31 outubro, 2005

bullying entre estudantes

26/10/2005 - 18h30m
Pesquisa mostra os perigos do bullying entre estudantes
O GloboRJ TV

RIO - A palavra inglesa bullying já é bastante conhecida nas salas de aula, para tristeza dos dicionários, mas ainda suscita dúvidas entre quem não está familiarizado com o termo. Pesquisa feita com 6 mil alunos do Rio mostrou que apenas 25% deles sabem o significado. As vítimas do bullying são aquelas que sofrem agressões verbais ou físicas, tendo origem tanto numa discussão como numa simples brincadeira. Geralmente, estes estudantes sofrem humilhações e piadinhas de mau gosto, recebem apelidos depreciativos, são excluídos do grupo e até recebem chutes e empurrões. É a violência nas escolas que ganha um nome de difícil tradução e já virou fenômeno mundial. Há três anos, quando a Associação Brasileira de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia) começou a pesquisar o bullying no Brasil, havia um certo medo de falar e de olhar de frente para o problema. Agora, o panorama mudou. Alunos, pais e professores passaram a debater o fenômeno nas escolas e descobriram que ele provoca depressão, baixa auto-estima, piora do rendimento nas provas e até evasão escolar. A conclusão é de especialistas que fizeram um estudo nas salas de aula do Rio e entrevistaram estudantes de 10 a 20 anos, da 5ª à 8ª série (período em que o bullying se manifesta com mais intensidade). Apelidos como "bocão", "poste", "dentinho", "rolha de poço" e "quatro olhos" freqüentam a escola há várias gerações. Alunos humilhados, excluídos do grupo porque são diferentes, também. - Quando você é menor, essas brincadeiras vêm do físico: se a pessoa é mais baixa, mais alta ou mais magra. Conforme você vai crescendo, essas brincadeiras mudam. Passam também para sua personalidade, as coisas que você faz, os seus hábitos - conta um estudante entrevistado pela equipe do RJ-TV. O que pode começar com um apelido sarcástico, um peteleco, aquele tapinha na nuca, um dia vira agressão. A conscientização, segundo o coordenador da pesquisa, Aramis Lopes, pode ser um remédio preventivo. - O agressor também é chamado a discutir o problema e o porquê da sua agressividade - diz. Livro ensina a prevenir o problema A educadora Cleo Fante, autora do livro "Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz" (Editora Verus), define o termo como "um conjunto de atitudes agressivas intencionais e repetitivas que ocorrem sem motivação evidente, de forma velada ou explícita, adotado por um ou mais indivíduos contra outro(s), causando dor, angústia e sofrimento". O interesse pelo assunto é tão grande que inclusive foi aberto um curso de pós-graduação, no Instituto Saber, em Brasília. As aulas são voltadas para professores que se interessam em aprender como agir frente ao problema nas escolas. A carga horária é de 360h. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (61) 3037-3760, pelo e-mail sabercultura@sabercultura.com.br ou nos sites www.bullying.pro.br e www.sabercultura.com.br.

Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/educacao/mat/188942114.asp

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