas por dia transitando pelo prédio. Não conheço ninguém que faça o que ele faz porque não existe como compará-lo no Rio. O caso dele é único - diz o diretor regional do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Administração de Condomínios (Secovi), Ronaldo Coelho Netto, admirador de Rhuy.

E o diretor do Secovi tem razão. Afinal, um síndico normal ganha no máximo R$1.200 em um edifício de 90 apartamentos - muitas vezes nem isenção de taxa tem. Como prefeito-síndico, Rhuy abre até concorrência pública, como a que haverá para contratar uma seguradora que garanta uma apólice de R$173 milhões para o Avenida Central.

Prestes a iniciar seu terceiro mandato consecutivo desde 2002, Rhuy - caso raro! - ainda agrada o povo.

- Ele é nota mil. Já o conheço desde antes dos anos 1970 e não há nada de ruim a dizer sobre ele. Se vier alguém de fora, não conseguirá gerir o prédio. Ele é talhado para o cargo. Tanto é que sempre esteve por trás dos antigos síndicos. Era ele quem manobrava tudo - diz Carlos Bezerra, gerente da Papelaria Imperial, funcionando ali desde 1963.

Fonte:

http://oglobo.globo.com/online/rio/mat/2006/05/12/247150337.asp

Nenhum comentário: