12 maio, 2006

Fungo ameaça destruir pinturas milenares da caverna de Lascaux

Fungo ameaçar destruir pinturas milenares de Lascaux

Steve Connor
Do Independent

LONDRES. Um resistente fungo branco se espalhou “como neve” pelas galerias da caverna de Lascaux, na Dordonha, na França, cujas paredes abrigam uma fabulosa arte pré-histórica. Lascaux é descrita como a Capela Sistina da pré-história. Acredita-se que o fungo tenha vindo com um novo sistema de ar-condicionado, que deveria preservar as preciosas pinturas de 17 mil anos do calor e da umidade exalados pelos visitantes.

Lascaux está fechada para o público em geral — visita-se uma réplica nas imediações — mas ainda assim é muito procurada por arqueólogos e outros estudiosos, e admite visitas especiais programadas.

A importância histórica de Lascaux é considerada incomensurável e qualquer dano às pinturas teria grande repercussão, pois elas são um ícone do desenvolvimento da consciência e da arte. As pinturas são tão modernas que, quando Picasso visitou Lascaux, em 1940, exclamou: “Não inventamos nada”.

Alguns especialistas que viram os danos disseram que autoridades francesas têm deliberadamente reduzido a dimensão do estrago por temerem críticas que seriam feitas ao governo por não cuidar direito de um Patrimônio Cultural da Humanidade da Unesco.

O fungo cobriu inteiramente o chão do sistema de cavernas. No entanto, a administração de Lascaux insiste que a infestação está sob controle.

— O fungo apareceu de repente. Todo o chão ficou coberto como se tivesse nevado. Mas somente o piso foi afetado, não há nada nas paredes. Acreditamos que não há risco para as pinturas — disse Jean-Michel Geneste, diretor do Centro Nacional de Pré-História da França.

Segundo a revista americana “Time”, algumas autoridades já admitem que o fungo se espalhou por parte das pinturas. O fungo Fusarium solani não é simples de remover e tirá-lo das pinturas pode também afetá-las. Alguns especialistas disseram que os prejuízos podem ser catastróficos se a infestação continuar a se espalhar.

Fonte:
http://oglobo.globo.com/jornal/ciencia/247120039.asp



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