23 outubro, 2009

A reificação de modelos de mundo nada racional

  • Palavras de Anatole Kaletsky, principal comentarista econômico do Times de Londres:

A profissão de economista deve ficar com muito da culpa pela atual crise. Se for para se tornar útil de novo, ela deve passar por uma revolução intelectual – tornando-se ao mesmo tempo mais ampla e mais humilde.
 (Revista Época Negócios, Outubro de 2009, página 143.)

  • Texto de um jornalista da Rede Globo num debate recente:

O jornalista Valmir Salaro, repórter da TV Globo, afirmou que depois do caso Escola Base, em que donos de uma escola infantil foram presos sem provas, desconfia até de si mesmo...[]


...Existe muita arrogância no jornalismo e o profissional que cobre essa área sofre muitos preconceitos dentro da redação. Disponível: http://www.comunique-se.com.br/, acessado em 23/10/2009.


Uma pesquisa que venho fazendo, mostra que um erro recorrente nos profissionais que trabalham com reificação de modelos mundo, é que estes assumem que o modelo reduzido proposto é o próprio mundo, não lembrando que o mundo real é dinâmico e se modifica para pior ou para melhor, lembrando das palavras de Mário Sérgio Cortella, na primeira palestra inaugural da Universida de Cemig.

Não foi por acaso que o tema da primeira palestra foi muito bem proferida e sutilmente tocou no assunto da arrogância epistemológica e na troca de informações entre pares, pois existe uma tendência natural em perdermos nossas referências em relação ao que não nos é conhecido ou de acharmos que o conhecimento é um reconhecimento, de sabermos mais o que já sabemos e não mais nos inovarmos.

Mas até aqui não falei nada novo e que já não foi estudado antes em outros campos do saber. Mas o que proponho é novo: que os profissionais de análise e programação tenham um treinamento para terem uma visão de mundo mais ampla (holística ou Gestáltica, como queiram) e ao mesmo tempo sobre si mesmos (Sólon - Circa 640 a.C. – 560 a.C.: “Conhece-te a ti mesmo), no sentido de conhecerem os mecanismos que nos levam a posicionarmos tão firmemente em nossas convicções, e que certamente quando não bem embasadas corretamente, nos levam aos maiores erros.

Para exemplificar que nem tudo é racional, pois dentro do espírito da palestra, se uma pessoa sabe algo e a outra também, a troca destes conhecimentos faria que o resultado da operação fosse 4 e não zero, pois isto não é um jogo de soma zero. Por que 4? Pois inicialmente cada um sabe uma unidade de conhecimento, depois da troca eles sabem cada um duas unidades de conhecimento, agora eles são multiplicadores dele, mas somados. Mas isto não funciona na prática. Para exemplificar isto, recorro ao “jogo do investimento”, uma variação do Dilema do Prisioneiro:


Regras:

No início de cada uma das dez rodadas, o jogador A recebe um cacife de US10. Ele pode ficar com tudo ou investir parte ou todo o dinheiro no “banco” do jogador B. Todo o valor investido é triplicado. E B tem a opção de devolver qualquer quantia para A.

Resultados:

Se o jogador A fica com US$5 e investe US$5, o jogador B tem US$15 para dividir entre eles. Se forem honestos, os dois jogadores “enriquecem”. Quanto mais A investir, mais dinheiro haverá para os dois dividirem. Com freqüência, porém, um dos dois reduz o repasse, levando o oponente a encerrar o jogo ao não dividir mais o dinheiro.

Explicação:

O córtex cingular, que processa tonto as emoções como o pensamento abstrato, torna-se especialmente ativo depois que um dois jogadores “trai” o outro na divisão do dinheiro. A resposta à “trapaça” é uma espécie de vingança.
(O investidor no Laboratório, página 140, Época Negócios, outubro 2009).


Se levarmos em conta que na experiência acima pode ser reexaminada no contexto sobre uma troca de informações ao invés de dinheiro, encontraremos os mesmos princípios para o sucesso ou o fracasso da troca.

 Dentro do nosso contexto de trabalho, como amadurecer uma equipe de programadores que vêm de diferentes e múltiplas experiências pessoais e profissionais e que aqui ainda tenham que trabalharem juntos, e mais, no que se refere a testes de sistemas computacionais, o que manda as boas práticas, que existam duas equipes, que se revezem entre si, ora uma é a que desenvolve sistemas, ora ela é que testa os sistemas feito pela outra equipe. Como fazer com que estas tenham um máximo de rendimento no que se refere a realmente testar efetivamente um produto e não apenas testá-lo como “pró-forma” . E seu se o contrário ocorrer, um teste mais profundo levantar tantos problemas que a outra equipe não estiver madura o suficiente para aceitar as implicações e correções dos erros.

Como seres humanos que somos, pressupõe-se isto para afirmar que temos muito mais “sensores” de nos posicionarmos contra mudanças e novas idéias do que aceitarmos tranquilamente mudanças e novas idéias, pois basta procurar quantas palavras que definem nossos sentimentos e verá que temos muito mais para sentimentos de medo e aversão do que para o prazer. Exatamente por isso minha proposta acima. O preâmbulo dele está comigo para quem interessar.
referente a: Google (ver no Google Sidewiki)

Nenhum comentário: