Peço licença aos mestres do cinema de suspense e ação para derramar elogios ao novo cineasta da franquia "Missão: Impossível". Não é que o diretor estreante JJ Abrams superou os deuses Brian de Palma e John Woo neste terceiro filme da grife de Tom Cruise?O que De Palma caprichou no roteiro do primeiro "MI", Abrams superou. Se Woo extrapolou na pirotecnia do segundo, JJ deu a dose certa de adrenalina para esta seqüência. O que faz da franquia um raridade em Hollywood. Poucas seqüências mantém ou melhoram a qualidade em relação ao primeiro produto. Assim, "MI 3" - que tem estréia mundial esta sexta-feira, dia 5 - já entra para a história de sucessos, como a trilogia de "O senhor dos anéis" por exemplo.
Os diálogos de "MI 3" são inteligentes, ágeis, engraçados. No timing certo. As conversas entre o espião Ethan Hunt (Cruise) e seus colegas de serviço Luther Stickell e Brassel (vividos pelos ótimos Ving Rhames e Laurence Fishburne, respectivamente) têm humor sofisticado e raro em filmes de ação.
O toque de JJ Abrams em "MI 3" deve-se a sua experiência como criador dos seriados "Alias", "Felicity" e Lost" e roteirista de filmes razoáveis como "Armaggeddon" e "Uma segunda chance". O texto tem "papel" importante nos 126 minutos desta seqüência.
E, claro, no filme de ação de Tom Cruise não poderiam faltar quedas livres, bombas e tiros. Quase tudo interpretado pelo próprio. Até cansa ficar lendo e ouvindo elogios a Cruise feitos por seus diretores. "Cruise é cativante. Adora ação, gosta de motos, pára-quedas. É muito bom filmar com essa empolgação", conta John Woo em um dos extras do DVD "MI 2".
Abrams não fez diferente ("Toda tecnologia de computação gráfica é ótima, mas se podemos fazer algo real, ter o ator fazendo sua própria cena, nada supera isso", disse ele). E adorou detalhar as cenas que Cruise dispensou dublês. Entre elas, a da famosa ponte de Chesapeake Bay, na Virginia. Quando ela explode, Tom (ou Ethan) tem que pular e se agarrar pelas unhas no que sobra do concreto.
Na mesma ponte, um míssil explode entre os carros e Ethan escapa depois de um impacto que o joga no vidro traseiro de um automóvel. Era Tom Cruise lá... quebrando o vidro de verdade (na foto acima).
Como Cruise participa efetivamente do roteiro de "MI", as nuances da personalidade do espião parecem se moldar de acordo com a vida do astro. Desta vez, o agente secreto resolve ter uma vida mais tranqüila ao lado de sua noiva dispensando missões impossíveis e tentando se dedicar a treinar novos agentes. Adora espalhar para todos de seu trabalho que está amando, faz planos de filhos e sonha com o dia em que sua vida profissional não vá atrapalhar sua intimidade. Hummmm... Só faltou brincar com a Cientologia no filme, não?
Ah, prestem atenção também na beleza da atriz Michelle Monaghan (na foto ao lado), intérprete da noiva de Ethan. Linda, talentosa e capaz de deixar a magrela Thandie Newton (de "MI 2") no chão, a atriz de papéis secundários em "Perfume de mulher" e "Sr. e Sra. Smith" deve decolar agora em Hollywood.
Michelle e JJ têm muito o que agradecer a Cruise.
P.S. Para quem não acompanhou os últimos posts do blog: começamos uma nova fase com a ausência de Jaime Biaggio. Junto com o bonequinho Rodrigo Fonseca, esta "humilde" repórter de Cultura do Globo Online vai tocar este espaço não só com críticas mas também com novidades no cinema nacional e estrangeiro e, principalmente, com a ampliação de debates sobre filmes em cartaz no Brasil. Além dos críticos, leitores, cineastas e especialistas em várias áreas serão convidados a darem sua opinião neste blog. Espero que gostem.
Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/blogs/cinema/post.asp?cod_post=10212
Comentário:
Eu gostei e recomendo. Tom Cruise tem o gosto de escolher os roteiros de
seus filmes com o que está vivendo ou viveu em sua vida particular, e
este foi na medida certa a interpretação de quem era um agente secreto e tem que
escolher o que é o certo e sua vida particular. Muito real.
Nenhum comentário:
Postar um comentário