25 novembro, 2015

O último homem e o último rinoceronte


Um grande elefante branco, digo, um grande rinoceronte branco de Minas Gerais é desencalhado da lama tóxica da Samarco. O Ministério público de Minas Gerais já entrou com pedido de indenização contra ela mesma (sim, sobre si mesma! Eles merecem!). 
Ao que nos parece, ela  vive uma crise de identidade, pois não sabe a quem proteger, pois segundo foi dito por uma autoridade do estado, a Samarco também é vítima!


O Rinoceronte

Peça de Eugène Ionesco que mostra a transformação dos habitantes de uma cidade em Bestas é vista como crítica à alienação da sociedade contemporânea

“De modo inesperado, sem mais nem menos, um rinoceronte surge na praça de uma cidade indefinida. Todos se surpreendem, mas a vida continua. Então aparecem outros rinocerontes. O burburinho ganha vulto. Seria uma ilusão? Teriam vindo da África ou da Ásia? Seriam unicórnios ou bicórnios? Uma senhora diz que está sendo seguida por um desses bichos enormes. Os bombeiros descobrem que, na verdade, o animal era o marido dela, metamorfoseado em rinoceronte. Não tarda e quase toda a cidade se vê vítima da "rinoceronite", a doença que transforma seres humanos em animais selvagens. Todos passam a apreciar a moda de ser rinoceronte. Estranho seria o aspecto humano.

Um único cidadão resiste à epidemia: Bérenger, humilde funcionário que, ao notar que algo está errado nesse comportamento, critica a atitude de seus concidadãos. Entretanto ele paga caro por ser diferente. Desprezado até pela noiva, diz no diálogo final: "Ah, como gostaria de ser como eles. Mas, infelizmente, não tenho como! Infeliz daquele que quer conservar a sua originalidade! Muito bem! Tanto pior! Eu me defenderei contra todo mundo! Sou o último homem, hei de sê-lo, até o fim! Não me rendo!".

Ele crítica a uniformidade da sociedade burguesa, a submissão ao poder e a distorção da razão * são os temas centrais. Escrita em 1959, a obra é uma crítica ao estado de alienação ou de fanatismo coletivo em que caíram as sociedades modernas. Para alguns críticos, a neurose coletiva e contagiosa seria uma sátira ao fascínio irracional* que levou, por exemplo, milhões de pessoas a aderir ao nazismo. Outros acreditam que o espetáculo é uma condenação a toda forma de governo totalitário...[ ] “

* Eu critico esta parte por achar que tudo o que vivemos também é resultado das falsas esperanças (“otimismo inescrupuloso*”) do iluminismo e do racionalismo que postulou que a razão ou qualquer coisa que isso signifique deixaria nossa sociedade (e as pessoas) mais justa e tomaria as melhores decisões sobre si mesma.

**Termo cunhado por Roger Scruton no livro: “As Vantagens do pessimismo e o perigo da falsa esperança”.

Texto completo disponível em: http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/rinoceronte-643103.shtml

Acessado em: 25/11/2015





















Nenhum comentário: