25 outubro, 2005

Celso Daniel segundo o juíz Rocha Mattos

25/10/2005 - 13h31m
Rocha Mattos diz que Celso Daniel era 'um morto pouco querido'
Demétrio Weber - O Globo

BRASÍLIA - Em depoimento à CPI dos Bingos, o juiz João Carlos da Rocha Mattos disse que nas 42 fitas cassete a que teve acesso Gilberto Carvalho, chefe do gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não demonstrava nenhum tipo de sofrimento com a morte do prefeito de Santo André Celso Daniel. Rocha Mattos, que não está algemado, contou que nas fitas Gilberto Carvalho instruía a viúva do prefeito, Ivone, a comportar-se como "uma viúva sofrida" no programa da apresentadora Hebe Camargo. - Não havia o mínimo lamento de qualquer pessoa pela morte do prefeito. Era um morto muito pouco querido - ironizou o juiz. Rocha Mattos contou ainda que os diálogos envolvem várias pessoas, entre elas Klinger Luiz Oliveira, ex-secretário de Serviços Municipais de Santo André e apontado como um dos principais articuladores do esquema de corrupção na prefeitura; Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, acusado de ser o mandante do assassinato; o empresário Ronan Maria Pinto; um deputado estadual do PT; o deputado Luiz Eduardo Greenhalg (PT-SP) e o próprio Carvalho. Segundo o juiz, as fitas ainda existem e estão em poder da Justiça. - Eu não dei sumiço nas fitas, como me acusaram - afirmou. Segundo Rocha Mattos, a apuração do assassinato não interessava ao PT porque mostraria a corrupção em Santo André, o que ficaria claro nas ligações, cujos diálogos muitas vezes eram feitos com uso de códigos. O juiz também criticou a Polícia Federal, que seria uma "polícia de governo". Segundo ele, a PF fez as gravações na investigação do caso sem autorização judicial.

Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/plantao/188922058.asp

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