09 maio, 2006

Será que eu estou ficando igual à minha mãe?

09/05/2006 - 07h33m



Marcella Sobral - Globo Online

RIO - Você passou anos da sua vida prometendo a si mesma que isso jamais aconteceria. Que você faria tudo diferente, que não cometeria os mesmos erros, que não se casaria com um homem igual ao seu pai e que, principalmente, não tomaria conta da vida dos outros, como sua mãe sempre fez. Mas, de repente, você se dá conta de que é tarde demais e que você está igualzinha, ou pelo menos bem parecida, com a sua querida progenitora .

O jeito de atender ao telefone, de cruzar as pernas ou um número incontável de sapatos entulhados no armário. Em cada uma, o gene-mãe se manifesta de uma forma diferente. Os tipos mais comuns são identificados no livro "Putz! Virei minha mãe!, da sexóloga americana Sandra Reishus. Para que ninguém entenda errado, a autora explica "podemos gostar muito dela, mas ser igual a ela?".

A fotógrafa Julia Malafaia, de 26 anos, não toma sol de jeito nenhum. Filha e neta de alemães, ela não quer nem de perto ter a pele como as outras mulheres da família.

- Minha mãe tem a pele muito envelhecida. Ela tem 57 anos e parece ter uns 63 - diz, ressaltando também que pretende imprimir um outro ritimo em sua vida na hora de tomar decisões.

Nossas mães têm influência no nosso envelhecimento (Quantas vezes já ouvimos homens dizerem que basta olhar para a mãe para saber como a filha ficará no futuro?), na forma como nos relacionamos, em nossa sexualidade. O que levar de bom disso depende da forma com que administramos os "genes-mães", como define Sandra.

- Eu sou igual à minha mãe no excesso de cuidados com as pessoas de quem eu gosto. E olha que eu ainda nem sou mãe - reconhece Julia.

Em alguns casos, não há como esconder as semelhanças. A vendedora Samantha Heilborn demora a descobrir uma semelhança com a sua mãe mas, pensando melhor,,,

- Meu pai diz que eu fumo e me movimento igual a ela. É, realmente, somos muito parecidas de jeito, na gargalhada.

Mas, segundo ela, as semelhanças param por aí.

- Minha mãe é muito pão-dura, eu não vou ser assim de jeito nenhum - diz, sabendo que paga por isso.

- Acho que por isso eu acabo gastando mais do que eu deveria.

A engenheira de áudio Carol Monte tem críticas à forma como sua mãe se alimenta. De família mineira, ela sempre teve o hábito de comer num mesão, com diversos pratos a cada refeição.

- Hoje em dia vivemos uma fase de muito estresse e as pessoas só ficam comendo besteira.Minha mãe não come legumes, verduras, frango orgânico. Não tenho medo de engordar, mas de ter problemas de saúde - explica.

Quanto às semelhanças, Carol não tem dúvidas.

- Minha mãe tem mania de falar com as pessoas na rua, de bater papo, e eu sou assim também.

Embora haja muitas relações e críticas saudáveis, há também tipos de mães que podem complicar, mesmo que inconscientemente, a vida das filhas. Na condição de filha, apaixonada por sua mãe, o jeito é aprender a conviver com isso e tirar o melhor da relação. O resto, Freud explica.

Fonte:

http://oglobo.globo.com/especiais/vivermelhor/mat/247094456.asp

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