Patrícia
Highsmith é conhecida por seus
contos de suspense. O primeiro livro que eu li dela foi esse da figura ao lado, Catástrofes (nem tanto) Naturais.
E lembrando nossa catástrofe em Mariana, Minas Gerais, nos leva o por que
não foi usado o pessimismo inteligente? Mas o que se faz hoje é o uso amplo
de seu oposto, o otimismo
inescrupuloso, e certamente de um pouco menos de
dinheiro, e ouso dizer, talvez nem sempre um custo
final menor! Vejam o caso do prejuízo social do acidente de
Mariana.
Pensamos nos filmes e livros
de desastres, e se a vida imita a arte ou vice-versa? Lendo
qualquer um das suas histórias neste livro você vai identificar que realmente
muitas das mazelas do mundo poderiam ser evitadas com um custo a mais de pensamento,
o que eu faço questão de chamar de
Ontem pude fazer uma
pergunta para Luiz Pingueli
Rosa, físico e ex-ministro das Minas e Energia, no 7º debate
promovido pelo CCBB, “Arte e Ciência”, o segundo
convidado era Ivald Granato,
artista plástico. Perguntei aos dois convidados o que o acidente de
Mariana tinha entre a “Arte e Ciência” (uma pergunta maliciosa em
relação ao significado da palavra “arte”) , pois do contrário de uma arma
nuclear (citado por ele como paradigma maior da ciência do século XX), um
empreendimento industrial não deixa de ser uma arma apontada contra a
humanidade quando não bem administrada. Pinguele respondeu que a
responsabilidade da empresa é fragrante, mas que existe também a
responsabilidade municipal, estadual e federal [eu acrescento ainda: CREA-MG, Ministério Público], já que
tecnicamente todos devem cumprir procedimentos de segurança mínimos. Quanto ao
uso de água naquela quantidade, isto seria outro absurdo técnico*, já que temos
outras maneiras de manejo de resíduos. A população local deve saber o grau de
risco, faltou transparência!
Estas duas empresas tem
ações na bolsa de valores de Nova York. As agências reguladoras americanas vão
fazer a parte que lhes cabe, se não for pela população afetada, será pelos
acionistas afetados quanto a afirmação que o dinheiro dos acionistas está
confiado em “ações” (modo de agir) de empresas com selo de sustentabilidade
social duvidoso.
Estamos muito mais próximos
do mundo de Highsmith que nossa vã filosofia poderia
imaginar. Daqui há 4 (quatro) anos outro “acidente” ocorrerá, e de novo
procuraremos os (ir)responsáveis...
* Usar a água como
veículo? Sim, mas não reaproveita-la é o absurdo técnico já que isso
aumenta volume de armazenamento, e este é o que limita tecnicamente a extração
de material de uma mina. Então por que
não retirar um bocado de água e reaproveita-la num ciclo fechado?
Disponível em:
http://earthobservatory.nasa.gov/NaturalHazards/view.php?id=87083&src=eorss-nh
Acessado em: 03/12/2015 10:27:40
http://earthobservatory.nasa.gov/NaturalHazards/view.php?id=87083&src=eorss-nh
Acessado em: 03/12/2015 10:27:40
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