19 abril, 2006

Em conversa com Lula, OAB diz que que não servirá de palanque eleitoral

19/04/2006 - 09h32m

Luiza Damé - O Globo

BRASÍLIA - Numa conversa de uma hora e meia com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, falou sobre a convocação do Conselho Federal da Ordem para discutir uma proposta de impeachment de Lula, no próximo dia 8 de maio. Busato contou ter dito ao presidente que a Ordem não servirá de palanque eleitoral nem para seus aliados nem para adversários.

- Disse ao presidente da República que a Ordem nesse episódio agirá dentro da sua tradição histórica de fazer política, mas não se atrelará à política partidária, seja de que lado for. Não seremos palanque eleitoral, seja para os partidos que apóiam o presidente, seja para os partidos que lhe fazem oposição - disse o presidente da OAB.

Busato argumentou que o país vive uma grave crise política, que a entidade respeita as instituições desse país, mas não se omitirá de sua missão histórica.

- Como presidente da Ordem, absolutamente estou empenhado seja para a instituição votar a favor do impeachment ou contra o impeachment. Neste momento me cabe presidir o Conselho - disse.

Segundo Busato, o presidente abordou a crise política na conversa e as CPIs que investigaram o governo.

- O presidente entende que as CPIs não foram muito justas com ele, pois abriram muito o leque e o foco das investigações - afirmou.

Busato disse que entregou a Lula convite da União Internacional de Advogados (UIA) para que participe da abertura do Congresso Mundial de Advogados, em novembro deste ano. Disse que caberá à UIA decidir sobre o convite a Lula, caso a OAB decida pelo pedido de impeachment.



O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disse que a conversa com a OAB serviu para mostrar que o governo estabelece uma relação nova com a Ordem
.

- O governo está à disposição da Ordem para que ela cumpra bem a sua função. A postura crítica que a Ordem tem em relação ao governo consideramos que é da sua história democrática, mas o governo tem absoluta convicção neste relacionamento institucional, de interesse público e em benefício do país - disse Tarso.



Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/pais/plantao/2006/04/18/246868453.asp



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