"O erro fatal da polícia britânica
Família e advogados reagem com furor, mas sem surpresa, à revelação de documentos que desmontam versão da Scotland Yard sobre morte de brasileiro."
O Globo, de 17/08/2005.
Desde o início do incidente, notei o rosto de um dos terroristas procurados, com aquela típica barbicha, mais o cabelo encaracolado (ruim) , moreno, orelhas de abano. Pode parecer piada, mas as características anteriores, não chegam nem perto do que seria a feiura um inglês típico, ou seja, muito mais grotesco que isto (para nós brasileiros). Mas como a noção de estética é cultural, ou melhor dizendo, o pré-conceito, prevaleceu na decisão do policial inglês, o brasileiro morto com 8 tiros, que também tinha barbicha, cabelo encaracolado, moreno, orelhas de abano, infelizmente foi o escolhido para ser baleado sem direito de defesa.
Semelhança foi o mesmo caso ocorrido no mês de julho no Rio de Janeiro, quando um policial, atirou num carro dirigido por um motorista negro que vinha em sua direção. Depois de atirarar, o policial abriu o carro o viu que a vítima, não tinha nada o que o identificasse como um traficante. A não ser o pré-conceito racial (sócio-econômico) na cabeça do policial. Então depois de assassinato a sangue frio, o policial, "plantou" uma arma nas mãos do motorista negro morto.
Investigações posteriores mais a intensa pressão dos familiares em dizer que o rapaz era um jovem negro recém formado em odontologia, sem passagem pela polícia, e que nunca carregou uma arma, segundo seus próprios colegas de faculdade.
Dois países, duas culturas, duas condutas de policiais que deveriam nos proteger, e que são treinados para situações de risco, duas vítimas de pré-julgamento e execução sumária, sem defesa, e o pré-conceito, como um elo condutor das histórias. Mesmo se o policial brasileiro fosse branco, negro ou pardo, mais uma vez a ideologia do racismo sócio-econômico continua a aumentar as estatísticas. E isto agara vale para outros países, que recebem nossos compatriotas. Estamos vivendo um clima de nazismo, denuncismo barato, pré-julgamentos, e como sempre impunidade generalizada, tanto para os que estão dentro da lei, tanto para os que estão fora-da-lei.
"Os fins justificam os meios", será que esta vai ser a política do futuro?
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