Presidente da CNBB reforça críticas ao governo Lula
Heliana Frazão - O Globo
SALVADOR - O presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, cardeal dom Geraldo Majella Agnelo, reforçou nesta quarta-feira as críticas de outros líderes da Igreja Católica à política social do governo federal. Segundo dom Geraldo, em três anos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não houve avanços na promoção humana.
- Talvez o assistencialismo esteja mais marcante. Mas isso não basta, é preciso dar ao homem condições para ele trabalhar e sustentar a sua família. As pessoas devem ser úteis, mas está faltando trabalho - criticou.
Na quarta-feira, ao lançar a Campanha da Fraternidade de 2006, o secretário-geral da CNBB, dom Odilo Pedro Scherer, criticou o governo federal e a política econômica, defendendo a geração de empregos e a distribuição de renda. Ele chamou o Brasil de paraíso financeiro e disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não correspondeu às expectativas de que promoveria maior inclusão social.
D. Odilo condenou os juros altos, destacando que o baixo crescimento da economia em 2005 contrasta com a alta lucratividade dos bancos. Ele reconheceu méritos nos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. Mas enfatizou que a melhor política social é a abertura de postos de trabalho.
As críticas do secretário-geral da CNBB repercutiram mal no governo. O líder na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que a entidade religiosa deveria apresentar uma proposta alternativa de política econômica. Para Chinaglia, a ação do governo tem limites e ninguém mais do que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer melhorar a distribuição de renda no país.
Já nesta quinta-feira, dom Geraldo Majella reconheceu que a economia tem obtido resultados satisfatórios, numa constatação de que o capital e os bancos estão sendo privilegiados em detrimento dos pobres. Sobre a declaração do presidente Lula de que a avaliação da Igreja é equivocada, dom Geraldo disse que a visão do presidente não lhe parece ser a mesma do povo.
- Naturalmente o povo quer trabalho, educação de qualidade e não simplesmente campanhas pontuais como em tempos de carnaval, quando todos alertam para os perigos da Aids e outras doenças - disse.
Sobre alguns programas sociais como o Bolsa Família, uma das bandeiras do governo federal no campo social, o presidente da CNBB disse que "aquele que está com fome precisa ser atendido, mas o principal é que ele seja promovido".
Fonte:
http://oglobo.globo.com/online/pais/mat/2006/03/02/192022641.asp
Comentário:
Lula deverá dizer que abaixará os juros quando a igreja aceitar o uso da
camisinha! Cada um abre a mão das ortodoxias.
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