27 outubro, 2005

Depois do furação, agora vazamento

26/10/2005 - 21h03m
Promotor poderia apresentar acusações em escândalo sobre vazamento de identidade de agente da CIA
Agências Internacionais

WASHINGTON - O grande júri federal americano que investigação o vazamento da identidade de um agente secreto da CIA (agência de inteligência americana) se reuniu nesta quarta-feira com promotor especial Patrick Fitzgerald, em meio a sinais de que ele estaria se preparando para apresentar acusações no caso. A investigação poderia incriminar funcionários de alto escalão da Casa Branca. Fitzgerald entrevistou vários funcionários de alto escalão da Casa Branca em sua tentativa de identificar a pessoa responsável pelo vazamento da identidade da agente da CIA Valerie Plame.Qualquer acusação apresentada ao grande júri poderia ser secreta, impedindo um anúncio público pela corte ou pelo promotor, possivelmente, até sexta-feira, quando termina o prazo para júri decidir se cabe processo. A investigação do escândalo apelidado de "Plamegate" está centrada em Lewis Libby, chefe de gabinete do vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, e em Karl Rove, um assessor político de alto escalão do presidente George W. Bush. Outros assessores também podem ser acusados, disseram advogados envolvidos no caso. De acordo com advogados envolvidos no caso, Libby ouviu pela primeira vez o nome de Plame em uma conversa com Cheney, semanas antes de antes de a identidade dela ser revelada. Segundo fontes, anotações da conversa, ocorrida em junho de 2003, podem colocar pôr terra a versão de Libby de que ele soube da identidade de Plame por meio de jornalistas. Segundo o jornal "New York Times", advogados envolvidos no caso disseram que as anotações mostrariam que Cheney soube que Plame trabalhava para a CIA mais de um mês antes da identidade dela vazar para a imprensa. A identidade da agente secretou tornou-se pública depois que seu marido, o diplomata Joseph Wilson, acusou o governo Bush de distorcer relatórios de inteligência sobre o Iraque. No entanto, segundo o jornal, as anotações não sugerem que Cheney ou Libby soubessem na época que a identidade dela era secreta. A revelação da identidade de um agente pode ser crime nos EUA, mas só se a pessoa que a revelar souber que ela deveria ser mantida em segredo. Não seria ilegal se Cheney ou Libby discutissem sobre uma agente da CIA ou sobre a ligação dela com um crítico do governo. Mas qualquer esforço de Libby para impedir que investigadores soubessem de sua conversa com Cheney poderia ser considerado pelo promotor especial Patrick Fitzgerald obstrução ilegal a seu trabalho.

Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/mundo/188947581.asp

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