16 novembro, 2005

Menina de 4 anos morre após tomar remédio

16/11/2005 - 10h12m
Jaqueline Falcão - Diário de S.Paulo

SÃO PAULO - A menina Gabriele Aparecida Gasparin, de 4 anos, morreu na madrugada de domingo, na Santa Casa de Penápolis, interior do estado, cerca de oito horas depois de tomar o medicamento nimesulida (usado em casos de dor e inflamação). O remédio, segundo o pai da menina, o caseiro Deilton Gasparin, de 35, foi indicado dentro de uma farmácia. A nimesulida é um remédio com tarja vermelha na embalagem e, segundo o Conselho Regional de Farmácia de São Paulo, só pode ser vendido com receita médica. O órgão vai apurar o caso. - Ela vomitava e reclamava de dor de garganta. Fomos à farmácia e um rapaz olhou e disse que a garganta estava inflamada e passou este remédio. Após tomar uma dose (uma colher de chá), ela vomitou mais e reclamou de falta de ar - descreve o pai. À 1h da manhã de domingo, Gabriele morreu durante uma traqueotomia (corte na traquéia para facilitar a respiração). Antes, relata o pai, os médicos fizeram inalação e deram medicamentos na veia através do soro. Gabriele sofreu quatro paradas cardíacas. Os médicos disseram à família que a garota sofreu insuficiência respiratória devido a uma alergia ao medicamento. A direção da Santa Casa não foi localizada. - Quando chegamos no hospital, ela nem falava mais. Dói muito, Deus levou a minha filha e isso não tem volta - desabafa o pai. O pediatra Jayme Murahovschi, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria, alerta que a pessoa deve procurar um serviço médico e não a farmácia. Além disso, recomenda aos pacientes comunicar se houve situação de alergia a algum tipo de medicamento. - A bula indica o uso deste remédio para crianças a partir dos quatros anos de idade. Ela deve ter sofrido uma reação alérgica grave e imediata - afirma o pediatra. O presidente do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo, Francisco Caravante Júnior, declarou que o remédio não poderia ter sido indicado dentro de uma farmácia. - Apenas os remédios classificados como venda livre podem ser comprados sem receita médica. Vamos apurar o caso, procurar saber quem indicou e se o local tem um farmacêutico responsável - garante Caravante Júnior.

Fonte:

http://oglobo.globo.com/online/plantao/189181113.asp

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