28 setembro, 2005

Quando fiz minha autocrítica

Inclui o texto abaixo neste blog e daqui há alguns dias incluirei meu comentário aqui. Tentarei escreve os motivos que me levaram a desistir do meu curso de engenharia. Um dos motivos foi eu ter vergonha de ser quem eu sou, meu modo de agir e ser. Sempre tive mêdo de ser o "esquisito" com um diploma de engenharia. Hoje eu sou apenas o "esquisito" SEM diploma algum.



25/09/2005 - 09h09
Superprofissional dissimula vida própria
RAQUEL BOCATO da Folha de S.Paulo

Típico super-herói, com MBA e especializações, que domine ao menos dois idiomas estrangeiros, trabalhe cerca de 14 horas por dia e abdique dos horários de almoço. Este é o profissional dos sonhos de diversas empresas: um trabalhador com boa bagagem teórica e muita experiência no mercado. E, claro, sem sinais de defeito.As exigências do mercado de trabalho estão delineando um novo profissional, que tem se distanciado de seus desejos para manter-se "empregável": matricula-se em especializações pelas quais não tem interesse, desenvolve habilidades que não são prioritárias e abandona a vida pessoal pelo trabalho. É o caso, por exemplo, de quem faz MBA só para dizer que tem esse curso no currículo.As conseqüências disso, no entanto, impactam na qualidade de vida do trabalhador e, inclusive, quebram suas fronteiras éticas. O pior caso, segundo especialistas, é quando o profissional, que possui títulos e projeta uma imagem de sucesso, não se mostra competente em simples tarefas diárias.A especialista em marketing N.N., 27, e a administradora de empresas Ivete Santos, 36, sabem o que é isso: tiveram projetos "roubados" por superiores que queriam mostrar-se infalíveis aos olhos dos presidentes. "Fiz um plano de relacionamento com empresas durante uma reestruturação interna. A pessoa que assumiu a área não tinha experiência e expôs ao superior o planejamento que fiz como se fosse dela", lembra N.N., que está há quatro meses no cargo de analista de marketing e já pensa em trocar de posto."Minha chefe descartava as sugestões que eu fazia diante da equipe, mas, depois, as apresentava para o dono da firma como se fossem dela", conta Santos.Responsáveis"Há uma cobrança por resultados --que vem da pressão externa por lucratividade e competitividade-- à qual estão submetidas as empresas", diz Luiz Cortoni, professor da Fundação Vanzolini.Para Alvaro Augusto Comin, docente de sociologia da USP, as exigências das empresas têm sido maiores pelo descompasso entre o número de postos de trabalho e a quantidade de mão-de-obra que está disponível no mercado."As firmas vão elevando os pré-requisitos para a contratação", opina. "A falta de uma política de geração de empregos, a não ampliação do sistema público de ensino e a abertura do mercado para instituições de baixa qualidade são as culpadas pela imposição de um novo perfil de trabalhador."Mea culpaAs cobranças para ficar até mais tarde não vinham do empregador da contadora Arlete Amoroso, 28. Era a pressão sobre si mesma o que mais influía no seu dia-a-dia. "Nunca saía do trabalho antes das 20h. Mesmo em licença-maternidade, antes de meu filho nascer, ia sempre para a empresa", lembra.Segundo a contadora, não era uma demanda dos superiores, mas algo imposto por ela. Só reduziu a jornada após dar à luz. "Quando voltei ao trabalho, marcaram uma reunião às 17h. Negociei: como sairia em meia hora, pedi que fosse às 16h. Não fico na empresa após o expediente e dou conta do serviço nesse período."

FONTE:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/classificados/empregos/ult1671u2460.shtml

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