O ano de 2005 foi bom para Nova York: sobraram US$ 3 bilhões no cofre da cidade.
Esta semana, o prefeito Michael Bloomberg nos explicou como vai gastar nosso dinheiro.
Raríssimo e, inédito na verdade, o plano do prefeito.
Vai colocar todo o dinheiro no porquinho.
Não vai gastar nem um centavo em novos ou velhos programas, nem nos devolver nada daquela tremenda garfada que nos deu em 2003 quando aprovou o maior aumento no imposto predial na história da cidade.
Este é meu quinto prefeito em Nova York e, de longe, o melhor deles.
Paga suas campanhas políticas com dinheiro do próprio bolso, não deve nem pede favores politicos, nomeia, promove e demite na base do mérito.
A cidade está mais segura do que nunca, mais limpa, as escolas melhoraram, os transportes públicos funcionam.
Quando Bloomberg assumiu o governo, em 2002, logo depois dos ataques às torres, Nova York estava num buraco financeiro sem saída à vista.
O prefeito nos diz que agora estamos bem, mas daqui a um ano vamos cair naquele mesmo buraco e por isto esta guardando os 3 bilhões no cofre.
O dinheiro vai ajudar a pagar os crescentes custos das pensões, planos de saúde e os juros dos empréstimos da cidade.
Você, com certeza, já ouviu esta história.
Cortar impostos é uma obsessão dos republicanos, a principal promessa deles em todas as campanhas.
Não gosto de pagar impostos, mas com o governo Bush fico sempre com a sensação de que estou sendo lesado.
Pago uma ninharia a menos de impostos federais mas as companhias de seguro e energia, grandes contribuintes dos políticos, me tomam o que deixei de pagar de impostos e muito mais.
Posso estar sendo um idiota, mas Bloomberg, que nunca tinha sido político até ser prefeito, me dá a impressão de que fala a verdade.
Se outro político pegasse US$3 bilhões que na realidade pertencem a nós, contribuintes, e dissesse que ia guardar para o futuro, haveria uma gritaria.
Com Bloomberg, ninguém deu um pio.
Fonte:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2006/02/060202_lucasmendesmv.shtml
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